Ela aprendeu a correr, fugir, para se livrar das garras do padastro, que queria mais que tudo toma-la para si. E desde então ela se esconde, e se fantasia de rebelde com tatuagens, cabelo de pontas coloridas e língua afiada, até um homem com cara de...
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Liz
Estou mal. Muito mal. Brad vem ao meu socorro. Me pega no colo, me ajeitando na bancada da pia. Passa água no meu pescoço, rosto e nos meus pulsos. Sussurrando sempre para eu me manter calma. Só agora percebo que estou tremendo.
— Tudo bem, amor. Eu vou cuidar de você. - Ele diz baixinho. - Vem piccola, vou te levar para casa.
Brad me pega novamente em seu colo, para nossa casa. Me leva direto para o banheiro, vai tirando minha roupa com calma. Ele me dá um banho, me seca e pega um blusão largo dele que sabe que gosto de usar para dormir. Ele me coloca sentada na cama e vem se agarrar em mim, me abraçando deitando sua cabeça em minha barriga. Ele deixa um beijo demorado e me olha com brilho diferente nos olhos. Me sinto melhor, então o abraço apertado.
Então ouço meu celular tocar. E só nesse momento eu me lembro que não o troquei desde que cheguei no mc. Num pulo atendo no terceiro toque meio ofegante.
— Alô?
— Olá querida loirinha. - Essa voz... Maldito. - Liz! desliga principessa... - Escuto a voz da minha mãe longe e um barulho como um baque e um gemido.
— Mãe? Nicolau, você está louco?
— Louca estava você, querida quando se envolv... - O celular é arrando da minha mão. Vejo Brad me sentar e colocar uma garrafa de água na minha frente.
— Você já está morto maldito Nicolau.
Ouço de longe Brad gritar e discutir, como se eu não estivesse aqui. Depois escuto várias vozes, não reconheço nenhuma. Acho que estou tendo um ataque de pânico.
Céus.
Nicolau está judiando da minha mãe.
Cristo! O que ele fará comigo então.
Estou hiperventilando. Estou ficando sem ar. Doce Jesus! Me ajude. Está muito quieto.
— Pequena princesa, vamos lá, preste atenção na minha voz. Inspire e expire. Isso novamente. Inspire e expire, não pare princesa. - Eu conheço essa voz. Não o vejo, porém. Grag.
— Vamos piccola Liz. Devagar amore mio. - Será que...
— Brad? - Tento gritar, mas sai apenas um sussurro.
— Calma, amor. Estou aqui. Sinta, hum. Sinta minhas mãos em seu rosto. Inspire e expire, amor devagar, não pare.
Vou fazendo assim e aos poucos, sinto as mãos de Brad em mim. Minha visão está turva ainda.
— Não pare, princesa. Devagar, foco na minha voz, amor. - Continuo tentando respirar segurando forte a mão de Brad.
Fecho meus olhos, pois me sinto fraca. Estou com vertigem. Isso é horrível.