Capítulo 56

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Todos me olhavam no mais absoluto silêncio. O único som era de meus soluços.

Passei a mão delicadamente pelo rosto de Peter.

— Me perdoa, Peter. Me perdoa por ter sido sempre tão chata com você, por todas as vezes em que você tentou me agradar e eu não dei valor. Me perdoa por não ter aproveitado o tempo que passei com você e por ter te deixado confuso. Me perdoa por ter sido sempre tão fechada e nunca ter deixado você se aproximar. Eu não queria admitir, mas a verdade é que eu te amo! – Fechei meus olhos – Eu te amo muito, Peter, mas agora é tarde, porque eu perdi você. Eu passei tanto tempo preocupada em não te perder, e agora nunca mais vou ter a chance de ficar com você. Me perdoa! Você não é um idiota, não é bobo nem nada disso que sempre chamei você! Você é...

— Bonitão?

— Sim, você é lindo!

— E inteligente?

— É, com certeza!

— E o amor da sua vida?

— Sim, voc... Espera! – Só então me dei conta de que Peter estava falando comigo, o que significava que ele estava vivo.

Olhei para ele, que exibia um sorrisinho fraco. Sem pensar duas vezes, e ignorando a plateia, beijei-o intensamente.

— Ei! Ei! – Interveio Tony, pasmo.

Natasha segurou em seu braço e disse:

— Deixa disso, Tony. Você não tem moral.

Ele olhou para ela, incrédulo, e Steve sorriu, concordando com a moça.

Peter, ao separar seus lábios dos meus, olhou em meus olhos e disse:

— Não acredito que eu tive que quase morrer pra você dizer que me ama.

— Prometo te compensar por isso. – Sorri, e ele sorriu de volta.

— Detesto interromper, mas nós precisamos cuidar desse probleminha aí. – Disse Tony, apontando para o peito de Peter.

— Eu cuido disso. Acredito que você tenha outros problemas pra resolver agora. – Falou Steve, apontando sutilmente para mim.

Steve e Natasha saíram com Peter para socorrê-lo, e logo eu estava ali sozinha... Com o meu pai. Tony olhou para mim e ambos ficamos em silêncio. Eu olhava para ele, tentando encontrar palavras para usar.

— Por que você não me contou?

— Eu não sabia como.

— Eu vou morar com você e você ia continuar escondendo isso de mim? Há quanto tempo você sabe disso?

— Sua mãe me contou no hospital. Logo antes dela... No dia em que... – Ele não conseguiu terminar a frase.

A polícia chegou e começou a fazer perguntas para Tony, que parecia não querer conversa. Ele apenas apontou David como autor de sequestro e tentativa de homicídio e fez um sinal para que eu saísse dali. Nota-se que a polícia de Nova York era bem eficiente, chegando depois que o perigo já havia passado. Mas isso já não importava mais. David estava nas mãos da justiça agora e isso me aliviava.

Logo jornalistas começaram a chegar e tudo ficou um inferno. Tony pegou seu celular e, ignorando a todas as perguntas dos jornalistas e paparazzis, fez uma ligação.

Eu estava quieta em um canto, tentando não chamar atenção, mas não demorou para que um jornalista me visse e chamasse a atenção de todos para a "garota perdida nos escombros".

— Você viu o que aconteceu aqui? Você estava aqui no momento do crime? O que aconteceu? O Homem de Ferro salvou você? – Perguntavam todos ao mesmo tempo.

— Ela não vai responder perguntas. – Disse Tony, afastando a todos, o que só os deixou ainda mais alvoroçados.

Todos queriam saber quem eu era e o porquê de Tony afastar as câmeras de mim desse jeito. Eu já estava ficando nervosa com tanta gente ao meu redor, quando Tony pegou em minha mão e me puxou. Eu tentava cobrir o rosto dos flashs enquanto atravessava a multidão de pessoas, microfones e câmeras, até que avistei algo familiar. Havia um carro parado e Happy estava no banco do motorista. Suspirei, aliviada.

Entrei rapidamente no carro e olhei para Tony, que permanecia do lado de fora.

— Você não vem? – Perguntei.

— Não. Preciso dar um jeito nessa bagunça e me certificar de que David vai pegar pelo menos uns 30 anos de cadeia.

Ele fechou a porta do carro e Happy não esperou para arrancar em alta velocidade, deixando todos para trás.

— Pra onde você tá me levando, Happy? – Perguntei, sentindo-me totalmente perdida.

— Pra casa, Srta. Jones.

Casa. Qual casa? Eu já não tinha uma casa fixa há um tempo. Ele estava me levando para a minha casa? Para a casa de Tony? Para a casa de Peter?

Peter. Como ele estaria naquele momento? Senti o coração apertado e um medo imenso de perdê-lo. Eu me sentia tão culpada por ter negado meus sentimentos por todo esse tempo. Jamais iria me perdoar se algo acontecesse.

Após um longo caminho, Happy parou o carro em frente a uma grande e luxuosa mansão. Eu já imaginava onde estava. Happy e eu saímos do carro, e ele pegou seu celular e disse, apenas:

— Ela chegou.

Olhei para ele sem entender. Eu me sentia tão confusa e inerte. Olhava em volta, mas tudo parecia distante, e eu só conseguia ouvir a risada maníaca de David. Voltei a mim quando ouvi um barulho, e vi Pepper abrindo a porta da casa.

— Ah, querida! – Disse ela, vindo rapidamente até mim e me abraçando. Abracei-a de volta, no automático.

— Liguem se precisarem de alguma coisa. – Disse Happy, entrando no carro e indo embora.

Pepper me levou para dentro e me fez sentar no sofá. – Vou trazer um copo d'água pra você. Deve estar exausta.

Fiz que sim com a cabeça, sem raciocinar sobre o que ela havia dito. De qualquer forma, eu realmente estava com sede.

I (don't) Need a Hero!Onde histórias criam vida. Descubra agora