Breakfast

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Capítulo 14 

  O caminho de volta para a mansão Sakamaki se passa em silêncio, Yui quer tentar animar a amiga, mas tem medo de ser repreendida pelo rapaz de óculos que parece estar com um humor péssimo – mais do que seu habitual –. Selene é a primeira a sair do carro quando chegam na casa, caminhando direto para seu quarto sem falar absolutamente nada, trancando a porta ao entrar e jogando-se em sua cama, cobrindo o rosto com um de seus braços.

  O que mais poderia acontecer vindo de um vampiro sádico que não se importa com nada além dele mesmo? Eu que fui uma idiota em acreditar que eu poderia me aproximar ou, no mínimo, conseguir tornar a minha estadia aqui uma pouco mais tranquila e amigável. No que eu estava pensando? Devo ser ingênua ou burra demais em pensar que poderia me aproximar dele e de qualquer um dos irmãos, me tornar amiga deles. Por que diabos eu ficaria amiga de pessoas que praticamente poderiam ser considerados cúmplices de sequestro porque aceitaram as ações do pai e que tratam as pessoas como lixo? E o mais importante é, por que estou tão magoada com as palavras e a forma que o Quatro Olhos agiu comigo? Eu esperava mesmo que algum deles fosse ser gentil comigo?... Hmpf. Quem eu quero enganar? Eu fiquei magoada exclusivamente por causa daquele idiota. Por que me machuca ver ele me tratar tão mal assim? Nunca nos tornamos próximos, então eu não posso me sentir assim...

  Sabendo que está sozinha no quarto e que nenhum dos "vampiros babacas" poderão usar sua tristeza contra si, Selene deixa as lágrimas que havia segurado durante a escola até então, escorrerem livremente por sua face, segurando apenas os soluços para não gerar barulho. O nó em sua garganta parecendo não querer deixá-la e seu coração batendo rapidamente, doendo em seu peito. Vampiro idiota! Quem ele pensa que é?

  Do outro lado de fora do quarto o moreno de óculos está parado e com a mão direita levantada com a intenção inicial de bater na porta. Por que eu haveria de bater? Essa é a minha casa e não preciso de cerimônias desnecessárias enquanto estiver nela. Ele direciona sua mão dessa vez para a maçaneta da porta de madeira escura, segurando-a com firmeza, mas sem chegar a girá-la. Esse cheiro... São lágrimas? Nesse mesmo instante a jovem do outro lado não consegue segurar um dos seus inúmeros soluços, a audição vampírica de Reiji captando o som baixo rapidamente, sem que ela saiba da presença do indivíduo presente na frente de seu quarto, com a mente enevoada demais – resultado de seu choro –. E-Ela... Está chorando? A respiração do mais alto falha, o coração que ele pensava que seria frio por toda a eternidade, pesando em seu peito, causando-lhe as mesma sensações que ultimamente parecem quererem atormentá-lo sem permiti-lo encontrar as respostas para suas perguntas.

  Reiji luta contra os sentimentos que querem transbordar, virando-se e apressando-se em sair daquele corredor enquanto ruma para seu próprio quarto, fechando a porta com um enorme estrondo. Ele joga-se desajeitadamente sobre sua poltrona, retirando seu óculos e colocando-o na mesa em sua frente, jogando a cabeça para trás, apoiando-a na poltrona. Ele fecha os olhos com força tentando limpar sua mente de todos os acontecimentos. Reiji passa um bom tempo nessa mesma posição, tempo o suficiente para que acabe adormecendo sentado na poltrona.

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  Um homem alto de cabelos longos brancos está sentado em uma cadeira, que mais se parece com um trono com sua altura e tamanho exageradamente grandes, enquanto segura em sua mão esquerda uma taça com seu líquido carmesim favorito.

  – Mais alguma coisa?

  – Não, meu senhor. Isso é tudo. – Outro indivíduo responde, seu rosto escondido pelo grande capuz de sua capa escura. Ele se mantém em sua posição – que remete a de um cavaleiro ao estar na presença de seu rei –.

The Wolf - Diabolik LoversWhere stories live. Discover now