•Ele é o puro chiclete•

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LENNON

Mavi me consolou e eu nunca senti tanta sinceridade nela como eu tava sentindo.

Pela primeira vez na vida eu senti que ela realmente tava se importando, e não que isso valha alguma coisa pra mim hoje em dia, mas eu tô surpreso.

Acabou que fomos direto do estúdio pra tal churrascaria e a Mavi arriscou fazer algumas palhaçadas pra me animar, e conseguiu.

— Vocês vão querer o que? — O garçom perguntou pra nós dois que, éramos os únicos que ainda não tinha pedido.

— Eu vou querer dois espetinhos de coração. Cupim e também linguiça! E vocês tem molhinhos né? — Ela perguntou conferindo no cardápio.

— Temos sim. — Ele concordou.

— Trás todos possíveis, por favor!

A Mavi é a doida dos molhos. Eu lembro quando ela de tpm chorava pra gente sair e comer comida mexicana, eu nunca vi alguém comer molho de pimenta e sorri igual criança como ela.

4 anos atrás.

— Vai, quero ver você provar! — Ela colocou na minha boca um tipo de Doritos que ela tinha mergulhado na pimenta.

Bufei e mordi um pedaço grande, mas me arrependi assim que senti eu perder totalmente a sensibilidade da minha boca.

— Tória. — Chamei ela meio embolado. — Num tô sentindo minha boca.

Vitória começou gargalhar.
Peguei a minha coca dando goles grandes, mas acabei babando toda minha camiseta.

Ela pegou o celular e começou me gravar. Comecei ficar um pouco desesperado.

— Amor... Eu não tô brincando, eu não tô sentindo. — Falei ainda mais embolado. Maria Vitória tava só rindo da minha cara e filmando. — Para de me gravar caralho, me ajuda!

— Tava gostoso bebê?

Atual

Acabei rindo de lembrar disso. Mavi me olhou curiosa com um riso no canto do rosto também.

— Que foi garoto? — Ela perguntou.

Respirei fundo tentando parar de rir.

— Tava só lembrando quando minha boca ficou dormente e você debochou igual otaria. — Falei nostálgico e ela gargalhou comigo.

— Eu provavelmente tenho esse vídeo! — Ela falou pegando o celular.

  Parei de rir pra encarar ela melhor. Porque ela teria um vídeo nosso?

— Achei! — Ela falou virando o celular pra mim.

  Não consegui ver o vídeo, por não desgrudar os olhos do rosto dela.

— Tá me olhando assim porque? — Ela perguntou estranhando.

— Tu tem vídeo nosso ainda? — Perguntei deixando claro a minha indignação.

— Eu tenho tudo ainda. — Ela falou meio cabisbaixa e eu precisei de alguns segundos pra raciocinar.

  A Vitória tinha todas nossas fotos e vídeos? Qual o motivo disso?

  Nossos olhos ficaram perdidos um no outro e por alguns segundos eu pensei na possibilidade de ainda existir um por cento de qualquer coisa dentro dela.

  Senti uma sensação estranha, muito estranha.

— Tenho todas as fotos e vídeos que eu já tirei nos últimos cinco anos. Tudo armazenado no Google fotos. — Ela desviou o olhar.

  Me senti um pouco otario por pensar nisso, era óbvio que não é proposital. Se fosse a Daniela ou qualquer outra pessoa poderia ser, mas era a Maria Vitória.

  Pela sorte o celular dela começou tocar e eu não precisei responder nada.

  Ela sorriu pro telefone e atendeu rápido.

— Bruno?

  Revirei o olho discretamente. Ele é o puro chiclete e nem sei o que a Mavi faz com ele, ela não suporta isso.

nada é pra sempre | L7NNONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora