Procura-se uma Secretária [concluída]

Sete

Capítulo 07, por Ethan Watson
Parceiros

Depois de uma noite estranha ao lado da secretária, ainda consegui chegar atrasado no dia seguinte à empresa, graças a uma documentação sobre o tal Hector que o doce Tommy Wilfiger me enviou às 05h00 AM.

Estava tão concentrado na leitura, que só notei a presença de Tyler tempos depois da sua invasão.

— Seria mais apropriado levá-la à um restaurante ou para o cassino? — Tyler pergunta, bebericando do meu copo com whisky.

— Cassino. — respondo friamente.

— Não acho, ela é... diferente. Talvez curta mais um jantar romântico.

Reviro os olhos pela milésima vez naquela manhã.

— Ela não é diferente, pequeno Tyler. A Srta. Hayes tenta ser difícil, mas no fim é só mais uma.

O meu amigo pensa em responder, mas somos interrompidos por Rebecca.

Ela entra na sala como um furacão, me olhando como se acabasse de falar que Deus não existe para evangélicos extremistas.

— Vocês dois são tão idiotas. — tomou o copo da mão de Tyler e bebeu o líquido de uma só vez. — Ouçam bem a verdade: Marjorie não gosta de homenzinhos como vocês. Provavelmente já estão na lista de bocas que ela nunca beijaria.

— Como sabe dessa tal lista?

— Esqueceram que eu também sou mulher? Todas têm, podem acreditar em mim. — diz e senta no sofá ao lado de Tyler.

Nos últimos dias, Marjorie Hayes tem sido a principal pauta dos nossos encontros e eu detesto isso. Essa mania de vangloriar, ou colocar essa maldita ateniense em um patamar acima de nós tem que acabar.

Estamos como um grupo de adolescentes que só comentam sobre a roupa da novata do colégio e, isso me dá náuseas.

O meu telefone toca e atendo de imediato.

E falando no diabo...

— Seu pai está a sua espera na sala de reunião, Ethan. — a sua voz suave ressoa do outro lado da linha, como quem ainda não está totalmente acordada.

Desligo sem respondê-la e saio da minha sala, pedindo aos dois inúteis que ficaram nela para tentarem não destruir nada na minha ausência.

Pego o elevador e tomo uma respiração profunda antes girar a maçaneta, dando de cara com os meus pais.

— Mais uma daquelas reuniões para falar mal de mim? — perguntei, sentando em uma das cadeiras mais afastadas.

— Se você andasse na linha, não reclamaríamos tanto. — meu pai fala.

— Talvez tivéssemos algum avanço, se vocês parassem de me controlar como um adolescente de 16 anos.

— Então pare de se comportar como um. É simples, não acha? — seu tom estava mais rígido, e ali sei que já consegui o irritar.

Pensei em responder a sua pergunta, mas o olhar da senhora Watson me faz ficar em silêncio.

— Chega, por favor. Não estamos aqui para discutir isso, ok? — passou a mão na minha gravata, apertando o nó com facilidade. — Viemos falar sobre o seu projeto.

Encaro o meu pai como quem não quer nada, mas no fundo perguntando o porquê daquilo. Ele prometeu não se envolver, desde o princípio. Só usaria o nome da empresa e nada mais, apenas Ethan, Ethan sozinho.