UMA VIDA POR UM SEGREDO

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SURPRESAAAA!

Bora ler?

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JAKE'S POV:

Durante aquela manhã, enquanto Lexa permanecia em observação na enfermaria, eu conversei com o detetive Green e ele me levou para reconhecer o corpo. Era mesmo Carl Emerson. Pelo relato do legista, ele morreu torturado, tendo seu olho arrancado quando ainda estava vivo. Já havia uma linha investigativa que apontava Finn Collins como mandante, se não o próprio executor do crime. Mas o detetive Green assumiu o caso e decidiu agir com cautela para que Collins não fugisse da justiça, por essa razão a investigação corria secretamente sem que ele próprio desconfiasse de nada. Eu prontamente apoiei a decisão e faria o que fosse possível para descobrir as intenções de Collins por detrás dessa barbaridade, antes de jogá-lo na cadeia de onde nunca mais sairia.

Depois disso, fui ao encontro de Lexa. Já passava do meio-dia quando saí do pronto socorro acompanhando dela. Fizemos todos os exames e procedimentos que poderiam ter sido feitos: ela e os bebês estavam bem. Eu entendo que a vida dela não é da minha conta, mas saber que ela estava grávida foi como um choque de realidade e perceber que ela quase tirou sua própria vida foi um choque maior ainda. Certamente hoje choraríamos um segundo funeral... Sorte eu ter entrado naquele apartamento a tempo.

Durante a volta, Lexa se recusava a falar. Ainda não estava preparada para contar-me o que aconteceu e eu respeitei seu silêncio. Fizemos o percurso até o hotel onde eu sempre me hospedava em absoluto silêncio, e, ao contrário dela, seu telefone vibrava sem parar. Estava guardado no meu bolso e eu lembrei-me de devolvê-lo naquela ocasião. Puxei o aparelho e estiquei-o em sua direção, mas ela não quis atender e apenas afastou o aparelho com as mãos antes de virar seu rosto totalmente para a janela do carona.

Olhei para o display onde apontou um número conhecido, porém eu não estava me lembrando a quem pertencia. Minha curiosidade aflorou e então eu atendi. Lexa me olhou desacreditada que eu havia atendido o telefone dela, mas relaxou quando eu desliguei em seguida.

- Seja lá quem for, não queria falar comigo. Eu disse voltando a minha atenção para o trânsito, largando o celular sobre o colo dela, lugar onde ficou e foi ignorado até nossa chegada ao hotel. Na recepção, avisei ao gerente que Lexa se hospedaria comigo, mas que mantivesse anônimo seu cadastro. Por mais que eu quisesse apenas ajudá-la, eu não poderia esquecer-me de que Abby, minha esposa, volta e meia fiscalizava as faturas de meus cartões durante as minhas viagens a negócios. Desta forma eu sempre tinha um caixa reservado, seja para pagar hospedagens extras ou até mesmo uma noite com Lexa.

[...]

- Já que você não quer conversar, eu preciso te contar uma coisa. Iniciei a conversa depois da mais de uma hora de completo silêncio dentro do apartamento onde nos hospedamos. Eu já estava preocupado com ela, pois nem assim ela me olhava. Ela ficou em pé apenas observando a vista da sacada do hotel. Encostei-me no parapeito ao seu lado, oferecendo-lhe uma taça de bourbon, mas ela sequer olhou para mim.

- O detetive que eu contratei para descobrir o paradeiro do meu filho foi morto de uma forma violenta e eu fiquei assim como você, sem esperanças. Ela não me olhava, mas eu sabia que prestava atenção ao que eu dizia. Por isso eu continuei. Mas ontem eu estive no Borderline e descobri que há dois cadastros com sobrenome Griffin... Eu a encontrei.

- Fico feliz que tenha encontrado seu filho. Ela disse baixinho ainda mantendo o olhar no horizonte.

- Eu não o encontrei porque eu nunca tive um filho. Foi sempre ela: minha filha. Ela me olhou incrédula como que se pedisse para que eu repetisse o que eu mesmo havia dito, então eu continuei. Você a conhece Lexa? Ela pagou uma noite para ficar com você.

Alto preço - ClexaWhere stories live. Discover now