A era dos Mortos | Daryl Dixon

Capítulo 26 - Perdendo mais uma vez

Helloooooooo, meus zumbis!
Vou começar agradecendo pelos comentários e pelas estrelinhas. Muito obrigada, vocês são incríveis! 

- Beth –

Acordo e a primeira coisa que registro é que meu corpo está todo dolorido, sinto algo se mexer ao meu lado e vejo Missy dormindo tranquila abraçada a mim. Sinto o alívio imediato, não estou mais no celeiro, Jimmy não conseguiu o que queria, meu amor apareceu lá na hora que eu mais precisava. Sinto um nó na garganta, a dor no corpo não é pior do que a dor no meu peito.... Me desvencilho do corpinho da minha menina, não tem mais ninguém no quarto e eu preciso ir ao banheiro. Corro para lá, me olho em frente ao espelho, vejo as marcas da violência em meu rosto, o nó em minha garganta se intensifica, mas não consigo chorar... Tiro as roupas ignorando o protestar do meu corpo e vejo mais marcas, estou arranhada e roxa... Lembro de seu corpo sobre mim, suas mãos me tocando quando eu não queria, recordo sua palavras sujas dizendo que a culpa era minha. Será? Eu causei isso?... Me sinto suja, imunda e inadequada... Como Daryl se sentiu ao me ver assim? Será que ele me culpa também?

Pensar nisso me faz ir para o chuveiro o mais rápido possível, não quero que Daryl me veja como uma pessoa suja, não quero me sentir assim. Sinto a água cair sobre meu corpo na esperança de tirar esse sentimento de mim, mas parece que não é o suficiente, pego uma esponja, coloco sabonete nela e me esfrego... Mas ainda não é o bastante, me esfrego com mais força, ouço os barulhos rápidos da minha respiração, me sento no chão, esfregar não vai adiantar nada, ainda me sinto suja... ouço a porta do banheiro e passos entrando, não me movo, sei que é Daryl, não consigo olhá-lo, não quero ver seu olhar de rejeição...

- Beth! O que houve? O que está sentindo? – ele fala, seu tom urgente me diz o quão preocupado está

Não consigo encontrar minha voz para falar, o nó na garganta parece me sufocar, sinto seus braços, não me ergue, apenas se senta e me coloca em seu colo, me embala como se eu fosse uma criança e seu aperto protetor é o bastante para que eu exploda em lágrimas. Choro como nunca fiz antes, coloco meu rosto em seu pescoço e o sinto me acalentar... Estou com tanta dor que não ligo se estou nua, não ligo para mais nada , só quero fazer a minha mente parar de repetir a cena do celeiro o tempo todo...

- Eu não queria, não queria, só fui pegar água... – falo entre soluços

- Eu sei, sei disso... Não é culpa sua, ninguém está culpando você. – ele diz calmo, como se estivesse lidando com um animal ferido, é exatamente assim que me sinto

Ferida, quebrada, suja...

- Eu estou. – digo baixinho

- Pois não devia, o culpado foi ele. Eu odeio que ele tenha tentado fazer o que fez. Sinto muito, Beth, eu deveria ter estado aqui, nunca deveria ter ido caçar. – ele diz arrependido

- Não foi culpa sua, ele teria tentado fazer a mesma coisa com ou sem você aqui. – digo chorando

Ele tenta enxugar as minhas lágrimas, sem muito sucesso já que muitas outras aparecem.

- O que só prova que a culpa não é sua. Nunca seria culpa sua. Nem de nenhuma mulher. – ele diz com veemência

- Racionalmente eu sei que não foi, mas internamente eu me sinto culpada. Não quero ver aquele monstro, nunca mais, se ele ficar nessa casa, eu quero ficar na barraca com você e a Missy. Não me deixa aqui sozinha. – peço desesperada

- Por mim você já tinha ido pra lá, mas acho que não vai precisar. O maldito não está mais aqui, Rick e Shane o levaram para longe da fazenda, para mim e seu pai não é o suficiente, mas ninguém quer matá-lo. Os zumbis vão dar cabo dele por nós, ele não vai durar muito sem armas e suprimentos. Não se preocupe mais com ele. – Daryl fala enquanto faz carinho em meus cabelos