The Wolf - Diabolik Lovers

Rui, The Stranger In Reiji's Body

Capítulo 35

  Eles permanecem em silêncio por alguns minutos. Olhos vermelhos nos olhos vermelhos.

  – Como é possível?

  A outra versão de Selene não está mais em seu habitual comportamento descontraído – e por vezes, deveras sádico –, seu rosto demonstra todo o choque que sente através de seus olhos arregalados e sua boca entreaberta. O corpo masculino continua parado por cima da figura feminina, mas nenhum deles sente-se desconfortável ou possui aversão a posição em que estão.

  – Também não consigo explicar e é possível que eu não tenha muito tempo. Acredito que algo que você tenha feito que ocasionou essa possibilidade. – A semelhança que Reiji e Rui possuem quando analisam algo é imensa.

  – "Não tem muito tempo"? – Ela assume um semblante de confusão – O que quer dizer com isso?

  – Apesar de poder conversar com você agora, minha visão está enevoada, não tenho o controle total do corpo. Não sei se o que aconteceu irá ocorrer de novo ou se foi apenas um acaso.

  – Entendo...

  A breve animação que ela sentiu junto com a confusão e choque se dissipa, dando espaço para sua preocupação e tristeza. Reiji – ou Rui – a observa quieto, identificando rapidamente o que possa estar se passando por sua mente nesse momento, escondendo o minúsculo sorriso triste que deixa escapar ao sentir-se parecido.

  – Não devia ficar triste. Sabe que prefiro quando sorri, querida. – Comenta baixo, mas transmitindo o suficiente de carinho que ele gostaria de transmitir.

  – Como sabe...? – Arregala novamente os olhos, encarando-o fixamente.

  – Apesar de tudo, ainda temos a ligação. Posso sentir tudo o que você sente. – Dá um curto sorriso de canto – Ou vai me dizer que já se esqueceu desse detalhe?

  – Para ser sincera? Sim. – Desvia envergonhada os olhos da direção em que o moreno está – Estar nessa situação, dividida em duas, não ajuda em nada. Já faz tanto tempo. Muita coisa aconteceu desde aquela última vez... É tudo tão complicado. – Dá uma fraca risada nasal irônica.

  O vampiro solta os braços da jovem e se deixa cair confortavelmente ao lado da figura feminina, abraçando-a de lado e mantendo seu rosto virado em sua direção, tendo a certeza de transmitir calma para a menor.

  – Sei bem disso. Muita coisa aconteceu e nunca mais nos vimos, como se o próprio destino fizesse questão de nos manter separados. – Um singelo sorriso brota nos lábios masculino – Estava com saudades. – Selene o encara, abandonando sua expressão triste e lhe devolvendo o sorriso.

  – Também estava.

  Enquanto ambos mantêm seus olhos fixados um no outro, eles aproximam seus rostos com uma lentidão amena, encerrando a distância que há entre eles com um pequeno selar. Pedindo passagem com a língua, Reiji aprofunda o beijo. Ao contrário das outras vezes em que um dos rapazes beijara a garota – apesar de ter ocorrido com a outra versão dela e não exatamente com ela –, esse beijo permanece lento e transmite todos os sentimentos que parecem terem sido guardados por eles há muito tempo, um completamente entregue ao outro e vice-versa. Demora um pouco até que eles quebrem o ósculo e quando o fazem, Reij percebe que não é mais a Selene com quem estava conversando até agora, mas sim a versão primária. Ela direciona um olhar de confusão para ele.