Capítulo 48

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Meu coração se parte em pedaços ao vê-lo ir embora

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Meu coração se parte em pedaços ao vê-lo ir embora. Eu queria ir atrás dele, falar tudo que estava na minha mente. Estava tudo planejado, palavra por palavra. Eu treinei tanto.

Ver meu pai aqui me fez entrar em um estado de choque, eu simplesmente sai falando o que vinha na minha mente e agora acho que magoei Philipe.

— Está tudo bem? - meu pai pergunta.

Balanço a cabeça positivamente, eu não queria ter que me explicar. Ele me encara como se eu devesse falar pra ele, mas estou destruída demais pra isso.

Aviso meu pai que ia procurar uma amiga, eu nem sequer tenho amigas aqui. Pego o celular na intenção de ligar para Philipe. Aperto o celular com força, mas que se foda.

Espero alguns minutos se passarem, só para dar a desculpa que não estou me sentindo bem e ir embora. Meu pai diz que vai ficar mais um pouco. Eu queria saber o porquê, mas só ando o mais rápido que posso para longe daqui.

Entro no carro, agradecida pela casa dele não ser longe daqui. Tento manter a calma enquanto dirijo.

Mas que grande merda, estava tudo indo tão bem e agora só piorei tudo.

Em menos de dez minutos eu já estava estacionada em frente a casa dele. O medo me trava dentro do carro.

Tombo a cabeça no volante, sentindo as lágrimas escorrerem. Me arrasto para fora do carro, indo em direção a porta.

Bato uma, duas, três vezes. Quando já estou prestes a desistir, a porta se abre.

Philipe me olha, nada surpreso. Ele entra, deixando a porta aberta pra mim. Eu o sigo, fechando a porta atrás de mim.

Ele para alguns metros de distância, em silêncio.

— Me desculpa, eu fiquei em choque e...

— Tudo bem. -Ele diz tranquilamente.

— Só tudo bem? Você me pareceu magoado.

Ele ri do eu disse.

— É, desculpa por isso. - Philipe suspira. — Hoje eu ia dizer que eu estava apaixonado por você, mas tive tempo suficiente para pensar sobre isso enquanto caminhava pra casa. Como é que eu posso querer ficar com você sendo que nem sequer existe um futuro descente para a gente? Isso nunca daria certo. -ele gesticula, apontando para nós dois. — Eu não poderia segurar sua mão na rua e não iríamos ao cinema se pegar por mera diversão. Eu não iria conhecer seu pai do jeito certo e eu lamento muito que em vinte e seis anos, você foi a única que eu quis andar na rua de mãos dadas. Então eu prefiro acabar com absolutamente tudo agora e de qualquer jeito, nem amigos poderíamos ser.

Ele fica em silêncio esperando alguma resposta, mas não consigo nem mover minha boca. Eu ouvi tudo que eu queria ouvir, eu quero andar de mãos dadas com ele, quero apresentá-lo ao meu pai da maneira certa, quero ir ao cinema para não ver filmes, quero ser amiga dele.

— Hoje eu também ia dizer que estava apaixonada por você, mas estraguei tudo antes mesmo disso. - dou um sorriso triste.

— Que bom que você não disse, o impacto seria maior. - Ele suspira. — Eu acho que preciso ficar sozinho, tudo bem?

Balanço a cabeça, aceitando que ele estava me expulsando educadamente. Olho uma última vez pra ele.

Eu quero ser sincera sobre o que sinto pra ele, quero me desculpar por ser tão covarde e medrosa. Mas agora não é a hora certa, o jeito que ele me olha, faz eu me sentir a pior pessoa do mundo e isso é um sentimento sufocante, perceber que ele está magoado e a culpa é minha, é pior do que ser dispensada por ele.

— Tudo bem. -Fecho os olhos na intenção de impedir que uma lágrima caísse, mas não adiantou nada. — Me desculpa.

Foi a única coisa que eu digo antes de fugir dele.

Observo o céu, enquanto fazia impulso para o balanço ir para frente e para trás

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Observo o céu, enquanto fazia impulso para o balanço ir para frente e para trás. Não poupo meus olhos das lágrimas.

Eu simplesmente as deixo cair.

Ele está certo, que futuro teríamos? E se meu pai não gostasse dele?

Eu queria que fosse mais fácil, mas sinto que a cada passo que dou, perco tudo que eu tentei não perder minha vida toda. E o Philipe não merece isso, ele é bom demais pra toda essa merda complicada.

Eu queria ser mais confiante, queria não ter medo, queria ser como todas em minha volta e o máximo que consegui foi transar escondido.

Eu rio sem humor algum, que situação patética.

Eu com vinte e um anos, com um medo irracional de machucar os sentimentos do meu pai, pois carrego uma culpa que não é minha. Que culpa tenho eu pelos erros da minha mãe?

Que culpa eu tenho por ele se afogar no trabalho? Que culpa eu tenho pelas pessoas que julgam ele?

E por que parece que só eu me cobro isso?

E por que parece que só eu me cobro isso?

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Aiai essa Sam...

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