L2|| XVII. Verdades Em Grandes Doses

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ALEXIS

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ALEXIS

O silêncio é afiado como a espada colocada contra meu pescoço por Guendri em minha memória. 

A minha frente, um homem que me fez uma revelação da qual não esperava e agora apenas me olha processar toda a informação que acabo de receber dele. 

Mas eu não consigo pensar em nada, para falar a verdade. Raro momento no qual meu corpo inteiro se paralisa por causa de palavras.

Ele me disse uma frase após eu pedir para Lucas me deixar a sós com ele. Apenas uma frase, e o resto do que disse não mais entrava em meus ouvidos, foi barrado por aquela única sequência verbal. 



"Verena é sua irmã." 




Dimitri Bauer contou-me isto antes de tomar mais alguns goles de sua garrafa de whiskey. E eu não me movo desde então. Nem pisco. Ele bebe e me olha. Sem mudanças, bebe de novo e me olha de novo, esperando que eu saia do estático estado de estupor. 

Vinte e poucos minutos depois eu me levanto.

Num súbito movimento em resposta ao que ouvi, pego uma vasilha decorativa no balcão de mármore do apartamento de Dimitri e a arremesso contra a parede. Utensílhos de culinária dentro dela voando em diversas direções.

Ele não fala nada, apenas acompanha o objeto voar com os olhos. 

Tomada por uma raiva maior que meu corpo, vou pegando quaisquer coisas que encontro pela frente e tacando em diferentes direções, irada com tudo. Estou possuída por um rancor incessante que arde minha carne de forma incontrolável. 

O dono do apartamento sendo destruído apenas me assiste terminar de quebrar seus móveis que sobreviveram sua briga com Verena. Ele parece imperturbável, num imenso contraste com meu estado psicológico.

Eu extravaso insanamente.

Mais porcelanas voam, juntas com quadros pendurados na parede da sala atrás de mim. Um abajour encontra seu destino se despedaçando contra o vidro de uma mesinha de canto assim que eu soco a parede ao lado dela.

— O que você e sua irmã tem contra meu apartamento? — É tudo o que diz em tom baixo antes de beber o último gole de sua garrafa, contemplando entediado meu faniquito. 

—  A VERENA É MINHA IRMÃ E VOCÊ NUNCA PENSOU EM ME DIZER NADA ANTES, DIMITRI? — Indago algo que dá para entender entre os dentes cerrados quando pego uma poltrona e a arremesso contra a grande mesa de madeira escura. O assento se choca audívelmente contra o ébano, parando em seguida no chão. — EU CONFIEI EM VOCÊ!

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