Part. 03 de 04 - Vinho, Panqueca e Mano

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Margarida

Estava sentada atrás da minha pequena e rústica mesa de trabalho, anotando as entradas e saídas da minha pequena floricultura. Isso aqui é a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Pode acreditar. Minha mãe não mediu esforços para ajuntar cada centavo para comprar esse espaço, embora seje bastante velho o terreno, digo, de muitos anos atrás. Como se não fosse o bastante, depois que ela comprou ajuntou ainda mais dinheiro para reerguer o lugar e montar a floricultura. E então só depois, que ela me criou e me deu todo o amor e apoio que eu poderia ter, ela se foi. Tenho isso aqui graças á ela.

- Verônica. - Chamo a minha ajudante.

- Sim ? - Diz ela.

- Me lembre de fazer um pedido de Rosas brancas e Azuis amanhã. - Não havia mais no estoque.

- Vou anotar. - Disse ela e saiu.

Estava terminando de anotar os lucros quando meu celular tocou.

- Ao que devo a honra da sua ligação estúpido ? - Digo.

- Nossa ! Ta de Tpm maninha ? - Imagino ele revirando os olhos ao dizer isso.

- Claro que não, Acontece que você nunca me liga ... - Choramingo.

- Andava ocupado Marg. - Meu irmão responde com a voz triste.

E eu em nem um milhão de anos o condenaria. Graças a ele tive um lar, ele cuidou de mim quando não tinha mais ninguém. Ele e o Teilon, um amigo de infância que me segurou quando minha mãe e meu pai se foram em um drástico acidente de avião, eu tinha apenas 13 anos, mais me lembro como se fosse ontem...

"Marg, temos que ir no aeroporto agora! Ande depressa."

" Andou chorando Nathan ? O que houve ?"

" Só. . Vamos Marg, N-Nossos pais sofreram um acidente. "

- Não estou te culpando Nathan .. Sinto saudades.

- E é por isso que estou te ligando, vamos almoçar juntos ? Eu passo ai para te pegar..

- Claro. Vou te esperar.

- Meio dia então. Até mais Marg, eu te amo !

- Te amo infinitamente mais. Até.

Então eu desligo.

Olho no relógio e são 11:00, guardo os documentos da floricultura e vou em direção a um Senhor atendê-lo.

As 12:00 em ponto vi um Fusion preto parar a frente da minha floricultura e de lá descer um moreno alto que mesmo estando coberto por um terno se via de longe musculos ali. Quando ele me viu abriu aquele sorriso que só ele sabia dar, com o cabelo levemente bagunçado o que o deixava ainda mais sexy. E eu o conhecia muito bem, meu irmão.

Revirei os olhos pela sua pontualidade de sempre, e dei um sorriso. Me levantei e como a Veronica já avia ido almoçar, fechei a loja. Porém o cadeado não estava fechando então eu comecei a chamar pelo Nathan. Ele se aproximou e me chamou de desastrada. E como em um passe de mágicas o cadeado fechou, homens.

Entrei em seu carro e antes mesmo de sairmos vi passando bem ao meu lado o luxuoso carro do senhor Slater, o mesmo parou ao meu lado em seu carro e abaixou o vidro, lançou um olhar para mim e depois para Nathan e em seguida saiu cantando pneu.

Nem preciso dizer que não entendi não é ?

- Riquinho esnobe - disse Nathan.

Preferi nem comentar nada, e assim fomos para o restaurante que não ficava tão longe dali.

- O que vai querer senhoria - Disse o garçom.

- Hum.. Vinho e panquecas por favor. - Nesse momento o meu lindo e idiota irmão tociu um pouco, quando o garçom se retirou eu dei uma bela virada de olhos para ele.

- O que foi ? - Perguntei já sabendo o que ele ia dizer.

- Marg, eu te chamo para almoçar e você pede panquecas ? Sem contar que você precisa cuidar da sua alimentação Margarida. - Ele disse um pouco irritado.

- Eu gosto de panquecas Nathan. - Na minha tentativa de mudar de assunto pego a deixa - E a empresa como tá ?.

- Ta ótimo Marg, você precisava vê. - Ele para e me olha nos olhos me avaliando. - Porquê não me ajuda na empresa ? Feche a Floricultura e trabalhe ao meu lado Marg.

- Nathan. Não me pessa isso, você sabe o que aquilo significa pra mim.

- Tudo bem, eu não insisto. Só quero cuidar mais de você.

- Você cuida de mim Nathan, e eu sou bem grandinha também. Papo encerrado.

O garçom bigodudo chegou com os nossos pedidos e ai comemos e Nathan como sempre me fez rir muito com suas piadas sem pé e sem cabeça. E então ele se foi. Me deixando na minha linda floricultura.

[...]

MargaridaWhere stories live. Discover now