Capítulo 4 - Nascimento e Morte

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- Lauren -

Meu Deus que sono! É a primeira frase coerente que eu consigo pensar logo que acordo. Digamos que não sou uma pessoa muito matinal... Sempre gostei de acordar tarde, mas como não tenho ninguém pra me bancar, engulo o sono e vou me preparar para mais um dia de trabalho. Trabalhar numa lanchonete não é tão ruim, e questão é que agora vivo cansada.

Eu não sabia que gravidez era assim. O máximo que eu sabia era a mudança no corpo, mas não tinha ideia de tudo o que acompanhava uma gestação. Nunca tive uma amiga grávida, nem ninguém esteve próximo a mim nessa condição. E como se eu não tivesse problemas o bastante Merle resolveu que não vai reconhecer a filha. Que maravilha! Aquele idiota age como se eu tivesse engravidado sozinha! Mas tudo bem, minha filha não precisa dele, ela tem a mim. Sei que não a recebi com uma felicidade inicial, mas agora não me imagino sem ela. Em todos os meus planos ela está incluída, até isso ela me mudou... Eu nunca fiz planos, não desde que meus pais morreram e fiquei sozinha. Mas agora eu não estaria só, teria minha companheirinha. E nós duas tínhamos o tio dela.

Daryl tinha sido uma surpresa nessa situação, eu nunca tinha tido contato com ele. Nada que fosse além de um cumprimento de longe, um acenar. Ele não é a pessoa mais sociável do mundo, muito pelo contrário, aquele lá é mais fechado do que o cofre de um banco. Mas se dispôs a me ajudar e vem fazendo isso, pagou meu pré-natal e até comprou um ursinho pra sobrinha. Lembro quando ele veio todo sem jeito deixar o presente... Um ursinho branco com um laço rosa no pescoço, uma graça de brinquedo que está enfeitando o pequeno berço de minha filha.

O cuidado dele com ela me deixa tranquila, ela pode até não ter o pai biológico por perto, mas terá ele e tenho certeza que Daryl vai ser uma figura paterna incrível. E ele nem percebe isso... Parece que quer esconder a todo custo que tem um coração bom, como se fosse um crime

Saio do banheiro e tenho que me segurar forte, sinto uma pressão forte na nuca. Demora a passar, mas passa e quando isso acontece me troco e vou pra lanchonete. Não é a primeira vez que tenho isso, já falei com o médico sobre e ele disse que minha pressão está alta e estou fazendo o que posso para controlá-la. Às vezes consigo, às vezes não, mas estou tentando.

Chego na lanchonete e cumprimento minha patroa, Jane Richards

- Bom dia, Jane -

- Bom dia, minha filha - ela responde e me olha preocupada - Você está bem? Estou te achando pálida...

- Tive uma tontura hoje de manhã, mas já passou - eu digo tentando ser sincera, mas sei que não a convenço

- Talvez seja melhor você voltar pra casa, Lauren! Tem que descansar pra ficar melhor - ela diz já tirando o pano de prato de minhas mãos

O que ela não sabe é que detesto ficar sozinha lá, se algo acontecer não tenho a quem pedir ajuda. Não gostava antes e agora grávida essa preocupação só aumentou.

- Estou bem, não exagere! Todo mundo passa por isso na gravidez - falo tentando passar confiança

Ela me olha e diz desconfiada

- Não acredito, mas acho até melhor você aqui, assim fica perto das minhas vistas e eu cuido de você - ela fala carinhosamente

Fico emocionada quando a escuto, é a primeira vez desde que meus pais morreram que ouço alguém dizer que vai cuidar de mim

- Obrigada, Jane. Muito mesmo! - eu falo com a voz embargada e a abraço

- Não me agradeça, querida, gosto de cuidar de vocês duas - ela diz e fico feliz que inclua minha bebê - É como uma filha que está me dando uma neta!

A era dos Mortos | Daryl Dixon  Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt