L2|| XIX. Ervas Daninhas

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CALI

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CALI

Meus pés quase afundam na estranha terra sob eles enquanto corro com toda a velocidade que sou capaz de ter. 

Apesar de lentas, eu infelizmente não sou tão rápido quanto gostaria de ser. 

Elas me seguem. Eu. 

Mil vezes eu, me perseguem por Cardórie com sardônicas risadelas. Ou ao menos soam como risadelas, sinceramente não posso confirmar, pois meus ouvidos retumbam o som do meu coração.

Olho para trás o mais rápido possível, apenas para saber quão próximas de mim estão. Elas parecem se divertir ao me caçarem, aqueles dentes estranhos para fora. O som que fazem ao moverem seus invulgares corpos é quase uníssono, ecoa em meus ouvidos e arredores, motivando minhas pernas a continuarem sua fuga mesmo sem saber exatamente para onde ir. 

Cardórie é um mundo onde nada é. Irrestritívelmente sem limites, não há onde se esconder nesse mundo de cores estranhas e folhas que nem sei de onde caem pois não existem árvores!

As Calis tentam imitar meu correr. Algumas tropeçam umas nas outras, ultrapassando assim e deixando quem pisoteiam para trás. 

— Deusa! Deusa!!!! — grito e olho ao meu redor, sem nenhum sinal da menina-deusa por perto. Como pode fazer isso comigo e desaparecer! Que serzinho mais... bizarro e cretino! — Deusaaaaaa!!! — tento novamente, mas até o gorjear de suas aves sumiu!

Não estou em meu melhor estado físico, não consigo correr mais rápido. Creio que a magia negra me consome mais e não sei até onde esta fará isso, ou quando parará de me fazer tanto mal. O desgasto físico parece ser maior com ela correndo em minhas veias. Paro para disparar a tossir, algo enorme agarraado a minha garganta, não se sobe nem desce, só me faz sentir que morrerei sem ar.

Elas estão me alcançando!! 

Sem pensar duas vezes, tiro meus pés do chão assim que abro minhas asas e começo a batê-las fortemente para escapar dali. 

Mas para meu azar, esqueço que o céu que achei outrora parecer estar perto demais do chão, está mais perto ainda. 

Eu mal posso voar.

E ainda por cima, elas me imitam. Tem asas quebradas e me perseguem pelo ar, num irritante coral composto por bater de asas que debocham de meus esforços escapatórios num eco irritante, algumas até conseguem se alinhar a meu lado com sádicos defeituosos sorrisos. 

Eu não sei o que querem, mas pela feição que possuem não consigo imaginar que queiram outra coisa além de me machucar. 

Ainda no ar e não vendo nada físico que possa me oferecer temporário esconderijo, tenho uma idéia que apesar de péssima, é a unica: usar o restante de magia negra em meu sangue. A possibilidade disso destruir o pouco de mim que resta surge em minha mente, mas não a considero; não o posso. O perigo da situação não me permite tal luxo. 

ADARISOnde as histórias ganham vida. Descobre agora