Capítulo 08 - Macumbeira dos infernos (Primeira Part)

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Pablo Slater

Depois de algumas horas ali, finalmente fomos embora do restaurante. Não vou mentir e dizer que estava as mil maravilhas e eu estava adorando ta ali. Até porque mulher fala demais, ela até que no começo estava timida. Mais quando começou a falar ....

E outra coisa, só fui até aquele restaurante porque ela não me deixaria em paz. Apenas.

Fui atormentado a tarde toda pela minha namorada querendo saber se eu iria sair, onde e com quem. Discutimos e a minha paciência foi de ralo.

Já dentro do carro, não fazia ideia do que falar porque de verdade eu queria era ir para uma boa boate e encher a cara. Sorte minha que ela falou primeiro...

_ Acho melhor agora ir pra casa..

_ Tudo bem. - Sorri por dentro.

Ia pensando em várias coisas que ainda poderiam acontecer durante o restante da noite, quando emfim chegamos em frente ao apartamento dela.

_ Tá entregue.

_ Obrigada pela noite.

_ Não ha de que.

Distravei a porta para ela sair quando ela recuou, curvou seu corpo sobre o meu e me deu um selinho inesperado. Também não esperou eu reagir e saiu do carro rapidamente.

Fiquei sem reação por alguns segundos e arranquei com o carro, sozinho ri para mim mesmo pensando em como as mulheres são fácieis.

_ Guto ? Ainda tá de pé a balada hoje ?

_ Fala cara ! Achei que tava amarrado em algum rabo de saia - Riu.

_ Passo daqui 30 minutos viado, esteje pronto. - Ri também.

Passei na casa do Gustavo e fomos a balada bem próxima dali, a Black in bloc. queria me distrair e como não gostava de tumulto aluguei o camarote. Incrível foi o fato de me pegar pensando diversas vezes na Margarida, no seu jeito doce e delicado. Tive certeza que reparou o quanto eu não estava interessado no jantar e mesmo assim foi doce. Senti um gosto amargo na boca, certa culpa por tê-la largado assim, e não ter a tratado pelomenos com respeito. Tentei chutar esses pensamentos para um canto na mente e aproveitar toda a atenção que as mulheres ali me davam. E foi o que eu fiz. Comprimentei educadamente mais não me movi do local onde eu estava, degustei lentamente meu wisky com o pensamento longe. Cansado, de saco cheio dessa vida, nem eu sabia ao certo o que eu sentia, sempre soube que tinha um buraco no lugar do coração. Fui criado assim, sem carinho, como uma máquina pronta para dirigir e governar os negócios do meu pai. Pai. Nem assim poderia o chamar.. Ele não merecia essa palavra, a única coisa que eu agradeço a ele foi o empurrão que me deu para começar os negócios, fora isso ? Nada. O Império que eu tenho é graças ao meu próprio esforço. Sempre foi assim.. Minha mãe ? Hora, vivia longe demais. Separou-se do meu pai quando eu tinha apenas 7 anos. Foi ai que meu inferno começou. Cresci ouvindo palavras duras, vazias. Graças aquele miserável, assim sou eu.

Desliguei dos meus pensamentos quando ouvi Gustavo me chamando.

__ Cara ! Acorda. As meninas estão querendo descer pra pista. Vamos ?

__ Não Guto. Já vou indo.

__ Tá tudo bem cara ?

__ Só tive um dia cheio, preciso descançar.

__ Falou, qualquer coisa liga.

Desci por uma saída privada e fui embora dalí.

MargaridaWhere stories live. Discover now