Quinze

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Capítulo 15, por Marjorie Hayes
Mamãe? Temos Problemas

Ethan poderia ser tudo, menos pontual. Como eu já esperava, ele chegou um pouco mais tarde que o combinado.

Desço e o encontro na fachada, escorado no seu carro com o sorriso convencido de sempre estampado.

— Assim o acionista não vai conseguir prestar atenção nos negócios. — se aproximou, dando um beijo casto em seu pescoço.

Sorri com o seu comentário, também vislumbrada com a sua beleza. Sem dúvidas, Ethan Watson, era um dos homens mais bonitos que eu já vi em toda a minha vida. E àquilo não estava relacionado à suas roupas, era simplesmente vindo do DNA, com a genética de Elliot e Katherine, não poderia vir coisa melhor.

— Uma pena para ele, não? — brinquei e ele abriu a porta, me dando espaço para entrar no veículo.

Ele não me disse onde me levaria, mas pelos seus trajes, provavelmente também estou a caráter para entrar seja lá onde for.

Eu ainda não conhecia àquela parte de Long Beach que estávamos percorrendo, e acabou que paramos bem perto do porto, justamente onde a vista das janelas panorâmicas da sala de Elliot nos leva.

O restaurante que ele escolheu foi o Parkers' W. Lighthouse, e fiquei em êxtase quando soube que a culinária era de frutos marinhos.

Apesar de todas as pessoas do local conhecerem Ethan, era um lugar extremamente aconchegante e, podemos dizer que até romântico. Não havia muita movimentação e barulho, a não ser o som das ondas e uma música calma que soava em todo o ambiente.

Ethan segurou a minha mão até chegarmos na mesa que estava reservada para nós. Rapidamente um dos garçons nos trouxe o cardápio, que por sinal era repleto de comidas com nomes de pronuncia de difícil até mesmo para uma poliglota.
Acabamos pedindo mariscos para acompanhar algumas ostras deliciosas, e como sobremesa, o clássico sorbet de limão.

Conversamos muito sobre algumas particularidades das nossas vidas e não podia negar que Ethan sabia ser atencioso com suas acompanhantes quando queria. Sua presença foi tão agradável que, se alguém ousasse me falar que eu estaria com borboletas no estômago por estar jantando com Ethan há uma semana atrás, eu pediria para internar essa pessoa.

— Vamos? — sua voz diz um pouco morgada, enquanto dava o último gole no seu copo de whisky.

O encaro com uma expressão divertida. 

— Não acho que nos deixarão sair sem pagaram a conta.

Ethan franziu o cenho.

— Sou sócio do lugar, o W. não está na fachada à toa. — segurou a minha mão e me ajudou a levantar, pegando o meu blazer da cadeira com a outra.

Agora estava óbvio o motivo de absolutamente todo mundo o conhecer.

— Me desculpe, Sr. Eu Compro Tudo. — respondo em uma falha tentativa de imitar a sua voz grossa. — Isso foi ridículo.

Ele gargalhou, acenando para o homem que abriu a porta para sairmos do estabelecimento.

— Queria que conhecesse o meu outro local de trabalho, você sabe, sou um homem de muitos negócios. — arrumou sua gravata e forçou a voz, tentando fazer pose.

— Um verdadeiro CEO. — completei, puxando o meu blazer que estava com ele, contudo, seus planos eram outros.

Ethan não soltou como eu esperava que ele fosse fazer, pelo contrário, aproveitou a situação para também puxar, me fazendo ir em sua direção em um instante. Foi um movimento esperto, devo salientar.

Um dos seus braços rodearam a minha cintura, e com a outra mão ele erguia o meu queixo, querendo que eu o encarasse.

Meus olhos esbarraram nos seus por segundos que mais pareceram horas e vejo quando o seu olhar desce para o meu decote, subindo na mesma rapidez para a minha boca.

— Está esperando uma autorização ou algo do tipo? — pergunto, umedecendo os meus próprios lábios.

Ethan sorri de lado, me mostrando com um simples olhar que eu me arrependeria por apressá-lo.

Ele empurra o meu corpo contra o seu carro, me fazendo dar alguns passos para trás, até sentir minhas costas encostarem no automóvel. Suas mãos sobem no intuito de apalpar minhas curvas e param na cintura, me deixando sem nenhuma escapatória.

Meus lábios são atacados no instante em que o seu corpo se cola ao meu, com sua língua abstinente, sedenta por mais, iniciando um beijo  amargo por conta do whisky e cheio de segundas intenções.
Meus braços envolvem seu pescoço e seguro alguns dos seus fios de cabelo, sei que isso o entusiasmou quando aperta minha cintura ainda mais, chocando os nossos sexos e desferindo mordidas no meu lábio inferior.

Diamond Heart começa a tocar e por um curto período de tempo penso que àquela seria a trilha sonora do nosso beijo, como nos filmes. Entretanto, o sonho não durou tanto quanto esperava, e os lábios do ruivo à minha frente se afastaram dos meus para que pudesse atender a maldita ligação.

Tiro o celular da bolsa com dificuldade, ainda reparando nos beijos que Ethan depositava furtivamente no meu ombro.

— Merda, merda. — deixo escapar, antes de recusar a ligação e visualizar 5 mensagens deixadas pela minha mãe. O furacão estava de volta.

Procura-se uma Secretária [concluída]Where stories live. Discover now