Capítulo 12 - Primeira Part.

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" As vezes as coisas acontecem para que o ser humano deixe de pensar no ter para o ser."

Pablo Slater

Des do incidente na boate se passaram um mês. Um mísero mês. As coisas na empresa iam de mau a pior e muitas vezes fiquei me perguntando se a Margarida não teria jogado praga. Sim, pois os lucros só despencavam e eu temia o pior..

Por falar na Margarida, não nos falamos mais. É, e soa até ridículo o que eu vou dizer; sinto a falta dela. Em tudo que eu vou fazer me vem ela na mente. Sei. Isso também me assusta. Tentei falar com ela, vê como estava. Mais sempre que eu aparecia o Irmão dela me recebia. Dizia que ela não queria me vê e que respeitasse sua decisão. Assim eu fiz.

Mais não aguentei muito tempo. Da última vez fui até sua floricultura. Ela não poderia me evitar alí. Quão grande foi a minha surpresa quando entrei pela porta e me deparei com aquele mauricinho que estava com ela na Boate. O mesmo que acertou seu olho. De propósito ou acidental aqui não vem ao caso.

Quando perguntei por ela o cara quase me atacou. Depois disse que a culpa de tudo aquilo era minha. Nem tão cedo a veria alí. Por incrível que pareça eu aceitei. Não o confrontei. Não o chinguei. Apenas ouvi tudo. Algo pesou ali. Me perguntei o que estava acontecendo.

Não obtive respostas.

Voltei para a minha empresa e desejei que o mundo acabasse. Que me tirasse aquele aperto que nem eu sabia o que era.

Pouco tempo depois ouvi batidas na porta. Mandei que entrasse..

__ Senhor.. - Disse minha secretária.

__ Diga. - Parei o que estava fazendo, levantando a minha cabeça para olha - lá.

__ Seu pai disse para se dirigir à sala de reuniões.

__ Meu pai? - franzi o cenho com aquela informação. Não entendendo nada.

__ Sim. Seu pai. - Disse segurando uma prancheta contra os seios.

__ Obrigado. - Disse e ela se retirou.

Aquele aperto que eu estava sentindo se intensificou. Coisa boa não iria vim dalí. Saí da minha sala e me dirigi para a sala de reuniões. Quando entrei na sala me deparei com o meu pai na cadeira da cabeceira. O Vice presidente à direita e o diretor de departamento financeiro à esquerda. Entre os restantes estava o Gustavo, amigo e chefe da área de contabilidade. A ruga em minha testa se intensificou. Me perdoe você, que pode não concordar com o meu vê. Mais pai que abandona o filho e sua mulher por outra boceta é digno de ser respeitado pelo filho? Que não é presente. Nunca foi. Não. Não me culpem.. Não aceito que isso seje normal. Não aceito. Não peço sua bênção.

__ Sente-se Pablo - Disse o César. O qual é de fato o meu pai.

__ O que está havendo aqui ? - Disse me sentando ao lado do Gustavo.

__ Como todos já sabem, eu vou direto ao ponto - Disse olhando para mim. - A partir de hoje eu estou reassumindo a posse da empresa até que eu encontre um qualificado para assumir meu lugar.

Olhei para ele embasbacado com o que eu acabei de ouvir.

__ Como assim? - Eu disse ainda mais indignado.

__ Simples Pablo. Você não é mais o Presidente desta empresa.- Via em seus olhos o prazer que aquilo lhe dava.

__ O quê ? Você não pode fazer isso. Des de que assumi nossa meta de 60% foi para 100%. - Disse exasperado, não acreditando no que eu ouvia.

__ Disso eu não posso discordar. Mais no último mês essa mesma meta caiu para 40% Pablo. 40 !! Nunca chegamos tão baixo.

__ Está certo. Mais eu consigo contornar a situação. Só foi uma crise e ...

__E nos jogou para a berlinda. Aceite os fatos.

A essa altura eu já bufava. Foram anos de dedicação ali. Eu merecia está no topo. EU reergui esse império. O créditos eram meus. Que humilhação. Receber essa notícia na frente dos maiores responsáveis pela empresa. Na frente do meu amigo. Eu soube ali. Odiaria aquele homem pelo resto da minha vida.

__ Acho que mereço falar com o César em particular, não ? - Disse para os demais.

__ Está certo. Podem se retirar. Já eu falo com vocês. - Disse.

Ví todos saírem. Assim que passaram pela porta, falei:

__ Está fazendo de propósito, não é? Seu sonho é me vê na merda.

__ Pablo. Você perdeu a empresa. E com relação à isso eu não tenho nada haver. Único culpado é você.

__ Já disse que posso contornar.

__ Essa questão está decidida. Passe na sala para pegar suas coisas. - Disse me dando as costas e caminhando para a entrada.

__ Eu te odeio - Falei antes que saísse.

__ Pode ter certeza que isso não me afeta. Só está recebendo o que plantou. Cada ação gera uma reação.

E assim ele saiu pela porta me deixando só na sala de reuniões. Ainda estava chocado com aquilo. A presidência era a coisa mais importante na minha vida. E nem isso eu tenho mais. Deprimente. Que humilhação...

Precisava fazer alguma coisa para contornar essa situação. E rápido. Dessa vez até os ventos estavam soprando ao contrário.

[...]

MargaridaWo Geschichten leben. Entdecke jetzt