Capítulo 12

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LOUISE

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LOUISE

Noah recebeu uma ligação e precisou encerrar a nossa amável conversa, mas antes, se certificou de que eu teria cuidado ao cruzar com certos tipos de caras. Ele tinha um coração enorme e isso ficava evidente, mesmo para uma pessoa que mal acabara de conhecê-lo. Às vezes é complicado enxergar a bondade nas pessoas, porque elas não mostram ou não tem. Mas em Noah, está estampado no olhar e na sinceridade na hora de proferir cada palavra. É raro notar isso, mas fico feliz que ainda existam pessoas assim.

As pessoas voltaram aos seus afazeres, como se nada tivesse acontecido. Como se aqueles idiotas não tivessem forçado a barra. É sempre assim. O assédio as mulheres sempre vai ser algo entendível na sociedade e tratado como um acontecimento comum. Todos vieram apenas quando Noah golpeou o imbecil assediador. Bom, não sei porque tanto espanto. Não é a primeira vez que acontece. Então, apenas continuei caminhando, sem deixar de pensar um segundo nisso. Naqueles caras, naquelas palavras asquerosas...

Em pouco tempo, me vi em uma área quase deserta. Foi então que aproveitei para tirar uma toalha fina de dentro da minha bolsa e estendê-la, claro que com um pouco de dificuldade por causa da brisa incessante. Me sentei e coloquei a bolsa do lado. Passei protetor solar que retirei da mesma e o devolvi ao finalizar. Encarar o mar e deixar os pensamentos fluírem podia ser uma maneira terapêutica. Digamos que a constância, o som e a uma obra da natureza, era um psicólogo perfeito. Abracei as minhas pernas, que continham certos resquícios de areia sobre elas. O meu cabelo ficara inquieto e provavelmente, todo desarrumado.

Pois é, Sacha.

Eu sigo o seu conselho de sair para espairecer, para distrair e sou cercada por caras que devem ter testosterona flutuando pelo cérebro. Fazendo qualquer babaquice para mostrar o quanto são homens. — Argh! — Normalmente eu entraria em choque ou ficaria um bom tempo em histeria, mas com a presença de Noah, foi fácil me recompor, me sentir segura. Espero vê-lo novamente. Ele me salvou daqueles caras e também, de mim mesma. Não existe nada pior do que travar uma guerra com a sua própria mente. Deixar que tudo retorne, os medos, as inseguranças e as paranoias, seria um erro. Tenho que me lembrar que estou bem longe de Los Angeles. Nada pode me atingir aqui. Nada.

O vento fez com que meu chapéu saltasse da minha cabeça e que me virasse rapidamente, na esperança de alcançá-lo. Porém, ele não estava jogado na areia como deveria, mas nas mãos de um cara. Como se não fosse mais irônico. Ergui os olhos com dificuldade por causa do sol e avistei Jason Logan, segurando o meu chapéu. Não pude negar que ele era como uma miragem no deserto. Um olhar tão único e naturalmente pecaminoso, um sorriso que deveria ser censurado e um corpo sensualmente atrevido. Ele era a típica imagem de um surfista, mas que com certeza, não surfa tão bem. Com passos calmos, seguia até mim, com a sua blusa semi aberta e um cordão no pescoço.

— Suponho que a minha doce donzela perdeu isso aqui, certo? — estendeu a mão com o chapéu, me devolvendo ele.

Doce donzela.

Ligeira Perfeição Where stories live. Discover now