Margarida
Naquela noite estava tendo um Lual. Segundo os moradores seria um rito de passagem de outubro para novembro onde novamente começava o Inverno.
No hotel onde eu estava não era nada luxuoso como os hoteis de 5 estrelas. Era tudo muito rústico e pacato, Lindo ao meu vê. Resolvi aparecer ao lual essa noite. Quem sabe quando teria outra oportunidade dessas ?
Tomei um banho relaxante na banheira e escolhi uma calça jeans, uma regata de seda e um moleton preto. Soltei meus cabelos e me olhei no espelho. As olheiras estavam lá. Respirei. Uma. Duas. Três vezes e caminhei para o centro do vilarejo.
Quando cheguei a fogueira já estava formada e umas 20 pessoas entre moradores e turistas já se encontravam lá, tocando músicas locais e saboreando seus Marshmallows. Sentei na roda admirada com aquelas pessoas e suas culturas. O interior tem um ar diferente da cidade grande.
Se passaram alguns minutos quando comecei a sentir uma coisa estranha. Sensação ruim, e um aperto se intensificou no meu peito. De repente aquilo que eu tanto conhecia voltou. Minha respiração começou a ficar mais fraca e me senti perdendo o fôlego. Me levantei rápido e rumei para o Hotel, não podia ser. Ele aqui não.
Estanquei quando a razão de todos os meus pesadelos e traumas passou na minha frente. Ele não me viu. Mais eu o vi. Mesmo se passasse cem anos eu me lembraria. Um pânico tomou conta de mim, eu tinha que fugi.. Escapar. Preferia a morte do que passar por aquilo novamente. Abracei eu mesma e comecei a correr de volta para o hotel, as lágrimas já tomando conta da minha visão, me impedindo de enchergar com clareza. Ate que esbarrei em um muro de músculos. Eu gritei ! Com todas as minhas forças para escapar. Me debati. Até que uma voz que eu conhecia. O meu refúgio. Me fez vê que dessa vez eu tinha dado sorte. Sorte porque O cara que me segurava era o Pablo, e não o demônio o qual eu estava fugindo.
O abracei. Implorando em meio a soluços que me tirasse dalí...
[...]
Pablo Slater
"Como alguém pode provocar tantos sentimentos mesmo estando longe ?"
-Renato Russo
Parti para Brienz no dia seguinte. Segundo o Vitor foi fácil acha - lá, ele hackiou uma ligação dela com o Nathan e pronto. Quando cheguei no hotel não a encontrei. Conversei com a moça da recepção e ela me disse que talvez ela estaria no Lual. Quase todos os turistas aviam ido para lá. Com essa informação pedi para que a moça deixasse minha mala no quarto da Marg e fui vê se a encontrava.
Vim aqui com o intuito de me desculpar, me redimir. Ainda estava embaraçado tudo na minha cabeça. Eu não entendia metade do que sentia. Mais se eu não viesse, se não fizesse isso, a culpa ia me matar. Aquele aperto no peito iria continuar..
Mais não esperava encontra - lá daquele jeito.
Estava indo em direção a fogueira quando eu a ví. Parecia está em estado de choque. Desestabilizada. Fui ao seu rumo e quando se chocou contra mim eu a segurei, se não ela iria cair. Começou a chorar mais e a gritar. Como se eu fosse um monstro e ela tentasse escapar. Achei aquilo muito estranho. Ha segurei pelos ombros.
__ Margarida. Sou eu. Acalme-se, o que houve ? - Nesse instante ela me agarrou e começou a pedir para tirá - lá dalí.
Fui andando com ela até o hotel, ao seu lado a segurando pois estava trêmula, frágil e muito abatida. Não pronunciei nada até chegar ao seu quarto.
__Marg. O que aconteceu ? - A Sentei na cama e me abaixei em sua frente.
__ Ele tá aqui. - Disse ela com a voz trêmula.
__ Ele quem ? - Perguntei sem entender muita coisa. Não obtive respostas pois ela começou a chorar novamente.
Sem muito o que fazer a deitei na cama tentando acalma-la.
__ Marg. Xii Olha pra mim. Eu estou aqui - Disse pegando em seu queixo. Como resposta ela só me agarrou e começou a chorar novamente.
Deixei que relaxasse até que dormisse. Saí dos seus braços e resolvi ligar para o Nathan. Isso parecia sério e não queria deixar pra lá.
__ Nathan ? -Disse.
__ Já disse que não vou falar onde ela está, Pablo.
__ Eu estou com ela Nathan. Encontrei ela em estado de choque dizendo que ele estava aqui. Não sei o que quer dizer.
De repente ficou mudo do outro lado.
__ Alo ?
__ Não saía daí Pablo. Proteja-a com a própria vida. Estou a caminho - Disse exasperado e desligou.
A coisa era mesmo séria. E alí no momento eu só podia esperar.
[...]
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Margarida
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