Capítulo 48

1K 110 4
                                    

   Tínhamos o levado para casa, pediu para que não levássemos para o hospital para evitar a imprensa e as perguntas que não saberia responder. Espero o médico chegar enquanto está a cama, seu rosto tem arranhões e alguns hematomas. Cristal lhe trouxe um chá para acalmar as dores e nos deixou a sós.
   — Anna — ouço a sua voz fraca e o encaro — o que pensou, quando puxou o gatilho para Gabriel? — o olhando nos olhos suspiro olhando meus dedos logo em seguida. O encaro novamente torcendo os lábios e respirando fundo.
   — Quando se trata de matar alguém não se deve ter sentimentos, seja uma filha da puta sem coração, pense no que ele te fez, se ele não fez, pense no quão mal poderia fazer as pessoas que você ama e mate-o — recito tudo que me disse antes de matar Frederick e o vejo sorrir pequeno. — Faria o mesmo hoje e quantas vezes fosse preciso para que você sempre esteja ao meu lado — sinto suas mãos trocarem a minha e toques na porta são ouvidos. Deixo os homens a sós e desço vendo que Henry está sobre o sofá e alguns dos seguranças, vejo que apesar da vida deles serem arriscadas a cada dia, gostam muito de Harry e até mesmo do que fazem, já seus tios e primos estão em pé pelas paredes, parecem pensativos, eu também, não estavam aqui quando eu saí, pois só os vi agora. Sorri para eles tentando os acalmar, mas até eu mesmo quero saber do seu estado, até então não parece tão mal, mas o médico que dirá isso. Ponho chá para cada um dos homens a faço um sanduíche. Me sento junto a eles que comem comigo. Depois de bons minutos o médico desce com passos cautelosos a longa escada e todos nós nos levantamos.
   — Mais algumas pancadas e teria sua costela fraturada, seu rosto não foi tão afetado. Mas seu corpo internamente está bem vulnerável — meus olhos se arregalam — mas apesar disso, está bem, só sentirá dor, talvez febre à noite, dê chás que amenize os seus sintomas e principalmente a dor, os remédios estão aqui — me entrega uma receita — não levantará por alguns dias, apenas para o banho e só, até porque se sentirá dolorido. Mas é repouso absoluto nesses dias, muita água e observação.
   — Obrigada doutor — o mesmo acena para nós e acompanho o mesmo até a saída. Olho para os homens que parecem um pouco menos tensos.
   — Faremos o nosso melhor do lado de fora e cuidaremos do plano no seu lugar. — Dallas me acolhe com um aperto no ombro.
   — Obrigada, durante esses dias eu assumo o lugar de Harry — todos se entre olham — podem ficar tranquilos que todas as informações serão passadas para ele. — Todos confirmam e saem, Henry é o último, não sai sem antes me dá uma boa olhada. Fecho a porta atrás de mim suspiro olhando os homens que não abriram a boca para nada nesse mundo, só quero saber onde estavam, mas não me cabe essa pergunta. Vejo Mike descer, provavelmente do quarto de Harry, o mesmo me encara.
   — Foi muito corajoso da sua parte ir com os seguranças. Mostra que é realmente uma mulher digna de estar nesse posto. Coisa que muitas nunca fizeram.
   — Amo o homem naquele quarto Mike, farei de tudo por ele, arriscarei minha vida novamente, matarei por ele, fez muito por mim e sinto que devo isso. — Encaro todos — vou cuidar dele. — Os mesmos concordam, a sensação ruim deles não falar nada me causa desconfiança, mas me lembro que não os conheço e que não devo desconfiar das pessoas que Harry confia de olhos fechados. Quando entro em seu quarto vejo que dorme, arrumo um pouco da bagunça que está aqui e quando estou satisfeita peço para que um dos seguranças comprem o remédio dele. Cristal também não apareceu, tento esquecer tudo ao meu redor e focar apenas no homem. Tomo um banho demorado para passar um tempo relaxando, agora sinto o que Harry sente toda vez que aponta uma arma ou puxa o gatilho, desejo de mais, poder, espero que aquela vaca mande o recado para Gibson e se isso não for suficiente, mandarei a cabeça dela. Saio da casa de banho ouvindo sua tosse o encaro para ver que está acordado.
   — Como se sente? — vejo um pequeno sorriso nos lábios rachados.
   — Com essa visão, melhor — caminho até ele me infiltrando debaixo dos lençóis — o que ele disse?
   — Repouso absoluto, um chá de cama, muita água, observação e que sentirá muitas dores, acredito que nos primeiros dias não melhorará — ouço seu suspiro.
   — Sabe que não posso ficar aqui deitado.
   — Sei, mas vai ficar, sua coluna está quase fraturada, não quero te vê na cama por mais tempo do que precisa, porque precisamos de você. O plano ainda está de pé, os homens já disseram que vão tomar conta de tudo, então não se preocupe com nada, vou informar tudo a você e tio Mike estará comigo — arrumo seus cabelos para longe do seu rosto.
   — Olhe para você — sorriu para mim — dormiu minha princesa, tão sensível e submissa, acordou uma rainha, dona de si. Forte e uma mulher.
   — Por você — beijo seus lábios ouvindo seu protesto — me desculpe.
   — Está incluído na receita de receber carinho absoluto durante esses dias? — solto uma risada e balanço a cabeça que sim.
   — Está sim.

Vote e comente ❤ 

De volta a vida -  Livro 2Where stories live. Discover now