XEQUE-MATE

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Caros, leitores e amigos.

É com um imenso sentimento de dever cumprido, que lhes trago o antepenúltimo capítulo de "Alto Preço".

Informo que este capítulo está extremamente delicado. Confesso que eu mesma chorei escrevendo-o, colocando nestas linhas, todo meu sentimento.

Relembro-vos que isto é apenas um FANFIC e que nada disso é real. Peço desculpas antecipadamente se em algum momento lhes trouxer algum gatilho emocional.

Não leiam se não se sentirem bem. Aviso que, para mim, foi muito forte escrever isso e eu realmente decidi compartilhar isso com vocês.

No mais, desejo-lhes uma excelente leitura e um domingo junto à família e àqueles que tanto amamos.

" Somos apenas passageiros, disto sabemos. O que nos deixa viver intensamente é que não sabemos em que ponto vamos descer deste trem chamado vida"

Obs.: Situações passadas que ocorreram de forma simultânea estão destacadas em itálico.

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Seu corpo suava frio e as dores que lhe atingiam o ventre a faziam arquear sem ter para onde fugir. Contraia-se acuada no canto, evitando despertar a atenção da mulher mais velha ou do rapaz transtornado. Tremia de frio e de medo. Apavorada estava em saber que seria descartada, tão logo quando desse a sua vida em troca da vida de sua única filha.

Eles não haviam sido nada sutis ao discutirem banalmente sobre o destino de sua existência. Niylah tinha plena certeza de que morreria, mas não sabia se seria antes ou depois que sua filha nascesse. Porém, no fundo de seu coração restava-lhe uma chama. Uma esperança quando, pelo segundo dia, as dores em seu ventre haviam amenizado. Em sua última consulta ela tinha sido avisada: ainda havia mais umas duas semanas para que a pequena Nicole viesse ao mundo e pelos seus cálculos não estava tão longe assim. Rezava apenas para que as encontrassem antes que fosse demasiadamente tarde. Porém, não estava em seus planos sentir algo molhar suas pernas como água. Gemeu de frustração, caindo no choro quando outra vez a dor lhe sobreveio mais forte e implacável. Gritando por socorro, implorando por um tiro implacável entre sua testa, sendo suficientemente reconfortante pela agonia que sentia.

O fardo seria mais leve do outro lado da vida?

- Ela está entrando em trabalho de parto, Finn. Preciso que decida o que fazer de uma vez. Abby reclamava com Finn outra vez. Encontravam-se num impasse entre matar Niylah e o bebê ou apenas Niylah.

Há dois dias estavam escondidos numa cabana abandonada, sobrevivendo com o improviso, pouca água, pouca comida e nenhuma comunicação com o mundo exterior. Enquanto Abby cuidava de Niylah, Finn intermediava com Kane.

E nenhum dos dois sabiam quais eram os reais planos de Marcus Kane.

- Preciso pensar, preciso pensar... Ele caminhava de um lado para o outro, coçando a cabeça com a ponta da pistola. Totalmente desnorteado.

- Se tivesse a matado antes, não estaria precisando pensar, Collins.

- Mate-a você então. Eu não vou matar essa mulher. Ele se sobressaltou raivoso.

- Eu não posso e você sabe muito bem disso. Ela respondeu-o secamente.

Ele sorriu desgostoso.

- É por conta desse patético juramento que você fez?

- É por conta do juramento que fiz pela minha profissão sim, Collins. E essa tarefa não é minha, era sua. Apenas fiz o que Kane me pediu. Parece que ele adivinhou que você não teria coragem o suficiente para fazer o trabalho completo. Resmungou a doutora renomada.

Alto preço - ClexaOnde histórias criam vida. Descubra agora