Capítulo 41

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  O dia havia passado rápido demais, aproveitei pouco dos filmes junto a Anna, a mesma tinha até dormido no meio de um, agora nos aprontamos para à festa que fomos convidados. À menina de lingerie a minha frente pega duas peças e me olha.
  — Isso é um jantar ou uma festa? — observo o meu terno e arrumo a gravata no meu pescoço.
  — Ambos — ouço seu suspiro assim que minha voz termina de pronunciar o que queria ouvir. Anna segura num vestido indo para o closet, não deixo de sorrir de lado com a sua atitude. Desço as escadas à sua espera, Henry está na sala, quer dizer que ele sabe o porquê do jantar!
  — É um jantar normal, mas com uma proposta no final — vai direto ao assunto se levantando da poltrona. — Os Portes querem um favor — me entrega uma carta. — Cristal enviou, mas parece que foram mais rápido que os correios, creio que avisou a você.
  — Obrigado Henry, pode ir — o garoto se retira do apartamento e abro a carta.

"Meus pêsames, querido amigo. Soube que está na França em uma viagem de férias, nada como um jantar e uma boa festa para lembramos dos tempos antigos. Eu espero você para uma boa noite de negócios e diversão.

Atenciosamente Portes".

  Guardo a carta embaixo das revistas do centro e ouço o salto de Anna, observo a andar até mim, me levanto segurando em sua mão. Descemos o prédio inteiro até o estacionamento, logo o meu e o carro dos quatro seguranças que trouxe comigo, estão na avenida. Olho para Anna que olha para fora do veículo, estou preocupado agora e se Gibson está planejando algo? E se isso põe a vida de Anna em risco? Tento manter a minha calma e respiro fundo, percebo que aperto o volante entre meus dedos, os nós chegam a ficar brancos. É o momento de manter a calma. O percurso é calmo e apenas aproveito o perfume doce demais da menina, o jeito que está sentada com as mãos em cima das suas coxas, o modo atento que olha para a estrada, tenho uma verdadeira dama ao meu lado e vou fazer de tudo para sempre ter.

  Abro à porta para que Anna saia e seguro em sua mão, ouvindo o seu pequeno e baixo "obrigada" o som dos seus saltos e das minhas botas no chão de cimento queimado do lugar, assim que abrem as grandes portas para a garota e eu passar, pudemos ver a grande pista de dança cheia de casais a dançar juntos na música calma e baixa do instrumental, as mesas lotadas e um dos empregados a me guiar para uma delas.
  — Senhor — vejo que o silêncio reina, uma pequena olhada e todos estão a me observar, assim que me sento e a garota está ao meu lado, todos voltam a falar novamente.
  — Vitsky! — posso sentir a surpresa em sua voz, mas seus olhos não estão em mim e sim em Annastácia, não sei se por surpresa, ou algo a mais que deixa minhas mãos em punhos.
  — Portes — suave, frio e ríspido, como deve ser.
  — Essa deve ser Annastácia, sim? Mas não estava mor...
  — Estava — a voz da menina fez todos a olharem, às cinco pessoas a nossa frente.
  — Há que devo a honra — nenhuma — em estar aqui?
  — Devo crer que não recebeu nossa carta. Precisamos de um grande favor indo ao ponto — bebe seu uísque. Antes que possa sorrir em deboche do seu pedido a voz ao meu lado toma a atenção dos meus lábios.
  — Sabe que não sai de graça — sobrancelha arqueada e postura reta, Anna encara bem Gibson.
  — Pagamos muito bem por ca...
  — Não precisamos de dinheiro. — Gibson dirige seu olhar a mim e o que posso fazer a não ser sorrir para o homem que tem seu semblante dividido.
  — Preciso de algo que era meu e foi roubado e sua ajuda seria muito boa para essa ação.
  — Estou de férias amigo — consigo sentir o desdém da minha voz — acho que não estou muito a fim de arriscar a minha vida e ter mais um inimigo, por coisas bobas. O que ele roubou de você, mais uma mulher? — suas narinas dilatam e um soco é depositado a mesa.
  — Está debochando de mim? Isso aqui é mais que uma reconciliação, é a morte de uma das pessoas que está tomando nosso lugar.
  — Seu lugar — reponho a ele — isso aqui não tenho nada a ver, não quero e não faço o que você me propõe. É sua briga e não a min... — antes que complete o que vou dizer posso ver e muito bem alguém que estava a muito querendo encontrar. Como pude esquecer dessa parte tão importante dos meus negócios? Assim que Gabriel me vê dá alguns passos, me levanto e ignorando totalmente os chamados da menina ao meu lado saio em busca do homem. Saindo pela porta principal vejo que corre para algum lugar.
  — Gabriel! — sigo seus passos e vejo que vai para um beco atrás do salão, ao entrar saco a arma do cós da minha calça e atiro de raspão em sua perna ouvindo o seu grunhido. Continua a andar, mas sou mais rápido em lhe dá outro tiro. Caminho rápido até o corpo no chão, um chute no seu rosto e mais um em seu estômago, seguro em seus cabelos olhando em seu rosto, socos e mais socos distribuídos em seu rosto ensanguentado, só preciso descontar toda a culpa e todo o ódio que sinto.
  — Harry — começa a rir — irá fazer comigo igual sua mãe fez com seu pai? — Gabriel começou. As cenas vieram na minha cabeça como flashes, a arma apontada a cabeça de Túlio. Olho em seus olhos e pude sentir mais ódio ao ver que sorria, mais um soco em seu rosto — para se deitar comigo — o segurando em pé sobre a parede aponto a arma em sua cabeça. Olhando em seu rosto o jogo no chão, é ali que ele deve estar. Abaixo de sete palmos, sua risada me deixa enojado.
  — E depois eu sou o traidor? Ficou do lado das pessoas que fizeram sua vida um inferno — o observo como se levanta devagar
 — Faria de novo! — sua voz rasgando sua garganta, cuspiu sangue ao chão e sorriu largo — e devolveria aquele sua putinha a el... — O barulho do tiro soando pelo beco foi à única coisa que se ouviu. Seu corpo jogado junto ao sangue que escorria da sua cabeça, é a última visão que terei dele, viro meu rosto para encarar quem atirou, Anna.

De volta a vida -  Livro 2حيث تعيش القصص. اكتشف الآن