A era dos Mortos | Daryl Dixon

Prólogo

Daryl estava acostumado com as coisas ficando difíceis para ele, as vezes parecia que só de ter o sobrenome Dixon a vida já se complicava. Mas ele havia se acostumado com isso, poucas eram as situações que conseguiam o surpreender, por isso que quando uma das mulheres fixas de Merle, seu irmão mais velho, bateu em sua porta dizendo que estava grávida...bem, ele ficou realmente surpreso...

Bem surpreso, mas sua surpresa foi esquecida quando o irmão saiu da cozinha e pela cara que ele fazia, Daryl tinha certeza que Merle havia escutado o que a... (Qual era mesmo o nome dela?) mulher tinha dito. Ele achou melhor permitir a entrada da mulher na pequena casa que ele havia conseguido comprar ao juntar dinheiro com seu trabalho de mecânico. Assim que ela entrou ele resolveu deixar os dois sozinhos, afinal ele não tinha nada a ver com aquilo.

Foi para o próprio quarto, fechou a porta e se deitou na cama de casal. Se o que a mulher falou fosse verdade seu irmão estava ferrado. Merle não tinha onde cair morto, nem tinha psicológico ou emocional para lidar com uma criança. Nenhum dos dois tinha, principalmente com a infância infernal que tiveram. Mas ao mesmo tempo a mulher não parecia estar mentindo, e com certeza não poderia estar atrás de dinheiro, ele como mecânico não ganhava o melhor salário do mundo e Merle gastava tudo sendo um bêbado drogado idiota. Não que ele pudesse julgar o irmão por isso, já que por muito tempo ele também fora um bêbado idiota(não drogado), as vezes ainda era, mas estava tentando melhorar.

Arrumar um emprego tinha sido o primeiro passo para isso. Beber só nos fins de semana também havia sido, mas a mensagem que Daryl quis passar ao irmão quando arrumou um emprego é "Não vou mais te seguir como um cachorrinho". Merle tinha entendido o que o seu irmão caçula queria dizer e apesar disso esperou Daryl se instalar na pequena cidade de Blairsville. E como um bom Dixon enquanto o irmão mais novo estava procurando emprego, ele ia para o primeiro bar que viu aberto. Bebeu e fez contato com a lista de desocupados da cidade. Até a noite cair, a essa hora o irmão já devia estar na pequena casa perto da floresta que havia financiado.

Merle sabia que Daryl não o seguiria mais por aí pra arrumar confusão como um rebelde sem causa. O irmão estava tentando melhorar e ele não poderia julga-lo por isso, só não conseguia fazer o mesmo. Assim, filosoficamente bêbado, ele decidiu esperar o irmão se instalar e quando viu uma mulher loira de estatura mediana a decisão se mostrou acertada. Ele poderia se divertir enquanto o irmão trabalhava. E foi o que fez, na mesma noite conversou com a mulher, logo haviam de tornado próximos e estavam transando, tudo sem compromisso era o que pensavam. Logo ele iria embora e não queria nenhuma outra ligação com aquela cidade além do irmão.

Agora, Lauren estava diante dele dizendo que estava grávida. Ele sabia que haviam transando algumas vezes sem proteção, mas como ela tomava remédio não se preocupavam com isso. Também sabia que ela só estava transando com ele o que descartaria a possibilidade da criança ser de outro. Toda a situação o estava deixando puto.

- VOCÊ ME FALOU QUE TOMAVA REMÉDIO SUA VADIA! - ele gritou desesperado

- EU TOMO! PARA DE GRITAR COMO SE A CULPA FOSSE MINHA, EU NÃO FIZ ESSA CRIANÇA SOZINHA! - ela gritou de volta

Ele tentou se acalmar e pensar em alternativas para sair dessa situação, mas ele sabia que não tinha como. Só se eles fossem em uma clínica clandestina para que ela abortasse. O procedimento era caro, ele não tinha como pagar, só se pedisse dinheiro ao irmão e era orgulhoso demais para isso, ou se vendesse a moto, coisa que ele nunca faria, pois amava sua moto mais do que qualquer coisa.

Merle estava ferrado. Ele sabia, Lauren sabia e Daryl sabia...