One

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 REGALITY — CAPÍTULO 01

Já era madrugada e a família Wei, acordada, tentava a todo custo não chamar a atenção dos vizinhos, faziam tudo rápido e silenciosamente.

WuXian está com medo.

Tem apenas dezenove anos e já está sendo obrigado a abandonar seus pais e fugir. Não deseja isso, mas sabe que morrerá nas mãos de Wen Chao se não o fizer e não deseja morrer. Não por um motivo tão pequeno.

— Pegue isso. — Wen Ning tirou a própria capa e estendeu ao ômega que estava branco feito papel, abraçado a mãe. — Vai ajudar a ocultá-lo e disfarçar o seu cheiro atrativo.

Wei WuXian se virou.

O ômega chama atenção por todo o reino por sua enorme beleza e seu cheiro único de maçã verde. Todo ano no inverno alfas apareciam em sua casa com peles dos mais diversos animais tentando lhe cortejar.

Seus olhos eram de um cinza claro impactante. Os cabelos em um tom negro, caiam sobre seus olhos com uma franja e abaixo de sua nuca já que gosta dele mais longo. Nas roupas simples que ele sempre usava era perceptível suas belas curvas.

— Eu preciso mesmo ir? — Tentou, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto e Wen Ning colocava a capa por seus ombros.

— Só se você quiser continuar vivo. — Puxou o capuz por cima da cabeça do ômega. — Eu escutei tudo dentro do castelo, Xian. — O alfa tinha um olhar triste. — Wen Chao se cansou de ser rejeitado por você. Mandará seus lobos até a sua casa, o possuirá até se cansar e irá matá-lo em seguida. — A mãe de WuXian gemeu desolada. Sempre achou a beleza do filho uma maldição.

— Mas não quero ir para o castelo Lan. O rei me matará se souber minha origem. Estamos em guerra.

— Escuta. Aquele castelo é o único lugar no mundo onde Wen Chao não pode te alcançar. Como você disse, estamos em guerra e os homens dele não conseguem nem cruzar a fronteira. Nunca te encontrarão no castelo. — Sorriu terno e acariciou os fios negros do amigo com carinho. — Se conseguir manter esse segredo estará salvo.

— Mas se eu for embora o Chao machucará meus pais.

— Não se preocupe conosco meu filho. — CangSe SanRen agarrou-lhe os ombros e lhe abraçou apertado. — Se preocupe apenas com você por agora. Não conseguirei viver com a dor de saber que morreu porque quis nos proteger no lugar de si mesmo. — sussurrou em seu ouvido enquanto aumentava o aperto.

— Vocês podem ir agora. Não tem ninguém por perto. — O pai do garoto parou na porta. O cheiro forte impondo sua presença e sua raiva em ter que mandar seu filhote ômega para o reino vizinho.

Os três se abraçaram forte. Era uma despedida oficial, pois todos sabiam que para aquilo não haveria retorno. Nunca.

Wei WuXian e Wen Ning andaram pelas ruas escuras silenciosamente até chegarem a floresta onde a fronteira estava, ali, nas sombras, viram um cavalo amarrado em uma das árvores.

— Agora, presta atenção. Quando chegar a fronteira não se deixe ser visto de forma alguma. — disse com a feição séria enquanto colocava o ômega em cima do cavalo. — Deixe o cavalo a uma distância segura e siga a pé, escondido por entre as árvores. Espere o anoitecer de amanhã, e, não permita de forma alguma que te vejam nesse meio tempo, pois quando for madrugada outra vez, um homem de nome Xiao XingChen irá buscá-lo e você deve seguir com ele. — WuXian assentiu, mesmo que por dentro sentisse medo. — Boa sorte Xian, eu realmente espero que que você não morra.

O ômega sorriu e agradeceu. Wen Ning sempre foi um bom amigo.

Os dois pensaram ter ouvido um barulho por entre os galhos da floresta e o alfa fez o Wei sair a galope. Ele não iria parar até chegar a fronteira, não poderia. Não com a sua vida dependendo disso.

❈❈❈

Lan WangJi é um homem frio. A vida foi amarga com ele e essa foi sua forma de retribuir.

Anos atrás ele se apaixonou, foi correspondido e amou com toda a sua intensidade, mas isso acabou quando Meng Yao, seu ômega, foi tirado a força de seus braços. O amor dos dois teve um pequeno fruto que sobreviveu, mas nem mesmo seu filho conseguia tirar a dor da perda, afinal o Lan acordava todos os dias vendo o outro lado da enorme cama vazio, pois seu ômega jamais voltaria para o lugar que sempre pertenceria.

Essa visão todas as manhãs o fazia acordar extremamente irritado, sempre proferindo como um mantra ao abrir os olhos que faria Wen Chao pagar.

— WangJi? — Jiang Cheng o chamou entrando no quarto. Lan Zhan apenas revirou os olhos e continuou fechando calmamente seu colete em frente ao grande espelho do banheiro.

— Sinceramente Jiang, onde está meu irmão? — terminou de fechar o colete e retornou ao quarto.

— Bom dia para você também. — Jiang Cheng sorriu irônico em direção ao cunhado que ignorou. — Vim apenas avisar que o mensageiro de Nie Mingjue chegou e está te esperando lá embaixo.

— Pois que espere.

— Isso já vai ser problema seu, apenas vim entregar o recado, já que você tem um péssimo costume de demitir funcionários que te incomodam pela manhã. — Sorriu debochado e cruzou os braços se encostando à parede ao lado da porta.

— Qualquer dia e te demito também.

— Uma pena pra você que eu não sou seu empregado, sem seu inferior. Sonha com isso. — disse virando as costas e saindo pela porta. Ter que lidar com o Lan pela manhã era extremamente cansativo.

WangJi ao ver o cunhado sair do quarto deixou a cabeça pender para trás e fechou os olhos. Soltou um longo suspiro pesado. Ser rei não é um conto de fadas, não é legal comandar um reino quando se está em guerra. Ele precisa conseguir o apoio de Nie Mingjue. Conseguiu o de Jiang Cheng que veio se hospedar no castelo com o marido, seu irmão, Lan Xichen, mas a quantidade de homens e armas que o Nie possui pode ser o xeque-mate nessa luta contra Wen Chao.

Lan Zhan, antes de qualquer coisa, vai todos os dias ver o filho, Lan SiZhui de apenas quatro anos. Meng Yao foi envenenado quando estava no sétimo mês de gestação, e, seu último desejo foi que Lan Wangji salvasse o menino.

Ao entrar no quarto da criança o rei olhou desgostoso para a pequena cadeira de rodas que fica no canto do quarto, o menino nasceu bem mesmo mesmo com tudo que aconteceu, mas o veneno no organismo fez com que ele nunca conseguisse andar. Suspirou e seguiu até a cama.

— Hum... — Sizhui se espreguiçou acordando. Ele abriu os olhinhos e focalizou o rosto do pai. Ele sempre estava lá quando o filho acordava. — Bom dia, papai.

— Bom dia, meu querido. — disse, retirando a franja do menino de seu olho. — Como passou a noite?

— Foi sonolenta. — respondeu sapeca fazendo o pai sorrir.

— Sempre é. — A criança deu de ombros recebendo logo depois um demorado beijo na testa.

— Vou poder sair hoje? — perguntou esperançoso. Todos os dias de manhã fazia a mesma pergunta ao pai, e, sempre recebia a mesma resposta.

— Não, meu amor, hoje ainda não. — disse vendo a carinha triste do filho. — Logo. — Prometeu.

— Quando? — insistiu fazendo o pai sorrir. O pequeno tem a tenacidade do ex marido.

— Logo. — resumiu. — Agora tenho que ir, tem alguém me esperando lá embaixo. Daqui a pouco Wang LingJiao virá cuidar de você. — SiZhui fez um bico emburrado ao ouvir o nome da babá. — Não faça esse bico, é para o seu bem. Agora, dá um beijo no seu pai. — Ofereceu o rosto e recebeu uma bitoquinha da criança.

— Posso dormir mais um pouquinho?

— Trinta minutos. — Propôs e viu o filho assentir. — Então durma. — disse acariciando os cabelos do menino por um tempo antes de sair.

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