Ela aprendeu a correr, fugir, para se livrar das garras do padastro, que queria mais que tudo toma-la para si. E desde então ela se esconde, e se fantasia de rebelde com tatuagens, cabelo de pontas coloridas e língua afiada, até um homem com cara de...
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Liz
— Acho que deve ser delicioso. - koúkla diz, passando a lingua sobre os lábios.
Estou tentando matar o tempo, dizendo que comida vou fazer para Safira, depois que sairmos daqui. Ela tem esse jeito toda menina e é muito meiga. Me contou algumas coisas da sua vida, sua descendência é grega e por isso do apelido. Seus pais morreram a dois anos e ela ficou com o irmão mais novo, que não passa de um drogado. Mesmo assim, ela não deixou de ser delicada.
— Ride, ficaria encantado com você. - Eu falo me lembrando do jeito dele.
— Quem é Ride? - Ela pergunta curiosa.
— Além de membro do mc, como te expliquei, ele é um irmão de verdade para mim.
Voltei ao assunto do clube, das comidas e outras coisas de mulheres. Até que acabei cochilando.
Não sei quanto tempo estou aqui. Estou com sede e com fome. Enquanto fico pensando no meu bebê. Penso em Brad e em Mel. Minha gatinha.
Lembrar deles me trás uma angustia no peito. Tenho quase certeza de ter visto Scar praticamente morto. E que Willys me viu ser arrastada para longe do mc. Lembro dos sorrisos orgulhosos de Ride e Linc, quando acertei os tiros no meio do alvo. Greg e Bella. Sid e suas várias gargalhadas junto de Slater. Estou com muita saudade de todos. Cada um tem um pedaço do meu coração.
Estou tão distraída que não percebo quando Nicolau entra no quarto. Ele grita e ofende koúkla. E desferi um soco em seu rosto. Covarde maldito.
Em passos largos ele se aproxima de mim, me desamarrando da cadeira.
— Nicolau, espere. - Tento para-lo, mas estou fraca. Ele segura meus cabelos me arrastando para fora do quarto.
Seguro suas mãos, sentindo dor pelo meu corpo, tento me soltar a todo momento. Estou em desespero.
koúkla grita desesperada, enquanto Nicolau me arrasta pelo quarto sem se importar. Ele se volta para ela, com ódio chuta seu rosto. Percebo que não adianta usar a força, nem lutar agora. Estou vulnerável e ele pode acertar minha barriga. Tenho que proteger meu bebê. Ele vai me puxando para o fim do corredor, olhando em volta, vejo o quanto aqui é grande. Uma mansão. Estou no segundo andar de uma mansão. Que ridículo. Ele me empurra para dentro de outro quarto e vejo correntes e algemas pelo chão.
Estou sem forças para lutar contra Nicolau. Estou cansada, com fome e sede. Não sei por quantos dias estou sendo mantida assim. Nicolau prende minhas mãos com algemas e correntes que ficam dependuradas no teto, me deixando praticamente pendurada, me mantendo em pé com as pontas dos pés remando sobre o carpete. Filho da puta. Bastardo maldito.
