Capítulo 43

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    Anna

    Eu e Harry já voltamos de Paris, foram dias ótimos e não queria que chegasse ao fim, mas nem tudo é para sempre. Assim como nossa pequena paz por dias. Agora dirige o seu carro até a nossa casa, me conta que o apartamento é de Úrsula. Conversamos sobre passamos o tempo que perdemos juntos, confesso que acordei e conheci um novo Harry, se tornou alguém ainda melhor do que era antes, parece que tinha que fazer algo por ele e agora, quero ir além de salvar sua vida de um tiro. Eu preciso ser também quem aperta o gatilho e quando o fiz, quando matei Gabriel não senti nada a mais do que satisfação, não por matar alguém, por impedir que o matasse. Fez tanto por mim e o máximo que posso fazer por ele é contribuir da mesma forma, não quero ser a Anna que apenas espera ansiosa pelo resultado, quero ir junto, me cuidar, cuidar dele quando não estiver atento, quero ser o seu único braço direito. Por um momento.

   Quando pisamos o pé em casa senti o cheiro maravilhoso da comida de Mary, não vou negar que senti saudades, muitas saudades dessa mulher. Assim que entro na cozinha não a encontro, mas há uma menininha sobre à mesa, desenha e balança os pés que mal chegam ao chão. Assim que me vê sorri largo. Contribuo o seu gesto e a mão de Harry na minha cintura me fez brevemente o olhar.
   — Dafine! — a sua voz soa alta de alegria e a menina não parece diferente, já que sorri largo e corre em sua direção lhe dando um forte abraço. Posso ouvir de sua parte um pequeno "quem é ela?" — Ela é a garota que disse a você, aquela que iria acordar que você estava ansiosa para saber — a pequena me olhou com os seus olhos arregalados em surpresa.
   — Ela é a princesa? — sorri com o apelido que Harry tanto me chama, e a mesma sussurrou as palavras. Harry concordou e a menina voltou a desenhar, tinha um grande sorriso deveria ser uma criança extraordinária. Por agora acabo de descobrir que gosta de crianças - talvez mais do que eu imagino - caminha até mim e me dá um beijo na testa.
   — Ela fala mais do que imagina. Logo se solta — passa por mim e por minutos me sinto alegre em falar com a garota, já que a minha rotina dentro dessa casa não muda, eu apenas não faço nada. Talvez seja por isso que Harry quer que eu estude.

    Harry tinha razão Dafine era realmente uma tagarela sem fim, não vou negar que gostei de bater um papo com uma pequena repórter que tomou o tempo da minha tarde inteira. Vi Mary, conversamos e tudo e a mesma não negou as entrevistas que Dafine faz a todos.
   — Então você e o Harry vão se casar? — sorri com a sua pergunta enquanto tomo uma xícara de chá real, mas antes que eu a respondesse a voz grave de Harry esbravejando me fez tomar atenção ao que dizia.
   — Eles pagarão por isso! — tinha um toque de ódio, um toque de dor, de perda, de sentimentos. Quem pagará?
   — Harry não faça nada de cabeça quente! — A voz de Cristal também foi ouvida e logo o corpo alto do rapaz passou pela cozinha, eu e Mary fomos até a sala para ver que está indo pela porta.
   — Mataram ela! — se virou a irmã, seu rosto vermelho em fúria e a minha cabeça numa confusão. Mataram quem?  Cris dá passos para trás com a raiva do irmão.
    — Harry se acalma — chego perto do mesmo, mas se afasta esmurrando a parede e puxando seus cabelos para trás com ambas mãos. Um fungo é ouvido e está prestes a chorar.
   — Droga! Até quando? Até quando tudo isso vai durar? Até quando vão matar pessoas por minha causa? Foi minha culpa! Minha! — seus olhos marejados a olhar para Cristal, logo para mim. — Até quando isso vai durar? — não demora muito para descobrir que fala dos seus inimigos. O ódio transpassando pelo seus olhos, pelo seu ser, não era nada menos que isso.
   — Até você matar eles! — todos os olhos vieram para mim — isso irá durar, até quando você decidir acabar com eles ou eles acabaram com todos até chegar em você. Como fizeram com seu avô, com seu pai e comigo, mas eu estou viva — olho em seus olhos — se você não matar eles. Eles vão matar você. — Seguro em seu rosto, era duro saber disso, dava para ver que Harry não queria mais ser assim, não queria matar, não queria traficar, não queria ser um mafioso, não queria mais honrar o pai nessa batalha difícil. Ele só quer ser um imperador normal, a cuidar da sua vida, a sair sem um monte de homens de preto atrás dele, não ter que ter medo de perder.
   — Mataram a Úrsula — o tiro foi certeiro. Foi como se sua dor, passou o meu peito e voltou ao seu — invadiram a merda do apartamento e a mataram. Por minha culpa! Eu a trouxe! Eu a quis aqui! Cruzou meu caminho por minha culpa e por minha culpa morreu. — Não tenho o que falar, o que eu falaria? Não tem como dizer algo confortante, não tenho palavra alguma e isso despertou raiva em mim, mas isso tudo não é sobre mim é sobre Harry, então o puxei para um abraço e deixo que desabe ali, na frente de todas nós. Não é errado chorar, não é errado desabafar, Harry acima de tudo é humano, às vezes caí! Mas por uma vez no mundo, agora eu queria que ele voltasse aquele Harry que nunca estava por baixo.
   — Você vai vence-los — sussurro ao seu ouvido, ouvindo o impacto que as palavras causaram no mesmo. Estava a pensar e isso foi o gatilho para o que vem a seguir.

De volta a vida -  Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora