Capítulo 52

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   Depois do café da manhã com Harry e de ter garantido que ficou dentro do quarto a assistir. Pego minha bolsa com as coisas que preciso e visto uma roupa confortável.

  Henry dirige o carro em direção ao shopping e a cada segundo meu coração acelera mais, sinto calafrios e meu estômago está pequeno, tenho medo da descoberta, não saberia se Harry aceitaria o fato de ter um filho. Não sei de nada, apenas que estou ansiosa e nervosa de mais.
   — Senhorita Anna, está bem? — encaro o rapaz ao meu lado e suspiro.
   — Sim, só estou nervosa — o mesmo tem suas sobrancelhas franzidas, mas não faz nenhuma pergunta a mais.

   Já no shopping eu e o mesmo andamos a procura da farmácia, claramente Henry não sabia para aonde íamos e nem o motivo e nessa ida para a farmácia acabei por encontrar com um paparazzo, é incrível como eles ficam as espreitas a procura de alguma celebridade, resultou em fotos minhas. Tento não aparecer cobrindo o rosto. Henry também me protege dos flashes até que estivemos longe o bastante para não os ver mais. Suspiro em cansaço e logo entro na farmácia.
   — Posso ajudar? — uma moça loira vem me atender.
   — Preciso de três testes diferentes e os melhores — a mesma logo começa a vasculhar entre as prateleiras enquanto como minha própria carne da unha em nervosismo.
   — Mais alguma coisa? — balanço minha cabeça negativamente e a mesma começa a andar comigo ao caixa. Quando pago saio do lugar bastante ventilado e caminho junto a Henry.
   — Está doente? Lembro que ontem mesmo levei os últimos remédios de Harry — encaro ele e sorri, logo não será nenhuma surpresa e se Henry está aqui para minha proteção deve saber.
   — Eu penso que estou grávida — seus olhos se abrem de uma forma tão repentina que estranho o vejo parar.
   — De quem? — confusa o encaro e minhas sobrancelhas franzem.
   — Como de quem? Do Harry! — me encara bem, continuo andando olhando para todos os lados para achar um paparazzo, nenhum, ainda bem. Mas percebo que não há ninguém do meu lado, está parado no mesmo lugar. — Mas o que foi? — o olho.
   — Pensei que ele era seu irmão ou sei lá o que. Para mim não passava de um cuidado, não de um relacionamento — balanço minha cabeça negativamente.
   — Eu e Harry somos namorados — chego perto dele — é complicado, mas não, não sou irmã do Harry.
   — Pensei que por ele confiar em você.
   — Eu fosse alguém da família como estão seus tios e Cristal lá? — sorri com ele — bom, se isso der positivo — paro em frente uma loja de bebês — agora terei uma família. — O mesmo abana sua cabeça positivamente e dou um pequeno sorriso. Entro na loja de bebês e nunca pensei estar aqui. Mesmo que não seja verdade, posso guardar para quando for. Mas quero fazer algo bonito, mesmo que a reação de Harry seja diferente da que eu espere. Não quero pensar negativo, não quero pensar coisas ruins dele e quando for diferente me sentir culpada, só vou deixar acontecer, mesmo que possa doer. Quando pago a pequena caixa com dois sapatos amarelinhos embrulhados em um papel de presente discreto, saio da loja recebendo os parabéns mesmo nem sabendo se é verdade, ao encontro de Henry parece triste.
   — Henry, o que foi? — me aproximo vendo seu olhar.
   — Não é nada, podemos ir Annástacia? — Annástacia?
   — Henry, você criou sentimentos por mim? — vi que engoliu em seco, me olha nos olhos e não negou.
   — Sim, criei. Mas não se preocupe sei lidar com meus sentimentos, vamos — sua mão nas minhas costas me incentivando a andar com ele, a postura seria que assumiu, não quis dizer mais nada, pois, não tinha nada para ser dito. Apenas entro no carro e olho a rua escura, respiro fundo apenas para mim, não quero o magoar, mas como ele não sabia que eu e Harry tínhamos algo? Estava tão na cara.

   Quando chego em casa corro entre os corredores com as sacolas na minha mão, guardo o presente no móvel ao lado da cama, se passa das sete. Harry deve estar preocupado, já que saí no início da tarde. Depois de ter feito os testes fui tomar um banho demorado, quero saber o resultado, mas tenho medo, então adio a ansiedade por mais alguns minutos. Visto uma lingerie azul e olho meu corpo no espelho virando de lado, vendo minha barriga, meus olhos se fecham e sinto minhas mãos tremerem, arrumo meus cabelos e encaro os três testes. Os pegos e observo com cuidado, os três estão iguais, os três estão positivos. Deixo que caía sobre a pia, sabia da resposta, tinha certeza pelos sintomas e pelo meu corpo. Mas temia ser a verdade, choro, mas não sabia o porquê. Talvez tristeza, felicidade ou até mesmo medo.
   — Anna? — ouço baques na porta e sei que é Harry — por que está chorando? Por que não me avisou que chegou? — respiro milhões de vezes antes de segurar a maçaneta, nunca me senti tão mal, com tantas borboletas no estômago e enjoos. Encaro seu rosto que assume algo como confusão, preocupação e tortura. — Você está estranha, Shawn está estranho! — sua sobrancelha franze e sorrio para ele. Seguro suas mãos, mesmo não sabendo sua reação teria que o contar e aproveitar que estou tão emotiva se for as piores choro logo sem pausas ou tenho um troço. Seria pior se descobrisse de outro jeito a não ser por minha boca e isso aqui irá aparecer uma hora o outra, gravidez é uma das coisas que não dá para esconder.
   — Harry senta — o mesmo o faz e me encara, lá está o Harry que vi na noite que me trouxe. O Harry que temia, mas agora não temo.
   — Hoje comemoramos algo? — diz ao ver que seguro a caixinha com papel preto.
   — Não sei se é bom ou ruim. Mas, penso que comemoramos sim — segurando o laço me olha ainda mais confuso, vejo que suspira. Meu estômago está embrulhando e tenho vontade de respirar mais, pelo frio na barriga é desconfortante. Assim que abre a caixa não diz nada, é o que me atormenta. Harry não demostra nada em seu rosto, nenhum sentimento é apenas um rosto neutro.
   — Puta que pariu! — não explode, mas as suas palavras me fazem ficar em alerta, assim como se levantou com a caixa a mão e me deu as costas. Parece impaciente e anda de um lado para o outro. — Um bebê? — me olha nos olhos, estão marejados sinto minha pele arrepiar. Não era a reação que pensei, não foi a mesma que a de Shawn.
   — Você não o quer? — meu olhar abaixa para o chão em busca de fugir dos seus talvez furiosos. Uma lágrima caí eu estava triste, acabada, dilacerada.
   — Não diga isso! — meus olhos voltam ao contato com os seus. — É só que. — Para a olhar o chão, como se pensa, seu corpo cai sobre a poltrona, nem liga mais para a dor já que o fez sem preocupação. — Não estou preparado para ser pai — essa confissão sua me fez sorrir pequeno. Não deixou de fita-me, sei o que está pensando. Em meio a guerra de famílias, em meio aos tiros, um filho. Harry queria arrumar sua vida, se aposentar da máfia antes de tudo, isso foi imprevisto e com certeza um descuido. Mas é uma vida que fizemos. Sabemos como é nascer na máfia, como é viver nos negócios, sabemos as consequências de tudo isso.
   — Como se sente? — levanta e vem até mim. Suspiro alto e limpo as lágrimas que estão prestes a cair enquanto se abaixa a minha frente.
   — Assustada, muito assustada.

De volta a vida -  Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora