L1|| XVI. O Vestido

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Esse vestido é maravilhoso!

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Esse vestido é maravilhoso!

Vermelho, longo, estilo sereia. Não tem mangas, apenas duas tiras que abraçam meus ombros justamente e que estão conectadas ao vestido pelo decote em formato de coração. Está me dando cintura e quadris que nem eu lembrava que tinha.

Vestidos de gala são sensacionais.

Sigo o conselho que mais parecia uma ordem de Lena e coloco meu cabelo em um coque lateral, com algumas mechas ao redor de meu rosto. Segui um tutorial de youtube para fazer a maquiagem e ignorando a maioria dos passos complicados, não ficou de todo o mal.

De volta aos sapatos doloridos, decido praticar um pouco mais o andar. Após alguns momentos, confiro meu celular para ver que horas são. Nenhuma ligação perdida, apenas uma mensagem de texto de Flavio perguntando como foi ontem a noite. Resolvo responder depois por não ter tempo agora, nem vontade de lembrar.

Decido esperar o uber na porta de entrada lá embaixo.

Lena colocou uma pequena bolsa de mão junto ao vestido e após certa dificuldade de colocar nela meu celular, identidade e faca de bolso (não vou em nenhum lugar nessa cidade sem ela), consigo fechar o pequeno trinco.

Como sempre, encontro dificuldade ao trancar minha pesada e sempre emperrante porta. E para ajudar, no curto corredor de nosso prédio sou abordada por quem menos queria.

— Vizinha, que bom te ver acordada! — Lucas brinca, e eu imagino que também me viu ser carregada ontem á noite por Alexis. — Uau! — Exclama me olhando de cima abaixo. Se fosse qualquer dia antes de ontem, eu adoraria vê-lo me olhar assim. Provavelmente usaria isso pra fomentar ainda mais meus sentimentos bobos por ele. — Você está linda! — Ele continua e eu o ignoro pelo bem da minha própria sanidade.

— Vou a um jantar de negócios. — Não é verdade, mas também não é mentira. Aliás, quando falo assim, soa tão importante quanto eu me sinto nesse vestido.

— Ah, entendi! Bem, não quero te atrapalhar, só vim te devolver isso. — Em sua mão está um de meus sapatos que perdi na festa, outra decandente sombra de meu vexame de ontem a noite. Será que se eu contar que apaguei por que uma fada com uma força sobrenatural me nocauteou ele daria um desconto nesse micão que paguei a vista?

Não posso deixar de notar a ironia da situação: meu não-príncipe encantado trouxe meu sapatinho de cristal. Seria eu a Cinderela? Já tenho fada-madrinha.

Que me dá um soco quando não fico quieta.

— Obrigada. — Agradeço com um sorriso amarelo, pego o sapato e jogo dentro de meu apartamento, o trancando novamente.

— Beleza Vê, a gente se fala. Divirta-se! — Ele me dá um rápido beijo na bochecha e entra em seu apartamento, sem a mínima noção de como faz eu me sentir. E que bom. Pois como canta Lulu Santos, meu crush "é uma idéia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer."

ADARISOnde as histórias ganham vida. Descobre agora