Ela aprendeu a correr, fugir, para se livrar das garras do padastro, que queria mais que tudo toma-la para si. E desde então ela se esconde, e se fantasia de rebelde com tatuagens, cabelo de pontas coloridas e língua afiada, até um homem com cara de...
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Liz
Acordei sentindo dores em cada parte do meu corpo. Minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento, temia que ao abrir meus olhos isso pudesse de fato acontecer. Me senti fraca e meu estômago está estranho, tem um cheiro forte no meu nariz. Isso estava me deixando mais enjoada.
Mesmo receosa, abri meus olhos. Eu estava presa em uma cadeira. Minhas mãos e minhas pernas estavam amarradas, com tantos nós e voltas.
Cristo.
O que havia acontecido comigo? Me lembro de ir levar o lixo com Scar para fora do complexo... Doce Jesus!
Ele me achou. Nicolau me achou.
Uma onda de desespero me tomou, que temia ter um ataque de pânico. Olhei em volta, estava em um quarto. Eu acho e percebi que não estava sozinha. Uma mulher pequena e muito magra para o meu gosto estava presa pelo pescoço em uma corrente, como um animal. Isso é bem a cara daquele ser asqueroso do Nicolau. Ela tremia e chorava baixinho. Quando seus olhos encontram os meus, ela parecia que iria ter um colapso. Desesperada ela colocava a mão em frente a boca para abafar seus soluços. Céus! Nicolau é um monstro, mais cruel que imaginei.
— Por favor, não chore. Não chore. - Pedi em tom de súplica. - Você não está mais sozinha, sim. Respire fundo e devagar. Isso, querida. Se acalme.
Tentei falar de forma tão serena quanto a que Greg e Bella falavam comigo. Ela parece uma menina. Uma boneca, com grandes olhos azuis, cabelo escuro e pele de porcelana.
— Prazer, sou Liz. Meu nome é Liz Bianut, e você como se chama? - Eu perguntei quando ela se acalmou.
— κούκλα. Meu nome é Safira Zabat, mas todos me chamam de koúkla. Significa boneca.
Ela esclareceu toda meiga, vendo uma confusão em meu rosto.
— Me chamam de Candy. - Sorri. - Você sabe onde estamos? - Perguntei.
— Não... Não tenho muita certeza. - Ela ficou em silêncio.
— Porque você está aqui? - Logo perguntei, não queria pensar muito.
— Eu fui... Fui vendida pelo drogado do meu irmão... - Ela sussurrou com dor na voz. - Não tenho muita certeza, mas acho que tem quase uma semana. Ele... Ele vai me vender.
— Nicolau?
— Não sei o nome dele. Mas tenho medo. Muito.
— Sim. Ele é um monstro. Ele tocou em você? Está machucada?
— Uh... Ele me bateu algumas vezes, por eu chorar... Mas não... Não me tocou, além disso.
— Céus! Que alívio, koúkla. Bem, não se preocupe. Nós vamos sair daqui. Logo.
— Você tem alguém por você? - Ela perguntou ansiosa.
— Sim. Muitos alguéns. - Fiz graça e ganhei uma pequena risada.
