L1|| XXVIII. Seus Sinais

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Minhas primeiras mudas e sementes estão plantadas em fileira num pequeno canteiro artificial que criei na varanda de Igor, seguindo as instruções do livro que Tamires me deu

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Minhas primeiras mudas e sementes estão plantadas em fileira num pequeno canteiro artificial que criei na varanda de Igor, seguindo as instruções do livro que Tamires me deu. Elas precisam de água e sol, então espero que as chuvas de São Paulo regue-as quando eu não puder, e que o sol empreste um pouco de seus raios em minha ausência.

Sorrio para minha futuras plantinhas, satisfeita com as horas de trabalho que tive em comprar, organizar e plantar tudo. Gosto de me manter ocupada, trabalhando por um objetivo.

De acordo com o livro, elas levarão algum tempo para crescer. Mas tudo bem, pois reparei que existem muitas flores no mundo humano, espalhadas pelo chão por toda parte.

Andando por um grande parque próximo a casa de Igor chamado Ibirapuera, eu arranco e recolho todas as que vejo. Algumas pessoas me olham feio e não entendo exatamente por quê.

Volto ao apartamento de Igor e retiro minhas roupas humanas, abrindo minhas asas e voltando as minhas vestimentas adarianas, que consiste em um simples vestido branco.

Igor está mais corado que antes. Parece até dormir, o que tomo como um bom sinal. Coloquei sobre seu criado-mudo a flor que Tamires me deu. Num ato de boa fé, espero que seja essa a primeira coisa que ele veja caso acorde se eu não estiver aqui. Junto à planta, um bilhete meu brevemente explicando o que aconteceu com ele e que eu voltarei em breve.

Me ajoelho a seu lado. Coloco uma mão sobre sua testa e outra em seu peito. Uso minha magia para tentar curá-lo, manter as funções básicas de seu corpo ativas. O que não parece muito, mas fenho fé. Também fecho meus olhos, faço uma prece para Guendri e outra para o Deus que rege o mundo humano, pedindo para que ele olhe Igor por mim.

Não sei se funciona, mas não custa nada tentar.

Com uma sacola bem cheia de flores, uso o espelho de Igor como meu portal para Adaris. 

Chegando em meu lar, checo os arredores para ver se está tudo bem. Não tenho paredes de concreto ou teto de telha como no mundo humano. Moro na parte de dentro no topo de uma árvore, localizada na parte centro-oeste de Adaris. É uma das poucas áreas ainda habitáveis para seres da minha estatura, apesar de que aqui também morre aos poucos.

Todas as árvores dessa parte de Adaris são grossas como prédios humanos, embora secas. Ocas por dentro, servem como ótimas casas para os poucos de nós que sobraram.

Sem perder tempo sigo para o lado Norte, o qual sei que necessita de mais mantimentos. Normalmente não ando muito por essas bandas, mas misturando voar e correr, chego nela em poucos momentos.

O céu aqui tem uma cor diferente. É neon, de cor púrpura. É uma terra plana e seca, com uma parte mais baixa e uma área alta como uma montanha. Aros, pixies, lories e tarsos vivem aqui. Pixies são pequenas do tamanho de vagalumes do mundo humano e brilhantes, vivem em bandos e se escodem por boa parte do tempo em pedaços secos de madeira que caem das árvores.

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