Capítulo 3 - Decisões

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Espero que gostem e comentem, bebês

[...]

- Daryl -

Não sei o que Merle e Lauren conversaram. O fato é que há três dias meu irmão não vem pra casa, não que eu esteja surpreso. Eu sabia que ele fugiria na primeira oportunidade. Como ele não aparecia fui falar com Lauren, saber como ela estava, querendo ou não a criança que ela espera é meu sobrinho. Ela estava visivelmente perdida, mas me disse que se recusava a fazer um aborto, como Merle havia sugerido durante a conversa que tiveram. Mais uma vez ele não me surpreendeu, era uma atitude que eu já esperava.

Ela iria ter a criança. E disse que iria tenta melhorar por ela, e o primeiro passo para isso seria largar a bebida. Eu apoiei, disse que estaria aqui se ela precisasse de algo para a criança. Meu irmão poderia ser um covarde por ter abandonado o próprio filho, mas eu não largaria a criança à própria sorte.

Por isso me dispus a pagar um obstetra para acompanhá-la, ela me deu um pequeno sorriso e concordou. Vou precisar trabalhar mais pra conseguir cumprir o que prometi, mas por mim tudo bem. Era pelo meu sobrinho, parte da minha família. Um dia Merle cairia em si e perceberia isso.

Depois dessa conversa as semanas foram passando, ela foi ao médico e iniciou o pré-natal, ao que parece a criança era saudável e estava tudo bem. Merle resolveu aparecer depois de duas semanas sumido. Voltou com dinheiro que só Deus sabe onde, e como, arrumou e deu a ela, mas não queria saber de nada sobre o bebê. Era um aviso claro de que era tudo o que o bebê teria dele, só um pouco de dinheiro e sem nenhum carinho ou preocupação.

Isso me irritava e várias vezes a gente brigou por isso. A pior briga foi quando eu disse que ele era igual ao cretino do nosso pai. Ele ficou possesso e eu mais ainda porque ele estava realmente se parecendo com meu pai. O maldito homem que me deu tantas cicatrizes... Depois disso ele saiu, passou quase um mês fora, mas voltou. Ele sempre voltava.

Depois de mais umas semanas, Lauren estava no quinto mês e veio na minha casa dizer que estava esperando uma menina. Fiquei até feliz, eu teria uma sobrinha e ensinar uma garota a caçar seria legal, mas o babaca do meu irmão teve que interromper a felicidade quando abriu a boca

- Argh! Sério?! Que porra! Jurei que a coisinha seria um menino. - ele disse com o deboche de sempre

Lauren claramente ficou abalada com o que ele falou, pude ver isso quando seus olhos começaram a marejar

- Você é realmente um cretino! Não pode ficar feliz que pelo menos sua filha é saudável? - ela diz vermelha de raiva

Eu estava calado. Perdido no meio do embate dos dois sem saber o que fazer. Não sei como fazer meu irmão reconhecer o bebê, não posso o obrigar a fazer isso. Mas também entendo a frustração de Lauren, se não fosse por mim ela estaria passando por tudo sozinha.

- Você já tá querendo demais eu nem queria que a coisinha existisse! - Merle fala

- Mas ela existe, está aqui e você é o pai dela! Pelo amor de Deus ela é sua filha, seu sangue! - Lauren apela

- Isso é o máximo que você vai ter de mim. Melhor eu nem chegar perto dessa criança. Vai ser melhor pra ela. - ele diz sério

- Então você não vai participar da vida dela? Vai jogar nossa filha nas costas do seu irmão como vem fazendo até agora? - ela o desafia

- Ele tá fazendo isso porque quer. Não tô obrigando ele a sustentar tudo. - Merle diz com raiva

Ela suspira cansada, balança a cabeça como se estivesse desistindo, olha pra mim dando de ombros e sai

- Você é realmente um babaca! Como pode falar assim da sua filha, cara - eu digo com raiva

- Eu nunca disse que não era. Você sempre soube - ele rebate

- Que você era babaca nunca foi segredo pra ninguém, agora que abandonaria a própria filha isso até me surpreendeu. - eu devolvo

- Não se mete nisso, sua bichinha, você não sabe de nada - ele fala enquanto pega a jaqueta, se preparando pra ir embora

- Posso até não saber de tudo, mas sei que você está cometendo um erro, daqueles que não tem volta. Espero que quando descobrir não seja tarde demais - eu digo seriamente

Depois de ouvir ele vira as costas e sai da casa.

Que dia longo! Minha vida já era complicada agora ficou duas vezes pior. Um irmão bêbado drogado idiota que vai ser pai, uma mulher que engravidou dele, eu que estou no meio da batalha deles e uma sobrinha que vai chegar no meio dessa guerra.

Sorrio... Minha sobrinha parece a melhor parte de toda essa situação...

A era dos Mortos | Daryl Dixon  Donde viven las historias. Descúbrelo ahora