•To sempre no estúdio.•

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LENNON

  Acordei sentindo o braço formigando. E até me perguntaria o motivo, mas o cheiro do cabelo dela falou mais alto.

  Abri os olhos vendo Vitória dormindo encolhida.

  Nunca tinha notado o quanto eu tive saudades disso. Ver ela igual um anjinho e sempre acordar com o braço dormente.

  Aos poucos ela foi abrindo os olhos e me encarou com um sorriso pequeno no rosto.

— Bom dia. — Ela disse com a voz rouquinha.

— Bom dia! — Respondi com um sorriso também.

  Ficamos nos encarando por alguns segundos até ela sentar rápido. Fiquei sem entender nada.

— Que isso maluca? — Perguntei levantando também.

— Eu tava em cima do seu braço, e eu sempre faço isso. Foi mal. — Ela disse sem graça.

  Dei risada vendo ela prender o cabelo em um coque frouxo.

— Tô acostumado... Mas e aí? Tem o que pra gente comer? — Perguntei levantando do sofá, mas me arrependi no mesmo instante.

  Sentei de novo sentindo uma puta dor nas costas.

— Tudo bem? — Ela perguntou preocupada.

  Suspirei.

— Seu sofá me quebrou. — Murmurei.

— Deita no chão que eu vou pisar nas suas costas. — Ela pediu.

— QUE!? — Saiu mais alto do que eu gostaria.

  Ela riu.

— Eu cresci fazendo isso no meu pai. Deita aí. — Ela disse mais convincente.

  Deitei no chão de bruços e fiquei do jeito que ela mandou.

  Senti os pézinhos dela começarem subir em mim, e no começo tava doendo, até ela dar um pulo e eu sentir minha vida indo embora. Pelo choque, virei e só escutei o barulho da Vitória caindo.

  Corri pra onde ela estava na intenção de ajudar e fiquei meio desesperado quando vi que ela tinha batido a cabeça na quina da mesa.

— Desculpa, meu Deus! Ce tá bem Mavi? — Perguntei ajudando ela a levantar.

  Por mais que ela estivesse rindo, a mão que ela tinha colocado na cabeça estava com sangue.

— Relaxa, não machucou tanto. — Ela sentou no sofá com a mão lá lateral da cabeça.

— Caralho, eu sou um vacilão mesmo! — Me culpei e ela negou rindo.

— Acontece. Só preciso que você pegue pra mim uma compressa de gelo. — Ela falou tentando manter a postura.

  Corri pra cozinha, sem nem saber onde ficava isso.

— VITÓRIA? — Gritei ela.

— OI? — Ela gritou da sala.

— ONDE FICA A COMPRESSA DE GELO? — Perguntei e recebi silêncio.

  Encostei na ilha que tinha ali, esperando uma resposta dela. E ao invés da voz, Maria Vitória apareceu na cozinha.

— Aonde fica o gelo Lennon? — Ela perguntou  sentando na ilha.

  Daí me toquei.

— Vai saber se você guarda em outro lugar. — Disse com humor indo na geladeira.

— Tem razão, muita gente guarda gelo no forno também. — Ela debochou me fazendo mandar o dedo do meio.

  No freezer já tinha uma compressa, só precisei pegar.

  Caminhei até ela e perguntei onde estava doendo, ela apontou onde doía. Coloquei a compressa por cima, mas não me toquei que estávamos tão próximos. Acabou que ficamos nessa de se encarar e não dizer nada.

— Mavi...

— Lennon...

  Falamos juntos.

— Eu ia falar que já ia embora. — Comentei deixando a compressa por responsabilidade dela.

— E eu ia dizer pra você que tem ovo na geladeira. — Ela disse retraída.

  Neguei. Já tinha abusado demais dela em dormir aqui.

— Tá de boa. Passo em algum lugar ou até mesmo me viro lá em casa. — Disse cruzando os braços e encostando na parede.

— Tá de graça? Você quase abriu minha cabeça, o mínimo que você pode fazer é tomar café comigo. — Ela desceu da ilha e foi na geladeira.

— Pelo o menos deixa eu fazer. — Disse indo até ela.

  Dei uma olhada na geladeira e vi que a Vitória precisa ir no mercado.

— Como você vive com água e ovo? — Perguntei pegando quatro ovos.

— Eu nem passo tempo aqui. Tô sempre no estúdio.

$.$

Maratona hj eeemmm. Mas dessa vez não vou numerar, vai que eu durmo🙂

nada é pra sempre | L7NNONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora