•Que surpresa hein!?•

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LENNON

Isso é muita loucura né? — Perguntei olhando pro teto da sala.

Faz meia hora que eu deitei no chão pra não desmaiar e Mavi deitou comigo. Ficamos ali em silêncio. E eu ainda tava tentando assimilar que era real. Eu seria pai.

— Isso é o ápice de qualquer loucura que eu já passei na minha vida. — Ela murmurou e eu virei pra encarar ela.

— Eu não vou mentir. Não tava querendo e nem preparado pra isso, tô assustado, mas com toda certeza eu tô muito feliz. — Confessei alisando o rosto dela.

Vitória me encarou com aqueles olhinhos brilhantes dela.

— A maior loucura disso tudo é que parece que eu sempre quis isso. — Ela disse baixinho. — Eu tô morrendo de medo, juro. Mas eu quero muito passar por isso. — Ela admitiu.

  Beijei a ponta do nariz dela sorrindo.

  Olhando por um lado, não me parece tão assustador como em algumas horas atrás. Era óbvio que eu tô morrendo de medo, mas... Eu tô feliz.

  Ser pai voltou ser um dos meus sonhos em meia hora. Que loucura!

— Você te de quantas semanas? — Perguntei descendo o olhar pra barriga chapada dela.

— Oito semanas. — Ela disse suspirando.

— Fala em português, por favor!? — Pedi sem tirar os olhos da barriga dela.

— Caralho, mas tu também não sabe fazer uma conta hein!? Eu tô de dois meses Lennon. Matemática básica.

  Mavi bateu de leve na minha testa e eu concordei. Fui meio lento nessa!

— Será se já da pra saber o sexo do bebê? — Perguntei um pouco empolgado.

— Só na décima terceira semana. — Ela dedilhou meu rosto com a ponta do dedo.

— Será que vai vir a Luiza? — Perguntei com um sorriso bobo.

  Mavi fez uma careta.

— Não. Luiza eu não quero e também eu sinto que é um menino. — Ela falou do jeito marrento dela.

— Romeu também não vai ser. — Disse e esperei ela resmungar, mas Maria Vitória sorriu largo.

— Você lembra... — Ela disse um pouco boba e eu sorri dando um selinho nela.

— Sim, e com certeza meu filho não vai chamar Romeu. — Disse com firmeza.

— Era o nome do meu vô. — Ela disse fazendo manha.

  Neguei.

— Se for menina você coloca o nome da sua avó, simples! — Dei a solução e ela negou.

— Eu acho Geraldine um pouco pesado. E eu tenho certeza que se ela tivesse viva e eu colocasse esse nome... Minha avó com certeza me bateria. — Ela disse um pouco nostálgica. — Com certeza se ela tivesse viva seria a primeira pessoa a saber... A primeira a chorar comigo também. — Ela deu um sorriso curto.

— Você chorou? — Perguntei e ela negou.

— Eu ainda tô em choque. Não caiu minha ficha. — Ela colocou o rosto da curvatura do meu pescoço me deixando mais acomodado.

— Eu também. — Disse um pouco pensativo.

  Comecei pensar na loucura de emoção que eu tava sentindo e quando eu percebi Mavi dormiu ali toda alinhada em mim.

  Levantei com um pouco de dificuldade e levei ela pro quarto. Deitei ela com delicadeza na cama e ela suspirou mostrando o quanto o sono era profundo.

  Deixei um selinho leve na boca dela e me afastei pra encarar o corpo dela melhor. Sorri quando meus olhos pararam na barriguinha chapada dela. Agachei no chão do lado dela e deixei meu rosto próximo da barriga dela. Dei um beijo leve e senti meu coração doer um pouco.

  Deixei as lágrimas que eu nem tinha percebido estar acumuladas nos meus olhos caírem.

— Que surpresa hein!?... — Murmurei perto da barriga e Vitória se mexeu um pouco me deixando mais receoso.

  Com cuidado deitei do lado dela e senti meu coração estranhamente completo. Que loucura!

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nada é pra sempre | L7NNONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora