Capítulo 51

10.5K 1K 692
                                    

Suspiro satisfeito com a merda do fusquinha idiota que deixei para finalizar hoje, já que ontem eu só me sai bem em beber com os garotos

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Suspiro satisfeito com a merda do fusquinha idiota que deixei para finalizar hoje, já que ontem eu só me sai bem em beber com os garotos.

Hoje pensei em fazer o mesmo, mas infelizmente o Noah vai ir embora amanhã, então vamos todos passar a noite juntos.

David hoje foi fazer inscrições para algumas faculdades perto daqui, eu queria fazer ele trabalhar apenas a metade do período, mas o cabeça dura não quis, mesmo eu falando que receberia a mesma coisa de agora.

Então só posso desejar ele uma boa sorte. Meu irmão hoje me fez comprar doces para ele levar para a Lily.

Foi triste ter que fazer isso. Me jogo no sofazinho da oficina, olhando para o fusquinha e pensando o quão deprimente minha vida foi, apesar de eu não me arrepender de absolutamente nada. Fiz tudo que achei o certo até aqui, mesmo tendo que me anular algumas vezes.

Em vinte e seis anos eu nunca sai do lugar, sempre na oficina, sempre cuidando do meu irmão e é isso.

Olho para o contato da Sam aberto no meu celular. Me pergunto se eu deveria ligar pra ela, relevar absolutamente tudo, aliás, ela não fez nada de errado, mas porra, uma parte enorme dentro de mim quer viver coisas com ela fora do quarto. Talvez eu também tenha ficado chateado atoa e também eu esteja inventando um monte de coisa só para convencer a mim mesmo a não ficar triste e ligar pra ela.

Que merda, eu nem terminei de contar as pintas dela. Sam foi minha única grande mudança em toda minha vida, a única que eu quis e isso não é um saco? Tantas pessoas no mundo.

Jogo o celular do meu lado, frustado pra caralho.

Ouço alguém estacionar do lado de fora, me forço a levantar para dizer que já vai fechar, mas paro no meio do caminho. Forço os olhos para ter certeza que não era alguma miragem formada pelo álcool que eu bebi ontem e que parece que ainda tá fazendo efeito.

— Oi. - Sam murmura, tão baixo que eu tive que prestar atenção nos lábios dela para ter certeza, obviamente não só por isso. Eu estava com saudades da boca dela? Quem é que tem isso?

O amor deixa a gente tão idiota.

— Oi. - Respondo receoso. — Problemas no carro, ruivinha?

Ela sorri, eu sorrio e a merda está feita. Se um dia existiu algum motivo para eu não querê-la, evaporou.

— Dessa vez não, podemos conversar? - Ela se aproxima, mas não o suficiente pra mim. Nunca vai ser o suficiente.

— Por mim tudo bem...- Eu ia pedir pra ela entrar, mas Sam é mais rápida ao começar a falar tudo:

— Eu sei que talvez eu deveria te dar mais tempo ou algo do tipo, mas eu não quis, eu tive que me segurar muito para não vir ontem, eu sinto muito por tudo e talvez eu seja...uma... Sei lá, desculpa por magoar você e tentar fingir que nunca aconteceu nada, porque como você disse a muito tempo atrás, eu Fujo das coisas e isso é a mais pura verdade. -ela solta um suspiro sofrido, olhando para qualquer coisa que não seja eu. — Fujo das merdas que eu sinto por achar mais fácil de enfrentar, Fugi das minhas lembranças dolorosas para não sentir a dor delas, fujo da vida que eu queria, pois assim eu estaria fugindo dos julgamentos, e Fugi de você, porque você me fez querer parar de fugir de toda essa merda que eu sempre vivi e eu não consegui fugir de você, eu sou péssima e uma vaca egoísta.

Tudo de mimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora