Capítulo 32

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JASON

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JASON

Já se passava da metade do verão e estava mais que feliz ao lado de Louise. Sem perceber, criamos uma rotina juntos e uma conexão inquebrável. A cada vez que a olhava, ficava hipnotizado pela sua beleza e a sua essência doce e viciante. Louise entrou ligeiramente na minha vida e conquistou uma importância inigualável. Tínhamos a nossa intimidade como casal em um grau avançado. Não sei explicar a forma como o que sentíamos era tão firme e potente em cada palavra e atitude. Louise passou a me conhecer melhor do que ninguém e às vezes, nos aventurávamos em um dia só nosso.

A única hora que a sentia estranha, era quando os pais ligavam e falavam alguma coisa que a deixava apreensiva e um pouco abatida. Um instinto no meu interior queria ir até ela e pedir que ela me contasse tudo, que usasse o meu ombro para chorar. Que não precisava guardar tudo para si. Porém, sei que isso não era o que ela queria fazer. Louise queria esquecer e não podia correr o risco de perdê-la. Doía só de pensar. O fato de não saber me fazia ter a sensação de impotência, de distanciamento. Precisava respeitar o seu espaço e com isso, aprender a lidar com essa parte de seu passado que não podia saber.

Quando colocava as suas pernas sobre a minha, aproveitando da sua posição preguiçosa no sofá, analisava as cicatrizes em seus pés. Eram um corte calculado em cada um deles, disso não tinha a menor dúvida. Louise nem se deu ao trabalho de inventar uma desculpa digna sobre isso, talvez com a intenção de deixar bem claro que não importe como elas tenham ido parar lá, ela não me contaria. A minha namorada era um mistério até para mim e às vezes, era legal, mas, em outras, era horrível me sentir de fora de uma parte da sua vida.

Mas, por Louise, encararia qualquer dificuldade ou dúvida de frente. Eu não a perderia.

Acordei pela manhã e sem abrir os olhos, instintivamente procurei por Louise ao meu lado na cama. Porém, a única coisa que senti foi um lado vazio e o tecido de seda do lençol. Abri os olhos no mesmo instante e a procurei pelo meu quarto, olhando tudo em volta. Saltei da cama e a procurei calmamente no banheiro e até no closet. Ela não estava. Sonolento e de cara amassada, segui até a sacada do meu quarto. Precisava me certificar de que não estava pelos arredores da casa antes de ligar. Não queria parecer um namorado ciumento e possessivo.

Na sacada, o sol com os raios ligeiros penetraram e aqueceu a minha pele. A luminosidade do dia espantou os meus olhos, mas logo se acostumaram. Com as mãos no parapeito, percorri a praia com o olhar. O som do mar me tranquilizou, entretanto o seu efeito não fora duradouro. Não quando, ao olhar para o lado, vi Louise e Harper conversando enquanto caminhavam pela praia. Os dois riam sozinhos e Louise parecia bem a vontade com ele. Isso despertava um ciúme avassalador em mim, roubando-me o sossego. Nunca demonstrava o meu ciúme excessivo para ela sobre a sua amizade com o Harper. Confiava em Louise cegamente e não duvidava da sua fidelidade. Mas não era idiota e percebia o interesse de Harper na minha namorada. Ele nem disfarçava.

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