L2|| XII. Coincidências Demais, Não Acha?

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SEIS ANOS ATRÁS (continuação)

— O que faz aqui?  quem me arrasta contra a parede é o mesmo loiro gigante com cara de poucos amigos da entrada. 

— Sou magnata. — respondo, erguendo minha mão e mostrando a pulseira neon necessária para estar neste andar. Ou melhor dizendo, usando de ilusão mágica para fazê-lo.

Seu semblante é imutável. Já enfrentei seres maiores que ele, mas não aqui no mundo humano. Ele parece bravo com alguma coisa, pega meu antebraço que se sente fino em sua mão e o ergue, analisando meu pulso. 

— Não tem nada no seu braço. — afirma, voz grave. 

— Claro que tem. — e estou "olhando" para ela agora mesmo. — Olha de novo. — tento convencê-lo.

Ele não o faz.

— Essa área é reservada e seu tipo não é bem vindo aqui. Saia imediatamente e não volte nunca mais. 

Estou levemente ofendida. O que ele quer dizer com "meu tipo"? Nunca fui maltratada nesse mundo, especialmente por homens humanos, ainda mais quando uso esses vestidinhos. 

Sei lá que bicho mordeu o grandalhão aqui, e apesar de eu poder mordê-lo mais forte que qualquer bicho, decidi operar de forma mais passiva. É apenas um humano mal-humorado e eu só queria minha garrafa, não brigas. 

E por isso tive uma idéia.

Aproveitando sua proximidade de mim, tento algo que já vi mulheres humanas fazerem para apaziguarem feras desse tipo: fico na ponta dos meus sapatos de salto agulha para alcançar sua orelha. Roço meus lábios contra ela. Dona Martinha me disse que não há homem que uma mulher não dobre dessa forma. 

Quando no planeta Terra, faça como humanos.

— Como assim, meu tipo? — falo docemente contra seu ouvido dando uma de desentendida, passando a mão por seu cabelo e nuca suavemente. Não sei se faço certo mas lembrando do que já vi humanas fazerem, sigo á risca. Começo a lamber o lóbulo de sua orelha sem muita certeza de que é assim que devo fazer mas dane-se, ele não me pára então imagino que está funcionando.

— O que está fazendo? — o brutamontes resmunga, mas sem me afastar. Ele sabe bem o que eu estou fazendo. Ao menos espero que saiba, pois para falar a verdade eu mesmo não sei ao certo.

De quebra já vou espalhando uns beijos por seu pescoço e para minha surpresa, a fera parece amansar. Haha, seres do sexo masculino são muito estranhos! E divertidos.... eles amolecem mesmo, como Dona Martinha me disse. Obrigada, mulheres humanas, por me ensinarem os melhores truques que existem no universo. Não é a toa que seres de outro mundo atravessam dimensões para virem até vocês. 

Relutantemente, ele segura minha cintura. Alguns beijos a mais em seu pescoço e ele desce a mão para meu quadril. Sinto coisas estranhas, mas não paro. Ele respira fundo por entre seus dentes e me prende contra si com força. Vou beijando, mordiscando e lambendo até chegar em sua boca. Essa parte eu nunca fiz, então decido fazer aqui mesmo. Eu o beijo e ele não devolve a princípio, apenas me aperta um tanto forte demais na cintura. Honestamente, não faço idéia de como se faz isso, mas vamos lá. Quando ele finalmente permite sua língua a se encontrar com a minha eu entendo com funciona: é só deixarmos as duas brincarem uma com a outra. Ele me segura com tanta força contra si agora! Isso é extremamente divertido e me pergunto por que nunca fiz isso antes. 

Mas acho que ele não deve estar gostando pois para de repente, me desgruda dele e agarra meu pescoço, me prensando na parede de novo.  

— Não sei o que diabos você está fazendo, mas é melhor parar. Vou te dizer uma última vez: vá embora daqui. — Ele friza as últimas palavras e se vai, sumindo no corredor escuro.  

ADARISOnde as histórias ganham vida. Descobre agora