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— Sabe, você não precisa ir embora — Harry guardou as coisas na caixa e escondeu no armário — Podemos nos conhecer.
Louis, que guardava as coisas na mochila, arqueou a sobrancelha.
— Achei que só nos falaríamos por causa de nossos avôs.
— Podemos ser bons amigos também. Gostaria de chá ou suco?
— Suco. Por que me quer como amigo?
Harry tirou a jarra da geladeira, e então suspirou.
— Sabe, eu não tenho muitos amigos aqui. Só tenho Zayn, e Zayn às vezes fica ocupado. Ele some e só volta dias depois.
— E eu sou um perdido na cidade que está dando aula para adolescentes.
— Já é o começo de uma amizade — Harry empurrou o copo — Por que a gente não fala sobre alguma coisa?
— Do tipo?
— Me fale sobre você, eu gosto de saber dos outros. É melhor do que minha vida.
— Por quê?
— Minha vida é completamente sem graça e triste.
Harry suspirou e sorriu, mas sabia que por dentro, a sua vida lhe deixou marcas profundas. O nome de Grace ainda lhe machucava, o som de como tudo aconteceu. O que lhe deixava com vontade de sumir, de chorar ou até mesmo de morrer.
Ele ficou recluso durante meses após a dispensa do exército. Suas feridas cicatrizaram, ele saiu da cadeira de rodas, mas ainda sim, o que os analgésicos não curavam, era as feridas da alma.
— Minha vida era um caos durante o exército — Ele começou — Eu fui de alta patente lá dentro.
— Sargento?
— Sargento Mestre — Harry justificou — Um dos melhores do pelotão. Liderei equipes, cuidei de feridos. Aprendi tudo o que um soldado deve fazer.
— Qual país você foi enviado?
— Afeganistão.
— Muito doloroso.
— É de seus antepassados?
— Meus bisavós e meus avós são palestinos.
— Eu sempre fui britânico. Minha família tem raízes pela Europa, e eu não tenho muita história. A família Styles sempre foi de militares, com exceção do vovô Frederick.
— Por que você escolheu a carreira militar?
— Foi meio que coercitivo. Eu estava sendo um rebelde sem causa e meu pai não tinha paciência para me buscar na delegacia, e minha mãe estava exausta.
— Um menino complicado.
— Digamos que minha adolescência era festas, drogas e bocetas.
— A última parte não me faz atração.
Harry riu.
— Eu sei, desculpa.
Louis mexeu na xícara.
— Minha família sofreu xenofobia durante anos. Nos culpavam pela guerra que está nosso país, mas nunca foi. Os EUA invadiram nossas terras, e outros se aproveitaram disso e começaram a causar o caos. Meu avô perdeu o irmão, Stan. Ele morreu em um atentado. Além de alguns sobrinhos.
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Alabama Song ➳ Larry version
FanfictionNa década de 50, na idade do ouro no cinema e Elvis reinava na terra da música, o jazz ainda tocava nas ruas de Paris, Frederick Styles tomava conhaque no Le Trous, e Keith Tomlinson era um aspirante à escritor que amava a vida. O caminho dos dois f...