Butterfly

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Capítulo 30


  Selene se encontra deitada em sua cama e dormindo – assim como o restante do pessoal, localizados em seus respectivos quartos –. Ao contrário deles, a garota mantém um semblante de dor, as sobrancelhas franzidas e a boca entreaberta em busca de ar, com sua respiração desregulada. O suor frio abaixa drasticamente a temperatura corporal dela que, em situações normais, seria extremamente quente. O corpo delicado vira de um lado para o outro na cama enquanto solta resmungos aflitos. Ela está tendo um pesadelo e por mais que tente, não consegue acordar dele.

  "Imagens intercaladas, borradas e desconexas passam a todo momento pela cabeça dela. A maioria das imagens aparenta retratar alguma espécie de guerra que ela nunca havia visto, de uma época que parece ser anterior a época em que nascera. Apesar de estarem demasiadamente borradas, é possível perceber que o caos, desespero e as mortes são grandes. Algumas rápidas imagens semelhantes a flashbacks iluminados de pessoas que não consegue ver o rosto, mas consegue ver seus sorrisos – como se fossem lembranças de momentos alegres que há muito tempo foram esquecidas –, misturam-se entre as imagens aterrorizantes, aumentando ainda mais a dor que a jovem sente em seu âmago. Vozes começam a ecoar alto na mente dela, umas chamando e outras gritando por seu nome. Selene... Selene... SELENE!"

  A loba levanta e senta-se na cama em um único pulo, com a boca aberta em uma exclamação surda de pavor, sua respiração descompassada. Olhando de forma rápida para todos os cantos de seu quarto com um olhar assustado, ela sente o suor descer por sua testa, dando-se conta da sensação de estar grudenta graças a esse mesmo fator mencionado, decorrente de seu pesadelo. Ela fecha os olhos com força e respira profundamente na tentativa de acalmar sua respiração e seus próprios nervos, tornando a abrir seus olhos apenas quando tem certeza que está mais calma.

  – Mas que merda foi essa?! – Sussurra para si mesma, confusa e atordoada com tudo o que viu em seu pesadelo – Foi tão real, não parecia um simples pesadelo... Não pode ser apenas um pesadelo sem importância! – Fala convictamente, ainda conversando sozinha.

  Ela se levanta da cama lentamente, sem tanta força de vontade e segue para seu guarda-roupa na procura de roupas limpas para usar depois que tomar um merecido banho, escolhendo um shorts jeans de cor escura, uma regata de cor preta e seu amado coturno preto. Ela coloca a roupa em seu braço e lembra-se da toalha, pegando-a também. Não querendo que nenhum dos vampiros desmiolados saibam o que pretende fazer, ela usa sua magia para se teleportar direto para a cachoeira que existe perto dos chalés, colocando rapidamente sua troca de roupa e toalha em cima de uma das pedras presentes ali e não demorando para retirar as roupas que está usando, deixando em uma pedra do lado de onde estão suas roupas limpas e caminhando em direção ao rio. A jovem mergulha totalmente na água, sentindo a temperatura gelada – mas sem deixar de ser boa – relaxar seus músculos tensionados e tranquilizá-la.


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  Por sempre ter gostado da natureza e a sensação de liberdade que ela transmite, Subaru decide sair para caminhar enquanto não podem sair na busca de Kino, já que nem todos acordaram ainda.

  Caminhando a passos calmos, ele observa atentamente os detalhes das poucas folhas que caem dos galhos das árvores, a brisa fresca, o canto de alguns pássaros belos que ele nunca havia visto de tão perto anteriormente. Desde quando prestava atenção em detalhes assim?... Verdade. Desde que "ela" invadiu nossas vidas. Repentinamente uma borboleta azul chama sua atenção por estar parada de frente para ele, voando no mesmo lugar como se estivesse encarando-o. Ao se aproximar mais dela, a mesma voa em círculos para, em seguida, começar a seguir por um caminho aposto ao que ele estava andando. O que diabos é isso? Mesmo achando aquilo uma bizarrice, o albino resolve segui-la, curioso em saber onde ela estaria indo.

The Wolf - Diabolik LoversWhere stories live. Discover now