Capítulo 66

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Peter mandou mensagem dizendo já estar pronto. Desci as escadas e encontrei Pepper lendo um livro no sofá. Ao me ver, disse:

— Uau! Você tá linda.

— Obrigada, Pepper.

— Tony já viu você?

— Ainda não.

— Tá lá embaixo.

Fui até a oficina, ou garagem, ou seja lá qual for o nome e encontrei Tony analisando minuciosamente uma peça de sua armadura de Homem de Ferro.

— Ei. – Falei, um pouco tímida.

Ele voltou sua atenção para mim, como se eu o tivesse tirado de seus pensamentos.

— Tá bonita. Já tá pronta?

— Obrigada. Tô sim.

— Tá certo. Vou pegar a chave do carro.

— Achei que fosse pedir pro Happy me levar.

— E não ter a certeza de que vocês vão realmente entrar no shopping? Sem chance. Vamos.

Sorri levemente. Coruja era pouco para descrever Tony. Dei um beijo em Pepper e fomos até o carro. Pensei se não havia algum repórter curioso me vendo entrar no carro com Tony, mas logo tirei essa ideia da cabeça. Após algumas perguntas como “o que vão fazer?”, “tá levando dinheiro?” ou “vão só vocês dois?”, chegamos ao shopping.

— Tudo bem então. Antes de sair, preste atenção nas regras. – Disse Tony.

— Regras?

— Nada de mãos em lugares indevidos, nada de mordidas, agarrões, chupões ou quaisquer outros “ões”, não faça nada que eu não faria e principalmente não faça absolutamente nada do que eu faria! Venho buscar vocês às dez e meia e é bom eu não encontrar vestígios de regras quebradas. Estamos entendidos?

— Sim senhor, sargento. – Zombei de sua exigência.

Ele me olhou seriamente e eu dei um sorrisinho.

— Não se preocupa. Eu tenho juízo. – Falei, saindo do carro.

Entrei no shopping e comecei a procurar por Peter. Em sua mensagem ele dizia estar me esperando em frente à uma loja de games, e eu não ficaria surpresa se ele tivesse entrado para ver os lançamentos.

Avistei o garoto e fui até ele, o coração batendo forte. Usava um moletom branco, calça jeans e tênis, e parecia mais lindo que nunca. Ao me ver, Peter abriu um sorriso.

— Você tá linda.

— Obrigada. Você também.

— Quer tomar um milk-shake? – Perguntou ele.

— Quero sim.

Fomos até a praça de alimentação e pedimos milk-shakes para nós.

— Um de chocolate e um de morango. – Pediu ele. Sorri ao ver que ele já sabia do que eu gostava. Pegamos nossos copos e começamos a andar pelo shopping.

— Como tá o machucado? – Perguntei.

— Bem melhor, mais ainda não posso fazer muito esforço desse lado, o que é bem difícil considerando que eu vivo tendo que salvar pessoas por aí.

— Essa sua vida de herói ainda vai acabar te matando.

— Já falei que não é assim tão fácil derrotar o Homem Aranha.

Dei de ombros. Acabamos nossos milk-shakes e continuamos a andar sem um rumo específico, até que sugeri:

— O que acha de irmos no cinema?

— Legal. O que tá em cartaz?

— Não sei. Vamos dar uma olhada, embora eu não me importe muito com o filme.

— Quer ir no cinema e não se importa com o filme?

Sorri percebendo a inocência de Peter. Sem dizer mais nada, fomos até o cinema e escolhemos um filme de suspense. Peter insistiu em pagar os ingressos e eu acabei cedendo, mas comprei alguns docinhos e chiclete de hortelã.

Entramos na sala e sentamos em nossos lugares. Não havia ninguém sentado ao nosso lado, e fiquei muito grata por isso. O filme começou e Peter parecia um pouco nervoso, então encostei a cabeça em seu ombro para dar mais confiança (tomei o cuidado de sentar do lado de seu ombro bom justamente para poder fazer isso sem machucá-lo).

Ao perceber o que eu estava fazendo, Peter passou o braço ao redor de meus ombros, aconchegando-me. Olhei para ele e aproximei meu rosto do seu, roubando-lhe um beijo. Ele sorriu e beijou-me docemente.

— Acho que entendi porque o filme não importa. – Sussurrou ele, num sorrisinho.

Limitei-me a sorrir e encostar minha cabeça em seu ombro novamente, sentindo seu perfume e suspirando.

Conforme o filme foi rolando, Peter pareceu ficar um pouco mais confiante. Já mostrava mais segurança em me beijar e até mesmo dava algumas mordidinhas em meus lábios. Isso estava ficando interessante.

Em determinado momento, Peter separou seus lábios dos meus lentamente e começou a beijar meu pescoço. Aquilo me deixou arrepiada. Quando eu iria imaginar que o tímido Peter Parker tomaria uma atitude inusitada como essa?

Quase podia ouvir a voz de Tony ecoando em minha mente com suas “regras”, e o fato de estar ignorando tudo o que ele havia dito não me causava remorso algum. Pelo menos, não naquele momento, onde tudo o que eu sentia era um friozinho na barriga.

— Tá cheirosa. – Sussurrou Peter, próximo ao meu ouvido. Seu hálito fresco era como um vício que só aumentava minha vontade de beijá-lo, e eu estava decidida a não ficar só na vontade.

I (don't) Need a Hero!Where stories live. Discover now