CAPÍTULO DOIS

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*Olá, galera! Estou soltando só mais esse capítulo antes de começarmos as postagens oficiais (deduzo que vou postar dois por semana, um na segunda e outro na sexta). Esse é pra vocês conhecerem Leyr, um dos meus favoritos da história <3. As partes de ação normalmente ficam com ele, como vocês vão ver agora rs.

Espero que estejam gostando!*

A feira de rua estava lotada, como sempre. Por mais altas que fossem as vozes dos vendedores, ainda se ouvia o som das máquinas trabalhando dentro das indústrias por perto.

Leyr passava no meio da multidão de cabeça baixa e com capuz. Até ali, na zona mais pobre do Lado de Dentro, o governo lotara as paredes com seus cartazes de procurado. Tinha que ter cuidado.

O problema da criminalidade na zona leste era tão forte a ponto de enviarem soldados — não policiais, soldados — para patrulharem a área. Eles até podiam ser ninjas com roupas à prova de balas e treinamento pesado, mas nada era capaz de conter a insurgência no local. Agora mesmo, o rapaz acabara de presenciar o contrabando de Imunitórios, algo comum em lugares miseráveis.

Enquanto estava passando ao lado de uma barraca de frutas, Leyr tirou sua mão do bolso e, com seus dedos ágeis, furtou uma única uva de um dos cachos à venda. Depositou-a na boca logo em seguida.

— Leyr, lembre-se de não chamar atenção! — repreendeu Chloe em seu ponto no ouvido. — Eles também estão assistindo.

A garota hackeara as câmeras da rua para acompanhá-lo na missão. No entanto, ela não conseguira bloquear o acesso da Segurança Humanitária, o que significava que eles também podiam estar vendo.

— Relaxa, foi só uma uvinha — retrucou o rapaz. — Tenho certeza que ninguém notou.

— Só... mantenha discrição, sabe? Sua cabeça vale quinhentos mil.

Após um suspiro, Leyr prosseguiu com seu objetivo. O alerta foi necessário para que ele começasse a tomar mais cuidado em deixar seu rosto escondido. Ele não podia, de jeito algum, revelar quem era. Todos ao seu redor eram pobres e viviam em situações péssimas, com dívidas, prestes a serem considerados Insurgentes. Dariam tudo por quinhentos mil coins.

— Soldados vindo à sua esquerda — avisou Chloe.

Leyr ergueu a cabeça por segundos, apenas para encontrá-los. No primeiro vislumbre, já se virou para a direita e começou a olhar as miçangas de uma barraca qualquer. Brincos estavam pendurados em uma viga de madeira, os quais o rapaz começou a apalpar. O vendedor falava algo para quem se aproximava e demonstrava interesse; diversas pessoas se amontoavam entorno da barraca. Quando os soldados passaram pelas costas de Leyr, uma forte tensão subiu aos seus ombros. Ele pôde ouvir os passos pesados deles.

— Pode ir — anunciou Chloe.

Voltou ao tumulto enquanto a garota continuava a ditar as direções. Um pouco antes de chegar ao seu objetivo, Leyr presenciou uma briga de duas mulheres por um pacote de feijão. Um soldado chegou para intervir apenas quando o pacote estourou e os grãos se espalharam por toda parte. O homem ordenou de forma arrogante que as duas se retirassem e não voltassem a brigar.

O garoto só conseguia sentir raiva. Os soldados sentiam-se tão superiores aos outros. Por que não tratavam as pessoas do centro da cidade assim? Por que apenas os mais pobres enfrentavam feiras lotadas para comprar os suprimentos básicos?

Chegou, enfim, à lanchonete na qual Caillo Jonas estava almoçando. Logo na entrada reparou em um dos cartazes de procurado com sua foto. Precisava ter muita cautela para não chamar atenção. Só tinha uma chance de conseguir o Passaporte.

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