Capítulo quarenta

3.2K 282 44
                                    

     Abro os olhos e passo as mãos nos cabelos despenteados, depois chamo o seu nome.
    — Harris!
    Ele levanta o rosto lentamente e arregala os olhos quando me vê. — Amor!
    — O que houve?
    — Safira, você acordou. — Ele me abraça. — Você acordou!
    — O quê? Como assim?
    Ele aperta no botão para chamar a enfermeira, depois me abraça com cuidado e beija a minha testa. Eu fico confusa, olhando para os vários aparelhos ligados em meu corpo, a enfermeira e o médico entrando no quarto, e Harris segurando a minha mão com lágrimas nos olhos. Estou perdida.
    — Harris! — Começo a chorar também. — O bebê!
    — Calma, amor. Ele está bem.
    Eu começo a lembrar de tudo o que aconteceu. Lembro de Maise vir atrás de mim e me agredir. Se ela soubesse que eu estava esperando um filho do Harris, ela iria tentar matar ele.
    O médico termina de me examinar e saem do quarto, após dizerem que estou bem e que preciso me alimentar e de repouso. O bebê também está bem.
    Harris me abraça e beija o meu rosto. — Você acordou! Você acordou.
    — Sim. Quanto tempo eu estive em coma?
    — Trinta e quatro horas. Trinta e quatro malditas horas. — Me beija. — Eu te amo tanto!
    — Eu também te amo.
    A porta se abre e minhas irmãs entram chorando. Jade e Rubí vêm me abraçar e me beijam, me fazendo rir. Parece que deixei todo mundo preocupado. Mas não era a minha intenção.
    — Você acordou! Safira, você não imagina o que nos fez passar. — Rubí afasta o cabelo do rosto. — A gente te ama muito. Pode acreditar.
    — Eu sei. Eu também amo vocês.
    — Eu tenho que ligar para mamãe e para Esme. Elas estão muito preocupadas. — Jade pega no celular.
    Olho para Harris, que está sorrindo para mim. — Como está se sentindo, amor?
    — Eu acho que estou muito bem. — Digo. — O que aconteceu com Maise?
    — Ela está presa. Não se preocupe que ela não vai mais tentar nada contra você. Eu sinto muito.
    — A culpa não foi sua. — Rubí olha para ele também. — De ninguém. Maise é que é uma psicopata. Infelizmente, tem sempre uma na nossa vida. Não esqueça da Courtney!
    — E do Luke. — Jade diz. — A vida é mesmo assim. Os irmãos Tales se relacionam com psicopatas.
    Rio. — É verdade.
    — Sério? — Harris diz, mas pensa por um segundo. — Acho que é verdade.
    — Claro que é. Agora eu preciso fazer uma ligação. — Jade sai do quarto.
    Harris fica ao meu lado. — Você tem fome, quer alguma coisa?
    — Eu quero. Eu fiquei com vontade de comer lasanha.
    — Eu vou correr comprar para você. Há um restaurante aqui perto.
    Harris beija a minha boca e sai correndo do quarto. Rubí me abraça mais uma vez e conta o que aconteceu no tempo em que estive desacordada.

     No dia seguinte, voltamos para casa. Harris me deita na nossa cama e cobre o meu corpo. Sorrio por ele ser um homem tão atencioso e por ser o melhor marido do mundo. Como eu não percebi isso antes?
    — Você precisa de mais alguma coisa, amor? — Pergunta.
    — Sim. Eu preciso de você.
    Ele deita ao meu lado e me abraça com cuidado, depois beija a minha barriga. Seus olhos estão brilhando como na primeira vez que nos beijamos.
    — Ainda bem que você está bem. — Acaricia a minha mão. — Eu ia morrer se...
    — Não. Não diga isso. O importante é que não aconteceu nada. Maise vai ter o que merece.
    — Sim, vai.
    — Não se atreve a sentir culpa. Você não tem culpa de nada, Harris. Ninguém tem. Não poderia saber que ela iria atrás de mim.
    — Tente colocar isso na minha cabeça.
    — Eu vou. Pode acreditar que vou.
    Alguém bate a porta e Harris levanta da cama para abrir. Mamãe entra no quarto com uma bandeja e traz até mim. Sorrio para ela quando vejo que é sua canja de galinha especial, que sempre faz quando a gente não está bem.
    — Trouxe uma coisinha.
    — Muito obrigada, mãe. O cheiro está ótimo!
    — Sim. Muito gostoso! — Harris segura a bandeja e coloca na cama.
    — Como está se sentindo?
    — Eu estou bem, mãe. Quero que tudo volte ao normal o quanto antes.
    — Mas você ainda precisa descansar. E eu já conversei com a Karly. Você só volta ao trabalho quando o médico autorizar. — Harris está sério.
    — Eu sei, amor.
    — Bom, eu vou deixar vocês. — Mamãe se retira, e Harris me dá de comer. Já disse que Harris é o melhor homem que eu conheço?
    Ele não pára de cuidar de mim, não me deixa sozinha por muito tempo e tenta me distrair o máximo que pode. Até já leu alguns capítulos de um livro para mim.
    — Harris, eu estive pensando... eu quero muito que a gente tenha a nossa lua de mel.
    Ele sorri. — Está bem, amor. Mas só quando você se recuperar.
    — Eu estou bem. Ela só me deu uma surra.
    — Não foi só uma surra. Uma surra não deixa ninguém inconsciente. Ela foi muito agressiva e quase matou você. Ela agrediu uma mulher grávida. — Acho que deixei ele irritado.
    — Desculpa!
    — Olha, eu entendo que ache que não precisa de descansar. Você não sabe o que eu passei nas horas em que você não estava acordada. Eu quero tanto essa lua de mel, quando você. Pode acreditar. Quero desde o início do casamento, mas você ainda está se recuperando. Vamos apenas fazer o que o médico diz. Se ele diz que precisa descansar, então você precisa descansar. Entendido?
     — Entendido. — Ele me dá mais um pouco de canja. — Mas eu posso dizer onde eu quero que seja a nossa lua de mel?
    — Sim, meu amor. Onde você quer ir?
    — Onde você nasceu.
    Ele sorri. — Sério?
    — Sério.
    — Que seja a Inglaterra então.
    — Que bom.
    — Vou adorar mostrar tudo para você.
    Ele continua me dar de comer, até que termino tudo e descanso um pouco. Não porque eu quero descansar, mas porque Harris está me obrigando a descansar. Mas a melhor parte é que ele me ajuda a descansar.

Safira - Pedras Preciosas Onde histórias criam vida. Descubra agora