Capítulo 15

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Sammy ri, tombando a cabeça para trás

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Sammy ri, tombando a cabeça para trás.

—Você não vai parar nunca, não é? -Ela pergunta com um sorriso nos lábios e eu afirmo:

—Jamais. -Encosto a cabeça nos azulejos enquanto pergunto a mim mesmo o porquê gosto tanto de fazê-la se sentir envergonhada.

—E eu gostei muito da história que você criou para o Cody.

Ela sorri mais uma vez, quase me esqueci que estávamos em um banheiro. Sam na privada e eu no chão, é um tanto cômico comparado a vida que ela leva.

—Eu tenho muitos talentos. -murmuro. —Mas nem tudo era invenção.

—Se você diz...-Sam suspira. —Eu acredito.

—E para ser sincero, eu nunca preferi mexicanas. -Desabafo sem saber o porquê, mas eu apenas quero continuar conversando. —E só gosto de filmes mexicanos porque minha mãe era uma.

As sobrancelhas dela se juntam, não de confusão e sim por pena, mas eu não ligo e sorrio.

—Minha mãe morou lá até os 19 anos, lembro dela falar que a mãe dela pulou a cerca com europeu e então ela nasceu. -Sorrio mais ainda por conseguir guardar tão bem as lembranças que tenho dela. —Ela amava falar no idioma dela e amava mais ainda os filmes, falava que se sentia mais próxima da família e quando eu vejo, me sinto mais próximo dela.

—Por que você está me contando isso? -Sam agora parecia surpresa, mas sorriu, e droga, porque caralhos ela tinha que ser assim?

—Eu acho que bebi cinco copos dessa bebida que eu nem sei qual é. -Aponto para a Banheira e ela inclina o corpo para ver dentro.

—Foram seis. -Ela diz ao terminar de contar os copos que eu tinha jogado lá.

—Então tenho algo para culpar amanhã quando eu me arrepender. -pisco pra ela e suspiro. —Sabe o pior de tudo isso? Meu irmão nunca vai poder sentir algo assim, ele está na merda e essa porra é culpa minha.

—Acho que você está exagerando, eu não tenho muitos exemplos para me basear, mas você cria esse menino da melhor maneira possível, isso é nítido.

Sam tenta me confortar, mas eu sei que só são palavras, ela não me conhece, não sabe absolutamente nada e mesmo assim, eu me sinto mais aliviado.

Que porra de bebida é essa?

Você diz isso porque não ouviu o sermão que eu levei da diretora, ela falou que tentou entrar em Contado, mandou até um recado no caderno dele e ele obviamente não me mostrou, mas que tipo de irmão sou eu que não tenho a capacidade de olhar? Ele só tem 12 anos porra, eu deveria ter percebido que pra idade dele, ele não tem nenhum amigo, nem sequer sai de casa e quando sai é pra jogar sozinho no boliche.

Bufo tombando a cabeça pra trás, encarando o teto. Eu não sabia que estava sendo um péssimo exemplo até ele seguir o meu próprio.

—Talvez você esteja sendo duro demais com si mesmo. -Ela suspira chamando a minha atenção. —Você não é perfeito, ninguém é, mas ao contrário de muitos outros casos por aí, você ainda tem tempo.

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