•E espero que eu não decepcione ela.•

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LENNON

Cheguei em casa e o dia estava amanhecendo como eu queria.

A casa estava silenciosa e ela nunca tá. Maria Vitória sempre tá cantando pela casa ou o som está na máxima. E é melhor eu me acostumando com a casa assim.

  Essa era a escolha dela!

  Nem fui no quarto. Esperei o horário dela levantar pra poder tomar banho, mas deu 10:30 e Maria Vitória não levantou.

  Até preferi ver se estava tudo bem, mas tudo que eu vi foi um quarto extremamente arrumado.

  O quarto arrumando 10:30 da manhã?

  Estranhei, mas pensei que ela tinha dormido na Yá ou coisa do tipo, como vi no grupo. As duas estão se dando muito bem até depois da gravidez é isso me deixa feliz.

  Fui pegar uma toalha pra tomar banho, no banheiro não tinha.

  Me deparei com o guarda roupas sem as roupas dela, nem perfumes ou cremes de pele.

  Senti uma pontada de desespero no mesmo momento, então peguei o celular pra mandar mensagem, mas vi papel em cima da cama. Reconheci ser a carta que eu escrevi ontem na laje. Torci o rosto um pouco.

  Não esperava que ela visse.

  Em cima da minha carta tinha uma outra e eu reconheci muito bem a caligrafia.

  Comecei a ler com toda atenção e a cada palavra era um soco no estômago. E no final ela acabou com tudo que nem tínhamos.

  Peguei meu celular pra ligar pra ela, mas no mesmo instante me veio a voz da doutora.

Não se rasteje por maior que seja o amor.

  Soltei o celular no mesmo instante. Se ela queria assim, assim seria. Eu não posso fazer nada!

...

  Peguei uma toalha e fui tomar meu banho e repetia pra mim mesmo o quanto eu não estava nem aí é uma hora vai se tornar verdade, sei que vai!

MAVI

  Nenhuma mensagem. Nenhuma ligação depois de um dia inteirinho. Isso é uma clara confirmação de que eu fiz o certo.

  Eu não me arrependo de nada que eu fiz por ele e pela gente, mas agora acabou e eu vou focar totalmente na minha filha!

— Filha?

  Meu pai colocou a cabeça pra dentro do quarto.

— E aí!? — Falei cobrindo minhas pernas.

  Coloquei o ar-condicionado no máximo que eu aguentava. Eu estava triste e quando eu estou triste gosto de me cobrir. Me sinto acolhida!

— Quer conversar? — Ele perguntou e eu neguei.

— Eu ainda tô conversando comigo mesma, mas obrigada tá pai? — Falei segurando o choro na garganta.

— Tudo bem amor, chora aí, se desgasta. Mas amanhã eu quero você de pé. Não importa como esteja, amanhã você vai levantar e vai na pra praia comigo. — Meu pai disse.

  Minha maior referência de fortaleza.

— Pai? — Chamei ele por mais que sua atenção ainda estivesse em mim. — Eu te amo.

  Ele sorriu largo.

— Te amo mais que tudo, e acho que agora você sabe quando eu digo quanto. — Ele se referiu a minha gravidez e eu assenti.

  Eu sabia exatamente como ele se sentia. O amor é surreal, é como se meu peito falasse por si só o quanto ama a garotinha dentro de mim.

  E espero que eu não decepcione ela.

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Capítulo curto mesmo. Como diz o grande sábio Mano Brown "vai reclama com Deus".

Brincadeira amo vcs e tô vendo os comentários KKKKK que delícia de final que tá se aproximando.

Tchau até daqui um mês.

4/4

nada é pra sempre | L7NNONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora