Capítulo trinta e sete - Safira

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     Harris me leva para o seu apartamento para a gente dormir juntos e me deixa vestir sua camisa para dormir. Sento na cama com o cobertor cobrindo meu corpo até a barriga e espero que meu marido saia do banheiro sem camisa e sente na minha frente.
    Ele me beija como se não tivesse passado a noite fazendo isso e me prende nos seus braços. Eu sorrio e me aconchego no seu peito, ouvindo seu coração e me lembro do dia que perguntou se conseguia ouvir. O dia em fui embora.
    Harris abre a gaveta da cabeceira e tira a caixinha dos nossos anéis. Sorrio e olho para eles.
    — Porquê você está com eles? — Pergunto.
    Ele segura a minha mão e coloca a minha aliança no meu dedo, depois beija a minha mão.
    — Eu quero que a gente use as nossas alianças. Quero que todos saibam que você é minha esposa e que eu te amo. Quero envelhecer ao seu lado, Safira. Você foi a melhor coisa que já me aconteceu.
    Minhas lágrimas caem. — Eu também te amo. — Coloco a aliança no seu dedo e beijo também. — Você também foi a melhor coisa que já me aconteceu.
    — A gente precisa contar. Nossas famílias precisam saber. Não quero mais dormir sozinho, como um homem solteiro.
    — É verdade. Acho que somos o primeiro casal do mundo que dorme a quilometros de distância.
    — Mas vamos fazer isso juntos. No momento que você achar melhor, está bem? — Acaricia o meu rosto.
    — Como eu vou conseguir esconder o meu anel?
    — Você vai. A gente conseguiu esconder um casamento. — Ele ri.
    — Eles vão ficar bravos com a gente. Não quero nem imaginar.
    — Vão sim. — Ele deita e me puxa para deitar no seu peito. — Mas temos que contar. Já está na hora de todos saberem.
    — Sim. A gente pode ter um segundo casamento?
    — Claro que sim. Precisamos de um que possamos lembrar para sempre.
     Ele me beija e dormimos juntos como deve ser. A primeira vez que dormimos juntos, eu estava com a consciência pesada, a segunda vez também, mas agora é diferente. Eu estou no lugar certo.

    Vamos para o bar que a Jade trabalha para celebrar a minha gravidez e por eu e Harris estarmos juntos. Agora que todos sabem do bebê, só tenho mais um assunto para me preocupar. O casamento.
    Os pais do Harris, meus sogros, ficaram muito felizes por saber da gravidez, mesmo achando que ainda não estamos casados. Tivemos a oportunidade para contar sobre o casamento, mas não é tão fácil assim. Foi um ato de irresponsabilidade, mas que trouxe felicidade para as nossas vidas. Não tenho o que reclamar por estar tão apaixonada pelo meu marido.
    Ela traz cerveja para todos, menos para mim e para Esmeralda, porque pode fazer mal para os bebês. Harris me beija e segura a minha mão.
    — É tão bom saber que vou ser tia. — Jade senta na nossa mesa. — Dois sobrinhos de uma vez é demais para mim.
    — Falou a exagerada!
    Rio. — Ela tem razão. Eles vieram de repente. — Acaricio a minha barriga.
   — Não acredito que logo você, Harris, o Tales perfeito esqueceu de usar camisinha. — Renner está rindo.
    Peter também ri. — Não o culpe!
    — Que crimes mais você cometeu, Harris? — Nicholas pergunta com a sobrancelha arqueada.
    Harris olha para mim e sorri. — Eu não vou comentar sobre isso com vocês. É bastante pessoal.
    — Claro que é. — Renner brinda comigo, depois beija o rosto de Rubí.
    — Bom, parece que todas as Jonhanson não conseguem resistir ao charme dos Tales. — Peter beija Esmeralda.
    — Sua teoria está completamente errada, cunhado. — Jade olha para Nicholas fingindo desdém.
    — Isso é porque você não ficou uma noite comigo, carinho. — Nicholas pisca um olho para ela.
    Rimos. — Eu dou dois meses para vocês se apaixonarem. — Rubí diz.
    — Não. Um mês. — Peter está rindo.
    — Um mês e meio. — Digo.
    — Isso é sério? — Nicholas revira os olhos. — Eu prefiro me jogar de um penhasco.
    — É assim que começa! — Rubí ri.
    — Vocês podem parar? — Jade cruza os braços.
    Harris me beija e me aproxima mais dele. — Eu te amo!
    — Que lindos! — Rubí apoia o rosto no ombro de Renner.
    — Nós somos mais. — Renner responde.
    — Não é uma competição. — Peter dá um gole na cerveja.
     — Claro que não. Mas se fosse, a gente ganhava, não é, cerejinha?
     — Com certeza, moranguinho. — Eles se beijam.
     — Céus! Vocês são tão irritantes. — Nicholas diz.
     E como se o mundo estivesse contra meu querido cunhado, Mason vem até nós desfilando e pára atrás da Jade, tocando os seus ombros. Não dá para descrever a cara que Nicholas faz nesse momento. Tento não rir.
    — Boa noite, família Tales e Jonhanson. — Ele sorri.
    — Oi, chefe da Jade! — Nicholas revira os olhos.
    — É Mason. Espero que estejam se divertindo.
    — Estamos sim. — Esmeralda sorri.
    — Noite de casais?
    — Não exatamente. — Renner ri, olhando para Nicholas.
    — Minha cerveja acabou. Pode trazer mais, chefe da Jade?
    Nicholas é impossível. Ele faz de tudo para irritar Mason. Depois diz que não sente nada pela minha irmã.
    — Claro. — Mason não parece feliz. Ele dá um sinal numa garçonete que traz duas cervejas para ele.
    — Obrigado. — Nicholas diz do mesmo jeito que alguém diria "Eu te odeio" para alguém.
    — De nada. Jade, posso falar com você um minuto?
    — Claro.
    Eles se afastam da nossa mesa e ficam num canto bem longe da gente. Eu dou um gole na minha bebida, pensando se não poderia dormir com Harris essa noite. Eu quero ficar com o meu marido.
    Harris põe uma banana frita na minha boca, depois beija o meu rosto. Ele não está usando sua aliança nesse momento, na verdade nem eu. Deixamos no carro porque não podemos correr o risco de ser descobertos.
    Todos parecem distraídos, então, aproveito para sussurrar no ouvido do Harris, que se aproxima mais de mim e aperta a minha mão.
    — Eu quero passar a noite com você. Está frio.
    Ele sorri. — Tudo o que você quiser.
    — Você é o melhor marido do mundo.
    — E você a melhor esposa.
    Harris vira para me beijar, depois sorri mais ainda. Ele não se afastou de mim em nenhum momento. Estou ficando cada vez mais apaixonada.
    — Estamos aqui para comemorar a gravidez das minhas cunhadas. A gente precisa falar sobre o momento da fecundação. — Renner comenta rindo.
    — Cala a boca, Renner! — Peter dá um soco no ombro dele.
    — Estou brincando.
    — Ele não é um homem maravilhoso? — Rubí olha para ele, completamente apaixonada.
    Renner exibe seus bíceps e Rubí finge que vai desmaiar. Esmeralda ri e se engasga com a bebida, fazendo Peter enlouquecer.
     — Meu amor, você está bem? — Ele fica de joelhos ao seu lado. — Calma, respira! Não me assusta, por favor!
     Ela pára de tossir. — Eu estou bem, amor.
    — Não. Vou buscar água para você. — Levanta. — Renner, pára de fazer a minha esposa rir.
    — Não exagera, Peter. — Harris diz.
    — Isso é porque não foi a sua namorada. — Ele diz e se dirige no balcão.
    — Ele tem exagerado nos cuidados por causa da gravidez. — Esmeralda sorri. — Não é adorável?
    — Está ficando louco isso, sim. — Renner acaricia Rubí. — Eu ficaria normal no lugar dele.
    — Você não sabe de nada. — Harris dá um gole na cerveja. — Quando for pai, você vai entender.
    — Nossa! Você parecia o papai! — Ele ri. — Você está idêntico a ele nesse momento.
     — Eu achei adorável. — Rubí sorri para nós.
     — Eu acho que começo a entender nossos pais um pouco agora. Quer dizer, mais do que antes. Porque eu vou ter um filho.
     — Vai ter um filho aos vinte e oito anos. — Renner sorri e olha para Rubí. — A gente precisa esperar mais, cerejinha.
     Rubí ri. — Você é louco. Eu ainda não terminei a faculdade.
     — Vamos ter uma médica na família. — Harris sorri para ela. — Isso é tão bom.
     — Eu consigo imaginar você vestida de enfermeira... — Continua o resto, sussurrando no ouvido de Rubí.
    Ela ri e beija ele. — Combinado.
    Peter regressa com a água de Esmeralda e beija a sua testa, sentando ao seu lado.
    — Vocês podem esperar para encontrar um quarto? — Pergunto.
    — Não precisa ficar constrangida, futura cunhada. — Se ele soubesse. — Todos aqui somos adultos. Sabemos que sexo é uma coisa completamente sem noção.
    Rio. — Pára!
     — Mas é verdade. — Peter morde o lábio inferior.
     — Guarde esses comentários para você, Renner! — Harris joga uma banana frita nele.
     — Não precisam atacar o meu namorado. — Rubí abraça ele. — O Tales mais lindo.
     — O quê? — Peter parece indignado. — Acho que você não sabe o que está dizendo. Todo mundo sabe que os irmãos mais velhos são os mais lindos da família. Eu sou o Tales mais bonito, o Nicholas o mais inteligente, Harris o mais perfeito e Renner o mais engraçado.
    — Você tem trinta e dois! Se concentre. — Renner diz em resposta, rindo. — Não esqueça que eu sei cozinhar. Coisa que nenhum de vocês sabe fazer.
    — É verdade. — Esmeralda concorda e recebe um olhar severo do marido. — Você queima sempre as panquecas.
    — Harris também não sabe cozinhar. Na verdade, nem sei se ele sabe o que é um fogão. — Digo.
     — Nossa, obrigado, amor! — Ele solta a sua mão da minha e faz biquinho.
    Rio. — Mas... Ele é o melhor homem que eu conheço. E estou me apaixonando por ele a cada segundo.
     Ele sorri e volta a entrelaçar as nossas mãos. — A cozinha fica por sua conta amor.
    — Vocês não sabem como é incrível ter um namorado que sabe cozinhar. E ele aprendeu por mim. — Rubí beija ele.
    — Que fofo!
    — Eu também já tentei cozinhar. — Peter rouba a atenção para si. — Mas minha querida esposa disse para desistir.
    Esmeralda ri. — Eu estava sendo sincera. Deixa que eu seja a pessoa que cozinha. — Passa a mão pelo cabelo dele.
    Olho para Nicholas que está quieto a tempo demasiado e entendo porquê. Ele não fica muito tempo sem dizer nada. Está olhando para Mason e Jade que estão conversando e rindo bastante.
    Faço um sinal para Harris, que olha para o seu irmão sorrindo. Depois estamos todos olhando para ele. Nicholas nem percebe.
    — Eu acho que a gente perdeu a aposta. — Peter começa.
    — Você é o único que não está vendo isso, Nick. — Harris consegue chamar sua atenção. — Você gosta dela.
    Nicholas ri exageradamente no mesmo instante. — Vocês estão doidos!
    — Então, porquê se importa? — Renner pergunta. — Se você continuar fingindo que não sente nada, em algum momento, vai perceber e talvez seja tarde.
    Ele passa a mão nos cabelos que minha irmã tanto ama. — Eu não estou apaixonado por ninguém. Podem parar com isso?
    — Está bem. A gente pára! — Peter levanta as mãos.
    Mason termina de conversar com Jade e volta atrás do balcão sorrindo. Não precisamos de provas para saber que ele está apaixonado e que Nicholas vai perder ela se continuar agindo assim.
     Jade regressa também sorrindo e senta ao seu lado. — O que eu perdi?
     — A gente estava melhor sem você! — Nicholas levanta. — Eu vou embora.
    Ele simplesmente sai como se nada tivesse acontecido. Jade olha para ele saindo, com tristeza nos olhos e segura as lágrimas. Eu não gosto de ver minhas irmãs sofrendo.
    — Você está bem, Jade? — Esmeralda pergunta.
    — Estou. Do que estamos falando? — Ela força um sorriso.
    Olho para Harris, que toca a minha testa com a sua, depois me beija, como se soubesse que fiquei triste pela minha irmã. Talvez seja melhor ela tentar com alguém que valorize seus sentimentos. Assim como todas nós. Ou talvez Nicholas abra os olhos a tempo.

    Como uma tigela de amoras na cama, quando Harris regressa e deita ao meu lado, me olhando como se eu fosse a coisa mais linda do mundo. Do jeito que eu estou, talvez ele esteja exagerando.
    — Amor, eu estou comendo demais. — Digo. — A minha fome parece de vinte elefantes.
     Ele ri. — Você está comendo por dois. Ou por três.
     — A gente só vai ter um bebê. Eu sinto.
     Ele toca a minha barriga. — Eu quero que seja uma menina.
     — Eu também. Será que a gente vai ter uma princesa?
     — Só vamos saber quando a gente ver o sexo do bebê. — Ele me beija.
     Deixo a tigela na cabeceira e me entrego em seus braços, procurando por calor. Harris me abraça, depois beija a minha testa.
    — Harris?
    — Sim, amor.
    — A gente pode contar? Nesse sábado, a gente conta de uma vez que estamos casados. Eu não quero mais continuar escondendo isso.
    — Claro que sim. Eu só precisava do seu sinal. Então, a gente vai contar.
    Harris abre a gaveta da cabeceira e tira o presente que eu tinha visto naquele dia. Olho para ele como se fosse um ser estranho e abro sem esperar por nada. E o que eu encontro?
    — Harris!
    — É um colar de Safira banhado em ouro branco. Eu comprei em Vegas junto com o seu vestido. Acho que você já viu o vestido.
    — Sim. Eu já vi o vestido. Muito obrigada por tudo isso.
    — Não agradeça. Eu te amo!
    Sorrio e beijo ele apaixonadamente. Perdi tantos beijos do meu marido, que agora eu quero recuperar todos eles. Não posso descrever o que eu sinto nesse momento. Apenas posso dizer que ele foi a melhor coisa que me aconteceu. Depois de Sofia me tirar do orfanato, claro.

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Sumi por dois dias. Sinto muito.
Tive alguns problemas com os capítulos.
Mas eu já voltei.
Espero que tenham gostado.

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