L1|| XXIV. Maestral

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Com Igor ainda inconsciente em seu quarto, decidi lhe fazer o favor de verificar como andam seus negócios no mundo humano

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Com Igor ainda inconsciente em seu quarto, decidi lhe fazer o favor de verificar como andam seus negócios no mundo humano.

Já se passaram alguns dias. Ele não melhora mas também não piora, e acho que de alguma forma isso já é bom.

O apartamento de Igor está intacto. Lavei a louça suja que tinha deixado antes daquela noite de sábado, tirei o lixo para fora, apanhei suas cartas e alimentei seu gato.
Procurei por seu telefone por toda a parte e não o encontrando, usei de magia para fazê-lo tocar.

Seguindo o som, o encontrei dentre o vão dos assentos do sofá da sala. Sem bateria, lembro como se faz para recarregar. Assim que conecto o aparelho ele liga, me assustando ao tremer repetidamente em minha mão. Após alguns minutos, ligo para um de seus funcionários do Lírio e disfarço minha voz magicamente, transformando-a na de Igor. Digo que estou em uma importante e urgente viagem e que voltarei em breve. Peço para que cuide de tudo enquanto eu não voltar. O funcionário entende e aceita sem muitas perguntas e eu desligo. Não gosto de mentir, mas não tem outra saída.

Um problema a menos.

Vou até a sacada, fecho os olhos e deixo o sol tocar minha pele. Penso em Igor e em todas as vezes que sentamos juntos aqui neste mesmo lugar, sob este mesmo sol.

Não saber se seu melhor amigo vai ficar bem ou não é uma desolação terrível. Até o sol perde o calor quando se está sem aqueles que se ama ficar perto. Tento não chorar ao lembrar da última vez em que estive aqui. Igor me convenceu naquela vez a "viver um pouco". Esse é o espírito dele, sempre aproveitando tudo o que a vida elfica ou humana tem de bom. Ele quer isso para mim também. Mas meu objetivo me cegou um pouco, não aproveitei meu tempo com ele como devia.

Por causa dele e de seu conselho, fui atrás de Flavio naquele dia e me senti imensamente bem após fazê-lo.

Flavio.

Antes de nos despedirmos naquela tarde no parque jogando basquete, Flavio quis me dar o número de seu celular para que eu ligasse ou mandasse mensagens de texto. Como eu não tenho um aparelho desses, ele acabou anotando uma sequência numérica na palma da minha mão usando uma caneta que fazia cócegas, pedindo para que entrasse em contato assim que tivesse um telefone.

Seguir o conselho de Igor é como se ele estivesse aqui, não é?

Ouvindo meu melhor amigo e suas ordens para aproveitar minha vida ecoar em meus pensamentos, magicamente recupero o número já apagado em minha mão, assistindo a tinta da caneta retornar ao poucos à vibrante e visível existência. 

Tomo coragem para fazer algo que sei que trará algum conforto a meu coração agoniado.

Tomo coragem para fazer algo que sei que trará algum conforto a meu coração agoniado

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