L2|| IX. Rótulo Preto, Líquido Âmbar

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ALEXIS

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ALEXIS

No caminho para o apartamento de Dimitri, o silêncio entre eu e Lucas dentro de seu carro,mais a lentidão do trânsito na noite paulistana, me ajudam a perceber que sinto algo do qual não sei descrever bem. 

Mas posso jurar que é algo em relação a Verena. 

Uma sensação que me sobe pelo peito, lentamente rastejando-se por meu esôfago, se alastrando em minha caixa toráxica e formigando cada fibra muscular por trás dela. 

É desconfortável e preocupante, pois não sei do que se trata. É similar ao que senti na noite em que ela foi atacada em seu apartamento. Quanto mais nos aproximamos do Jardim Europa, mais forte a sensação fica. 

Lucas me pergunta se eu me sinto bem e sem saber exatamente o que responder, apenas balanço a cabeça em um sim. Ele engole a resposta e foca em dirigir. O jeito como ele se preocupa com meu bem estar é estranho. Não estou acostumada com alguém me perguntando como estou a cada cinco minutos. 

Abro a janela do carro dele e deixo o ar quente da noite paulista atingir meu rosto com força, respirando-o para me acalmar. É gostoso e mesmo não surtindo muito o efeito benéfico que procuro, eu aproveito para assistir a cidade e seu eterno mar de prédios e luzes, uma forma de manter minha cabeça ocupada enquanto não chegamos ao nosso destino. 

Após Lucas estacionar o carro e encararmos o opulente e alto retângulo de vidro e concreto onde Dimitri Bauer mora, o porteiro nos deixa entrar ao me reconhecer. Já estive algumas vezes aqui com Cali, e o simpático homem bigodudo sempre nos oferece um mega sorriso do qual eu me esforço para retribuir. 

No elevador, a sensação em meu peito só piora. Ao ponto que me faz colocar a mão no coração e franzir meu cenho fortemente. Lucas me olha com curiosidade e preocupação assim que me vê fazer isso. 

— Sei que já perguntei mas, você não parece nada bem, Alexis. O que está sentindo? — ele coloca sua mão sobre meu ombro e estuda meu semblante. 

— Não sei mas... acho que é alguma coisa com Verena. 

— Como assim?

— Eu já me senti assim antes. Quando ela foi atacada, a vez que te contei no apartamento. E pensando bem... acho que senti algo um pouco mais fraco na primeira noite em que conheci todos vocês, antes de você me convidar para entrar na sua festa. — olho para o nada lembrando daquela noite e sem entender o que esses sinais em meu corpo querem dizer ou o por quê eu os recebo. — Achei que era por causa de uma recente conexão entre o quarto dela e meu lago, mas pensando bem... começou antes disso.

— E você acha que alguma coisa aconteceu com ela?

— Não necessáriamente. A primeira vez que a encontrei ela só estava passando mal com veneno humano. 

Lucas parece aterrorizado de repente.

— Veneno humano? Existe isso? 

— Cachaça... ela tinha bebido muito na sua festa e estava caída no seu banheiro. 

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