AMOR INCONDICIONAL

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Desfrutem...

boa leitura.

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LEXA'S POV:

Os focos de luz pairavam sobre meu rosto. Os apitos insistentes daqueles monitores sobre a minha cabeça me deixavam mais aflita a cada minuto. Embora numa situação totalmente diferente, onde agora era eu que estava numa sala de cirurgia, não pude deixar de ficar nervosa. Lembrava a todo instante a angustia dos últimos meses quando Clarke quase morreu na sala de cirurgia. Recordar aquilo fez meu peito doer. Era tudo tão recente...

- Está com medo? Clarke perguntou segurando firme minha mão, enquanto com a outra acariciava meu rosto. Minhas mãos suavam frias e a cada minuto que se passava a minha respiração era mais ofegante. A ansiedade me corroía por dentro, mas vê-la ao meu lado naquela situação me confortava de certa maneira.

- Confesso que o barulho dos aparelhos me deixa nervosa... não gosto de ouvir esses apitos desde que... Minha voz embargou naquele instante e eu me obriguei a engolir o choro com dificuldade.

E como se lesse meus pensamentos, Clarke aproximou seu rosto do meu, fazendo-me um carinho, segurando firme minha mão sobre o lençol azul, deixando que seus lábios beijassem os meus num selinho suave.

- Hey, mas agora é totalmente diferente. Além do mais, você está linda com essa roupa cirúrgica... será que podemos levar para casa depois? Adoraria brincar de médico com você. Sorriu sugestiva, piscando o olho esquerdo como sinal de zombaria, fazendo-me rir espontaneamente. Ela estava tentando me distrair e estava conseguindo.

Outra contração.

Revirei-me de dor na maca cirúrgica. Deus por que isso dói tanto? Havia se passado 4 horas desde que a bolsa estourara e agora estava no centro obstétrico preparando-me para o parto.

- Doutor, será que pode fornecer um pouco mais de anestesia a minha noiva? Ela está com dor. Ouvir a voz dela me acalmava. O tempo inteiro ela apertava minha mão e me fazia carinho, dava-me forças. Conversava ativamente com a equipe, sempre atenta ao meu mais sutil suspiro. Meus olhos fixavam em seu semblante preocupado... eu jamais teria palavras o suficiente para agradecer a quem quer que seja por ela estar inserida em minha vida. Eu a amo incondicionalmente.

A opção pelo parto normal foi contraditória. Ela não queria que eu sofresse com dor, mas respeitou minha opção em querer tentar, pelo menos. Apesar da tecnologia e avanço medicinal, eu queria sentir o nascimento dos meus filhos. De fato, a dor era realmente de ranger os dentes, por isso havia aceitado a anestesia peridural, mas não havia me arrependido de minha escolha. Assim como eu e Ontari nascemos de parto normal, eu também queria isso. Queria sentir as exatas sensações que minha amada mãe sentiu por mim, seja a dor ou a alegria que viria. E como sabia que tudo seria em dobro, tanto uma quanto a outra, cedi à analgesia sugerida.

- Aumentei a dose de ocitocina em seu soro, por isso vai sentir ainda mais contrações, mas com a peridural você não sentirá dor e não terá seus movimentos limitados, o que ajudará na hora do parto. O dr Murphy falava e ria com a equipe enquanto conversava comigo. Eu não conseguia vê-lo inteiramente por conta da minha posição, diga-se de passagem, que posição ingrata, mas as conversas alheias sobre o último jogo dos Giants, como se aquilo fosse algo corriqueiro, colocava-me um pouco mais tranquila. Estava indo tudo bem.

[...]

Clarke olhava para mim a todo instante. A cada contração eu apertava firme suas mãos e sentia as mãos dela tremer. Apesar de tudo, consegui levar minha mão até as bochechas dela, de onde enxuguei uma lágrima. Eu sabia que era exigir demais que ela permanecesse na sala de parto comigo, por isso Indra se ofereceu, mas ela não aceitou. Na primeira semana após sua alta hospitalar, ela não conseguia dormir. Trocou o dia pela noite. Tinha medo de dormir e acordar naquele pesadelo. Ainda fazia quatro meses que iniciou a terapia e não havia recebido alta. Os pesadelos constantes e o medo de voltar a dormir a faziam descansar cada vez menos, deixando-me cada vez mais preocupada com sua saúde.

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