•Não tô pronta pra isso agora!•

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LENNON

   Passaram dias e a Vitória tá o puro chiclete e, não reclamo. Eu amo isso. Mas a Maria Vitória chiclete?
  Tem parada errada!

...

— Lê? Tu já pensou em quem pode ta fazendo o clipe? — Mavi perguntou sentando do meu lado com o caderninho na mão.

— Já sim. Achei que o Léo tinha te falado. — Dei de ombros deitando minha cabeça no ombro dela.

  Mavi fez um carinho sútil me deixando relaxar, mas logo levantou do nada indo na direção do banheiro. Corri junto com ela.

  Esperei que ela agachasse pra vomitar... Mas a bonita só pegou papel higiênico pro nariz que tava sangrando.

— Porra ainda isso? — Perguntei preocupado ela assentiu estancando o sangue.

— Vou dar uma passada no médico essa semana. Essa porra começa do nada. — Ela murmurou se olhando no espelho.

Respirei pesado. Eu tava preocupado, não sei se é normal menstruar e sangrar pelo nariz ao mesmo tempo. Será que desidrata?

MAVI

Eu tô toda fodida esses dias. Sangrando pra tudo que é lado, isso já me encheu a paciência. Já até agendei um médico pra mim e torço pra não ter que fazer cirurgia pra remover a carne esponjosa. A recuperação é dolorosa, já fiz isso adolescente!

— Quer ir pra casa? — Lennon perguntou preocupado.

Dei risada negando.

— Meu nariz ta sangrando, não é o fim! — Comentei dando um selinho nele.

Sai do banheiro indo pro estúdio de novo e todo mundo ficou encarando meu nariz entupido de papel higiênico.

— Ah não, não façam essas caras que eu normalmente nem uso papel higiênico. Sou mais O.B. — Confessei pegando meu caderninho de novo.

Voltei fazer meu trabalho e Lennon toda hora perguntava se eu tô bem. E esses últimos dias eu sinto tanta carência de tá perto dele, como eu nunca senti. Com as outras pessoas eu tô tipo, normal. Com ele eu falei até com a voz de bebê esses dias atrás. Eu tô começando ficar com medo de mim!

...

— Vai com teu carro? — Lennon perguntou aparecendo na porta. Assenti com um sorriso cansado.

— Vou sim. E você vai amanhã na psicóloga?

  Faz alguns dias que eu tento colocar na mente desse homem de que não precisa ter um problema pra ir na psicóloga, todo mundo precisa disso.

— Ah Mavi, amanhã...

— Amanhã eu te busco na sua casa. — Piquei pra ele que bufou.

  Lennon olhou desconfiado pro corredor e correu pra dentro da minha sala me roubando um selinho.

— Só vou porque a senhora é muito linda. — Ele finalmente aceitou e eu devolvi o selinho.

LENNON

  Aproveitei o horário e passei na casa dos meus pais.

— Mãe tem janta? — Perguntei entrando na cozinha e sentindo o cheiro da comida dela.

— Ainda não, tô fazendo ainda. — Ela falou mexendo na panela.

  Sentei no banco da ilha da cozinha e suspirei.

— Vai me falar quem é ela? — Minha mãe perguntou me fazendo bugar por alguns segundos.

— Que? — Perguntei e ela parou o que estava fazendo pra me encarar.

— Por quem você tá apaixonado? — Ela foi mais específica e eu dei uma risada nervosa.

  Eu tinha esquecido desse pequeno detalhe. Tinha que contar pra dona Silvana.

— Eu não vou falar não, cê vai me bater. — Falei rindo e vi ela ficar com a cara mais séria.

— Lennon, não vai me dizer que...

— Mãe ela mudou! — Falei antes que que ela terminasse.

  Minha mãe correu pra onde eu tava e por reflexo eu corri pra outro lado.

— Você ta com aquela infeliz de novo Lennon? — Ela gritou me fazendo rir de nervoso.

— Calma Silvana. Abaixa a arma! — Me referi a colher de pau na mão dela que tava erguida.

— Lennon eu não acredito nisso. — Ela colocou a colher em cima da ilha e sentou onde eu estava.

  Ainda meio receoso eu sentei do lado dela. Ela parecia triste e eu entendo o quanto.

— Mãe eu queria contar pra você em um momento mais tranquilo. Sabe? Sentar e conversar mesmo. — Peguei a mão dela. — Não tem nenhuma criança aqui mãe. Eu sei o que eu tô fazendo.

  Ela negou levantando.

— Eu sempre estive aberta pra você, sou sua mãe. Mas eu não consigo aceitar ver você se desvalorizando assim. — Ela foi voltar a mexer na panela.

  Ela tava decepcionada e também não é pra menos. Eu entendo completamente, ela quer me proteger!

— Pensa um pouco e depois eu passo aqui pra gente conversar melhor! — Falei indo até ela.

  Silvana assentiu e eu dei um beijo no topo da cabeça dela.

— Te amo mãe! — Falei sincero.

— Eu também te amo. E tá me doendo, mas eu vou te escutar, só realmente não tô pronta pra isso agora!

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Vcs manda e eu obedeço igual uma cachorrinha aff

Tá aí 8° cap do dia

nada é pra sempre | L7NNONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora