Capítulo 20

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  Estou muito feliz, hoje tem dado tudo certo e recebi a notícia que as crianças receberiam roupas e brinquedos novos, tudo arrecadado pelos negócios feitos. Isso é uma grande satisfação e reencontrar Anna pela noite será ainda melhor, ver Cris e Mary será uma das melhores coisas e calmantes para mim, poderia conversar com elas e contar as novidades, me sentir uma pessoa normal a tomar chá com mulheres; estou a caminho do aeroporto e no carro aproveito para olhar as redes sociais e as notícias, uma delas é falando sobre a empresa, o assunto sobre os desfiles e quem seriam os modelos, minha viagem para Itália está marcada e me sinto ansioso para ir, estou conseguindo me manter longe da maca de Anna pela primeira vez, sinto sua falta, conversar com ela se tornou algo preciso, mas tenho que entender e entendi que ela não morreu a qualquer momento pode abrir seus olhos, e é isso que me mantém de pé, saber que vai acordar em breve e sorrir novamente. No avião discuto com alguns empresários numa reunião em Londres pela web, organizaram essa reunião muito rápido e sem a minha convicção, me pegaram de surpresa numa ligação de vídeo. Presto bastante atenção no que dizem e não aceito o que propuseram, estou cheio de viagens ainda mais pelos desfiles que terei que estar presente daqui a um mês, não que eu não queira aceitar, mas será muito exaustivo para mim e tudo será feito num único mês. Começando com essas reuniões em países diferentes, depois as propagandas e por último os desfiles, não será corrido só para mim, mas sim para minha equipe, não tem como começar novas coisas sem antes riscar da agenda as que estou planejando e executando agora. Para quem vê de fora, parece coisa pouca, mas só veem o que está pronto, não como foi feito, tudo tem que ser plenamente organizado, ou não sairá bonito, desorganização não é meu sobrenome.

  Assim que o jatinho pousou fico alegre em ver Cristal na espera de mim, nunca me senti tão feliz em olhar para minha irmã, foram dias, mas parece que foram meses, estou tão exausto que nem parece que fazia viagens de três meses em desfiles. Junto a minha irmã estava Dallas e Jensen, que bom que sabem que devem andar com ela. Fomos a minha volta para casa a conversar sobre muitas coisas, disse sobre tio Mike chegar daqui a uma semana, me notificou sobre Anna e os sinais frequentes que tem dado, um dos maiores foi o seu coração ter alterado várias vezes, e mesmo isso sendo ruim, é um sinal de vida. Quando chegamos não vi Mary, então apenas subi para meu quarto pra relaxar e tomar um banho, só quero afastar o notebook e o telefone de mim e olhar as paredes sem nenhum pensamento, ou uma massagem seria muito bom. Estava ansioso para que dê logo às oito, o meu horário para ver Annástacia, nunca me senti assim e confesso que estou me conhecendo melhor nesses últimos meses, talvez pelo fato de ter mais sentimentos agora do que antes, ou ligar agora para minha vida e não em estar por cima de alguém ganhando a luta como sempre. Por uma vez na vida acho que estou me dando um tempo e cuidando da minha empresa, sei que a máfia é algo que nunca vou deixar, uma vez que você entra não saí, até porque vou esquecer que fiz parte disso, mas quem sofreu por minha causa, ou simplesmente me odeia, não vai esquecer nunca. Eu ainda acho que Anna nunca estaria segura comigo, pois, a qualquer momento poderiam a matar ou a mim, agora não á mataram, mas poderiam e não gosto de pensar isso. Mas sei que nunca serei uma pessoa limpa, tenho medo de não propor a ela, uma vida normal, na qual ela sempre quis ter, não sei se poderia a deixar sair sem dois seguranças com ela, mas não quero ser igual ao Otto, e sei que ela ainda é uma adolescente que quer viver como uma. Saindo do banheiro sinto fome e quando desço para a cozinha me encontro com Mary, que acabara de entrar pela cozinha com sua bolsa ao ombro.
  — Menino! — nos abraçamos e eu senti uma paz interior muito boa — já está de volta — disse alegre.
  — Queria que ficasse lá? — ela me deu um pequeno tapa ao ombro. — Estou com fome — Mary sorriu largo e sabia que amava me encher com suas delícias e isso me fez lembrar-se do tempo que chegava da escola e lhe pedia sanduíches.
  — Vou preparar um sanduíche enquanto a comida não está pronta — e isso me fez sorrir mais ainda, ver que ainda posso agir como se não fosse morto a qualquer hora, me faz querer ainda mais sair do mundo sujo que entrei. A verdadeira magia da Mary nunca ia sair dela, qualquer lugar que fossemos, ela iria transformar em confortável.
  — Irei para a biblioteca enquanto isso — me levanto deixando um beijo a sua testa e a mesma dá um grande sorriso confortante.

  No silêncio da casa atravesso rapidamente para ir à biblioteca, procuro por algum livro e me sento à poltrona, confesso que nunca fui de ler, mas depois dos meus vinte e de tomar conta de uma empresa que tem papeladas, comecei a vir mais a esse lugar que ninguém vinha e a metade das estantes já os li. Passando páginas e páginas sinto o maravilhoso cheiro da comida de Mary, deixo o livro com a página marcada sobre o móvel ao meu lado e volto à cozinha, vejo que meu sanduíche está pronto e abocanho o mesmo, Mary não se encontra aqui, mas Cris aparece com uma roupa diferente e cabelos molhados.
  — Ei devolve meu sanduíche! — vou atrás da garota pálida que tem meu lanche a sua mão e só depois de uma grande mordida a mesma me devolve.
  — Como na infância, vocês viviam brigando e deixando eu e Joana loucas — as lembranças das brigas de Cristal e eu quando pequenos veem a mente e sorri; tudo isso, é como se Anna trouxesse tudo isso a minha vida novamente, abriu meus olhos, só a agradeço e se está naquela maca foi o destino mesmo. Espero que ela acorde logo, para viver tudo isso comigo e fazer parte das novas memórias.

De volta a vida -  Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora