Alto preço - Clexa

QUEBRANDO REGRAS

Fala, pessoal!

Bora ler?

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O que você faria se para ser feliz fosse necessário quebrar suas próprias regras?

Deixaria a oportunidade passar para manter sua palavra de honra?

E do que vale a honra se não houvesse mais nenhuma outra oportunidade?

[...]

Lexa estava sentada tomando seu café da manhã no espaço reservado da Borderline. A parte reservada aos funcionários da casa não era tão luxuosa quanto às áreas comuns de acesso aos clientes, mas era de longe bastante confortável. Havia uma cozinha compartilhada, sala de estar com grandes poltronas e pufes, banheiros privativos e alguns quartos (fora os quartos destinados aos clientes). Estava feliz pelo serviço bem pago da noite passada e de quebra teve a noite mais incrível de sua vida. E olha que tivera muitas noites tórridas e quentes, mas aquela foi de longe especial. Estava sorrindo abobalhada, quando foi abruptamente retirada de seus devaneios.

- Sabe que está com cara de boba apaixonada, não sabe? Questionou Octávia servindo-se de uma xícara de café quente.

- Apaixonada? Eu? Poupe-me, Oc! Deu um longo gole no seu café morno e fez uma careta de desgosto. Sim, estava morno, pois estava há uns bons minutos pensando num certo par de olhos azuis. Ao constatar isso, sentiu um frio na boca do estômago e uma contração em seu sexo a fez ficar excitada. Estava ardendo de desejo pela noite anterior, mas não poderia sucumbir ao sentimento.

Era uma prostituta.

E prostitutas não se apaixonam.

- Quem é ele? Foi meu irmão? Perguntou Octávia curiosa.

- Não, não foi seu irmão e nenhum outro amiguinho babaca dele. Levantou-se e jogou o café frio na pia.

- Tudo bem, você viu se o Lincoln estava acompanhado? Sabe, se ele ficou com alguma coleguinha... Ela perguntava com seus olhos esperançosos. Havia esperança que Lexa dissesse que ele havia sido um verdadeiro gentleman. Woods soltou um suspiro aliviada por saber que o papo de "olhar apaixonado" foi só para iniciar a conversa. Soube logo que a morena mais nova estava apenas querendo saber do crush. Detestava esses rodeios. Era uma mulher direta e sem papas na língua.

- Eu poderia ser uma vadia qualquer e mentir sobre isso. Voltou a sentar-se e pegou na mão da amiga. Mas eu sou sua melhor amiga e uma péssima mentirosa, você sabe. Então vou poupar-te dessa humilhação. Era a despedida de solteiro do teu irmão. Eles são melhores amigos e, bem, foi Lincoln quem deu a festa a ele, não acha que não teria tirado proveito disso?

Os olhos de Octávia encheram-se de lágrimas. A onda de decepção se abateu sobre seus lindos olhos azuis ao constatar que o homem da sua vida era um galinha sem escrúpulos. Estava magoada, amava aquele homem mais do que sua própria dignidade, mas as lágrimas não tiveram tempo de cair...

- Suponho que tenham faturado muito essa noite, meninas. Uma voz melosa e rouca reverberou entre as paredes daquela cozinha pequena.

- Suponho que já tenha recebido sua parte, Costia. Lexa falou entre os dentes. Não gostava nenhum pouco daquela mulher. Era uma cobra venenosa que Finn Collins havia colocado na gerência do bordel.

Sim, Finn Collins era dono do bordel mais luxuoso da cidade. As acompanhantes de luxo, era assim que se chamavam, eram as mais lindas e também as mais caras. Costia Gardner era uma grande filha da puta que ajudava a administrar a casa e também uma das garotas preferidas de Collins. Apesar do caráter dúbio, Costia era uma mulher linda e muito atraente. Na Borderline moravam algumas meninas e havia um alojamento conjunto para as mais "baratas", porém as preciosidades tinham seu próprio apartamento ou dividiam, como era  caso de Lexa e Octávia. Essa era uma maneira de Finn ter todas quando quisesse. Filho único de empresários, a família Collins detinha um poder aquisitivo quase estratosférico, entretanto o negócio de Finn com o bordel era clandestino. Por isso, tudo era em nome de Gardner. Mas a garota preferida de Finn era Alexa Woods. E não era novidade alguma que ele nutria grandes sentimentos pela morena, mas nunca assumiu o romance por medo da família. Eram extremamente conservadores e o relacionamento com uma garota de programa seria o fim de sua vida social.