Prisioneiras

934 111 54
                                    

Sentiu os dedos longos apertarem com força seu antebraço lhe causando certo dor, a frieza que vinha da pele alheia lhe deixava em alerta. Não soube exatamente como havia parado naquele lugar, entretanto, a escuridão que habitava aqueles corredores desertos lhe impressionava de uma forma amarga. Temeu o pior, temeu por si, temeu pela criança que carregava, contudo, a borda gelada do metal que tocava sua nuca lhe gritava sem palavras que apenas um passo, estaria morta. Então, ficou parada sendo carregada por aqueles corredores sujos com os diversos tipos de lixos,até móveis. Julgou estar em um antigo prédio de publicidade pelas inúmeras mesas lotadas de papéis que avistou assim que pôs os pés dentro daquele prédio.

Não soube exatamente, apenas avistou uma porta ser aberta, seu corpo foi jogado para frente com brutalidade lhe fazendo apoiar as mãos sobre o chão para não sentir o impacto de seu corpo contra ele. Mesmo assim seus joelhos cobertos pela calça jeans doeram no exato segundo que o chão duro reagiu contra sua pele. Fechou os olhos pela dor fazendo uma careta.

- Addison?

Uma voz soou naquele lugar escuro, assim sendo, apenas uma brecha vinda de uma janela toda pregada com madeiras possibilitando alguns rastros de luz invadisse o lugar. Os olhos castanhos encararam o local, era um sala normal. Escritório. Tinha uma duas mesas por ali, sujeira espalhado pelo chão. Mas, sua atenção foi para a figura que estava sentada em uma das mesas ao lado da janela encoberta pelas madeiras, demoravam bastante tempo impossibilitando que algum refém pedisse ajuda.

- Amy? - Perguntou Addison confusa. Levantou-se ainda olhando para a conhecida.

Lembrava-se de Amy, ainda continuava com os seus inesgotáveis olhos azuis, os cabelos tão negros que causava certa inveja. Entretanto, os machucados que desenhavam sua pele pálida da face atraiu sua atenção, da mesma forma que gotas de sangue coaguladas sobre seus sub cílios, ela não parecia nada bem. Dentro daquela roupa jeans, rasgado, a regata possibilitando ver machucados contra alguns pontos de seus braços.

- O que está fazendo aqui? - Perguntou Addison cruzando os braços.

- Francis me raptou, de novo. - Murmurou Amy escorando-se na parede fria, seu semblante era de puro cansaço.

- Como assim de novo? - Perguntou Addison confusa. Aproximou-se, sentando-se na mesa ao lado, era dura e mofada. Mesmo assim, preferia ali do que o chão sujo.

Amy olhou para ela, seus olhos azuis analisaram Addison. Continuava bela,agora morena, uma mulher tão linda, era difícil engolir o fato que Bryce amava ela na adolescência. Afinal, nunca quis perder Bryce para ela e nem se importou de colocar seu primo nessa sua insegurança toda. Mesmo assim, perdeu,Bryce voltou para ela como um cachorrinho. Então, desistiu.

Nunca mais tinha lhe visto novamente, a última vez tinha sido na formatura. Quando reencontrou com Bryce e descobriu que ele estava brigado com ela, sentiu-se esperançosa. Enganou-se novamente,Bryce nunca deixaria de amá-la. Ainda tentava entender o que ele tanto via nela, para si,Addison era apenas uma mulher. Uma que sempre teve o homem que quis em mãos. Entretanto, nunca fez mal para o casal, sabia perder, mesmo que não gostasse; sua dignidade era mais preciosa do que se humilhar para o homem que amava outra, além do fato de tratá-la como uma amiga. Categoria que foi sua e sempre estaria nela.

- Há alguns anos, quando comecei a minha carreira de modelo, conheci Francis. Ele era um agente de uma empresa de fotografia, nos conhecemos e começamos a namorar com um tempo.- Explicou Amy com os olhos perdidos encarando a parede descascada a sua frente. - Então, depois de uns meses tudo mudou. Ele ficou possessivo ao extremo, ciumento, arrogante. Um puro narcisista, era horrível ficar com ele naquela época. Principalmente quando descobri que ele participava de uma gangue, nem possa imaginar a minha surpresa. Contei aos meus pais e fugimos para outro país. Mas, eu sabia que ele tinha me encontrado, ele é esperto. Entretanto, não fez nenhum movimento. Passei anos sem sentir sua presença, até baixei a guarda. Quando ele me raptou. Ele já tinha feito inúmeras vítimas todas parecidas comigo, com a rosa que ele deixava nas cenas, foram as que ele me deu em nossos encontros. Fiquei um bom tempo em cativeiro até Bryce me salvar.

Os filhos de Bryce HallOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz